Paulo Peposo, Gabi Garcia e o papel do Jiu-Jitsu contra o crime

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Peposo, policial bom de Jiu-Jitsu. Foto: arquivo pessoal

Paulo Peposo em ação em Minas Gerais: policial bom de Jiu-Jitsu. Foto: Arquivo Pessoal

Ontem, a supercampeã Gabi Garcia sofreu um assalto em São Paulo, caso relatado pela faixa-preta da Alliance em suas redes sociais, e repercutido com os leitores de GRACIEMAG. (Veja aqui.)

“Quando ele abriu minha bolsa, achou meu kimono e viu a faixa-preta, passou a me bater com o revólver, enquanto dizia: ‘Lutadora de merda'”, relembrou Gabi, ainda abalada, em papo com a equipe GRACIEMAG. Triste mas refeita, Gabi prometeu ir treinar Jiu-Jitsu hoje e tentar esquecer o que passou.

Diante do lamentável caso ocorrido na capital paulista, a equipe GRACIEMAG buscou hoje compreender o papel do Jiu-Jitsu no combate ao crime e na segurança dos cidadãos. Para isso, convocamos o faixa-preta Paulo “Peposo” Curi, policial mineiro com décadas de bom serviço.

Peposo, nosso GMI em Minas Gerais, afirma que Gabi fez bem em não reagir: “O caso da Gabi é instrutivo para todos nós. Durante um assalto, entregue os objetos de valor. Não há nada mais valioso do que a vida. Nossa preocupação deve ser sempre a de evitar casos parecidos, ou seja, diminuir os riscos de assaltos. Atue na prevenção, adquira uma postura segura, tente evitar todas e quaisquer situações que possam expor você a riscos”, ensina o policial lutador.

Gabi Garcia ataca o braço no Europeu, em Lisboa. Foto: Erin Herle/GRACIEMAG

Gabi Garcia ataca o braço no último Campeonato Europeu, em Lisboa. Foto: Erin Herle/GRACIEMAG

Faixa-preta há 18 anos e policial por 29 anos, Paulo destacou a importância do Jiu-Jitsu não apenas na corporação, mas para o cidadão comum:

“Vivemos uma época em que a violência está por todo lugar, seja nas pequenas ou grandes cidades. O Jiu-Jitsu oferece ao praticante segurança para o uso das técnicas em relação às necessidades do policial. O Jiu-Jitsu disponibiliza a capacidade de reação, raciocínio, autocontrole e disposição física para que o praticante realize sua autodefesa, de forma segura e eficiente. Para um policial isso é ainda mais importante que o cidadão comum, pois estão mais frequentemente em situações de risco. O Jiu-Jitsu, na verdade, tem um outro papel além das técnicas de dominação e controle dos agressores: ele forma o policial por completo culturalmente, fisicamente e mentalmente. Ao se abordar alguém ou ao ser abordado, a arte oferece tranquilidade para que, no momento necessário, sejam utilizadas as técnicas aprendidas no dojô”, conta o investigador de polícia, em bate-papo com o repórter Vitor Freitas.

Se o Jiu-Jitsu já salvou a pele de Peposo? Segundo o próprio, não foram poucas as ocasiões:
“Sempre fui beneficiado pelo aprendizado que obtive praticando Jiu-Jitsu. Utilizei a arte em diversas situações nas quais busquei o equilíbrio e a segurança que o Jiu-Jitsu sempre me ofereceu, principalmente em atuações que envolviam terceiros, como acidentes de trânsito, assalto e brigas em estádios”, recorda.

Professor reconhecido entre seus colegas policiais, Peposo hoje comanda as aulas de Jiu-Jitsu na academia de Polícia Civil e na Secretaria Nacional de Segurança Pública, em Minas. Pelo bom trabalho, o faixa-preta foi homenageado diversas vezes por seu papel de destaque na segurança pública, e ganhou o troféu de melhor tira do ano algumas vezes, entre outras homenagens. Para ele, o treino da arte suave é fundamental para os jovens que sonham em ser policiais:

“O Jiu-Jitsu é capaz de ensinar ao futuro policial atitudes e qualidades que são inerentes a todo ser humano, mas que muitas vezes são esquecidas ou deixadas de lado em nossa sociedade moderna e corrida. Podemos citar, por exemplo, a cortesia, a persistência, o respeito ao ser humano, o respeito aos mestres e aos alunos – fundamentos basilares, aliás, de toda arte marcial”, encerra Paulo.

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