Metamoris Pro: André Galvão comenta regras do evento e cutuca Ryron

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André Galvão com mais um pescoço capturado, na seletiva para Abu Dhabi. Foto: Arquivos GRACIEMAG

André Galvão com mais um pescoço capturado, na seletiva para Abu Dhabi. Foto: Arquivos GRACIEMAG

GRACIEMAG: O treino muda para uma luta de 20 minutos sem pontos? Como estão seus treinamentos para encarar Ryron Gracie no Metamoris Pro, dia 14 de outubro?

ANDRÉ GALVÃO: Eu continuo treinando normalmente. Para mim não vai mudar nada. Vou lá para ganhar. Fazer o meu trabalho de sempre. Encaro isso tudo normalmente, a única diferença é que é um desafio. Já é a segunda vez que o Ralek Gracie (organizador) e os irmãos me convidam para um desafio do tipo. Eu então aceitei a luta na regra deles. Agora é ir lá e fazer meu trabalho. Quero mostrar meu Jiu-Jitsu. Quero sair de lá de braço erguido.

 

O que acha das inovações nas regras do evento? Uma luta de 20 minutos sem pontos é bom para a torcida, é bom para o Jiu-Jitsu?

Na minha opinião, a regra é boa para quem quer levar a luta para o empate, ou seja, para quem pretende jogar na defesa 24 horas. Essa regra foi feita para favorecer alguém, isso é óbvio. Prefiro um sistema com pontos, e explico por quê. É a mesma coisa que você lutar judô e valer apenas ippon, ou wrestling e só valer o touch, ou boxe e MMA até o nocaute. E tudo isso dentro de um tempo regulamentar. Acho que isso não é bom para o Jiu-Jitsu. Uma luta até pegar sem tempo é outra coisa. Até pegar com tempo já muda tudo, pois o lutador tem de trabalhar contra o fator tempo como em uma competição normal. Eu prefiro por exemplo a regra do Rickson no seu Budo Challenge, com pontuação para quem ataca mais.

 

Você se surpreendeu ao ser convidado para lutar com o Ryron no Metamoris Pro?

Eu aceitei por gostar de desafios. Gosto disso. Essa é a minha vida. Surpreso, não. Pois sempre tem gente querendo lutar comigo, principalmente quem precisa fazer o nome.

http://www.youtube.com/watch?v=gFQB1oJyeOA

Algumas pessoas dizem que ele é o azarão. Outros que não seria bem assim. E você, o que acha?

Tem de perguntar a ele quais são seus títulos no Jiu-Jitsu. Olha, eu dei uma oportunidade a ele de lutar comigo. Querer falar que eu sou o azarão já está de sacanagem né? Vou lutar porque amo o Jiu-Jitsu. E se eu vencer, vão falar, “ah, mas também era contra o Galvão…”. Mas se ele me vencer, vão sair berrando: “Caramba, você viu o que rolou lá no Metamoris Pro em San Diego???” Então certamente ele tem mais a ganhar do que eu… Então vou lá, lutar como sempre faço, botar a cara na reta como sempre fiz. Aconteça o que acontecer, vou continuar sendo o André Galvão de sempre.

 

Você vai lutar perto de casa, em San Diego, Califórnia. Acha que a torcida vai estar com você? 

Acho que eles (time adversário) vão levar até banda para gritar para eles, e talvez até dar convites de graça para os alunos deles… Não é longe de Los Angeles também não. Mas espero ter uma torcida barulhenta sim. Eu amo quando torcem para mim!

 

Como você vê a evolução do Jiu-Jitsu para o cenário de hoje?

No passado, o Jiu-Jitsu era bem rude. Era um clima pesado às vezes. A galera era muito reservada e nem existia contato ou conversa com quem treinasse em times diferentes. Hoje evoluiu muito. O Jiu-Jitsu é um esporte, a galera treina muito e as posições evoluíram muito. É muito diferente, bem mais profissional. Olha o tanto de coisa que aconteceu desde o primeiro Mundial, em 1996… O futuro é evoluir cada vez mais em termos de esporte, educação e saúde. Em cinco anos o Jiu-Jitsu vai estar em outro patamar. E como é bonito ver isso tudo! O pessoal já reconhece que não existe arte marcial com maior benefício que o Jiu-Jitsu.

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