Como nasce um faixa-roxa de Jiu-Jitsu campeão de tudo? Mário Reis explica

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Mario Reis e seus alunos, campeões do Mundial 2015. 2015. Foto: Divulgação

Mario Reis e seus alunos, campeões do Mundial 2015.
2015. Foto: Divulgação

Bicampeão mundial de Jiu-Jitsu, o craque Mario Reis tentou mais uma vez seu terceiro título no Mundial 2015, encerrado no fim de maio, na Califórnia. O faixa-preta da Alliance novamente beliscou o bronze, ao se manter no pódio do peso-pena, categoria dominada por Rafael Mendes.

Mas nada que tirasse o sorriso do gaúcho, que viu seus alunos brilharem. Na faixa-preta, por exemplo, ele viu a esposa Monique Elias ter uma boa atuação. Antes, o treinador ainda se emocionou com o título absoluto de Nicholas Meregali na faixa-roxa. Além disso, participou incansavelmente do décimo título mundial por equipes da Alliance.

Em papo com GRACIEMAG, Mario contou como forma campeões no Jiu-Jitsu, analisou a derrota para Rafael Mendes, e destrinchou a atuação de Monique Elias no Mundial.

GRACIEMAG: Seu aluno Nicholas Meregali venceu tudo na faixa-roxa. Como nasce um campeão como ele?

MARIO REIS: Em minha opinião, é uma combinação de fatores e o estilo de vida que ele e outros alunos nossos seguem, em Porto Alegre. Ficam longe da família, moram na academia, convivem com pessoas com o mesmo objetivo e com uma cabeça otimista. Trabalho muito a parte psicológica, emocional, técnica, física e procuro administrar a vaidade de nossos campeões da melhor forma, para que a convivência entre eles seja sempre saudável e muito produtiva. O segredo é manter um ambiente cheio de energia boa, com um tempero de sofrimento de alegria e amor. Isso não tem como dar errado. Acho que o sucesso não foi somente deles, pois neste ano fizemos um feito inédito: a Alliance do Sul foi a academia que mais medalhou neste Mundial 2015. Com isso, recebemos o troféu de equipe campeã categoria adulto das mãos do professor Fabio Gurgel, pelo reconhecimento ao trabalho que venho fazendo aqui. Fomos com 20 atletas e voltamos com 16 medalhas, sendo cinco de ouro, cinco de prata e seis de bronze.

E na sua campanha? Saiu satisfeito? O que aprendeu com a derrota para o Rafael Mendes?

Sobre a minha campanha no Mundial 2015, fico tranquilo. Eu sei que dei o meu melhor e que meu adversário teve méritos. Acredito que Deus aponta a estrela que tem de brilhar. E se Deus escolheu a ele, quem sou eu para questionar. Tenho de treinar mais, corrigir meus erros para que possa voltar a ser campeão desta categoria. Hoje já sou master 2, mas sempre luto de adulto por sempre estar entre os três melhores da minha categoria. De 2000 até 2015, nunca falhei em nenhum pódio. Tenho três ouros, quatro pratas e nove bronzes. Ano passado, ganhei o Pan, e conquistei também até um absoluto do Europeu, em 2006. Por esses motivos, sempre me senti apto e confiante para continuar minha trajetória no adulto, até que meus resultados me provem o contrário. O mais importante é que dar continuidade na categoria adulto inspira e motiva meus alunos, e hoje este é um dos principais exemplos que quero usar.

Qual é a sua grande motivação ao competir?

Hoje em dia vejo as competições como uma maneira de me motivar e acompanhar a evolução do Jiu-Jitsu mais perto possível. Gosto de sentir e viver estas emoções junto com meus alunos, pois nada melhor para entender o sentimento que eles estão passando.

Como você analisa a luta da Monique Elias contra Dominyka Obelenyte, na final do absoluto faixa-preta feminino?

Lutar com a Dominyka é sempre uma tarefa muito complicada, pois sua genética é muito boa, aliada a uma técnica e a um aspecto psicológico forte. Cada ano que passa, ela vem subindo de peso e é muito jovem. Monique e Dominyka já se enfrentaram cinco vezes. Monique ganhou três e a Dominyka duas. Tenho certeza que sempre farão grandes lutas, até porque o treinador dela é Marcelo Garcia. Ele tanto como atleta quanto professor é um cara incrível.

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