Cigano treina Jiu-Jitsu na Nova União, é “batizado” e ressalta ponto forte de Urijah Faber

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Pedro Rizzo, Cigano e José Aldo após atividade na Nova União. Foto: Marcelo Dunlop

Pedro Rizzo, Cigano e José Aldo após atividade na Nova União. Foto: Marcelo Dunlop

O treino na Nova União, no bairro do Flamengo, já acabou faz uns 25 minutos, e Junior dos Santos, o Cigano, relaxa os braços nas cordas do ringue. O ex-campeão dos pesos pesados do UFC olha para a frente, como mirando o futuro, e reflete sobre os erros que não quer mais cometer na carreira.

“Eu sei onde errei contra o Cain Velasquez. Eu sabia como agir mas não fazia no automático. A cabeça mandava mas eu repensava. No início da luta, fui com tudo para tentar derrubá-lo. Mas minha mente me travou. E se eu não conseguir e isso só me cansar? Como vou administrar meu gás depois? Vi algumas brechas na luta, inclusive uns botes de Jiu-Jitsu que poderia ter tentado, mas me segurei. Isso não pode acontecer mais. Antes de pensar, eu já preciso estar executando”, ensinou o faixa-preta.

Era sexta-feira, 23 de janeiro, e o verão de 40° graus castigava o último andar da academia Upper. Pelas janelas do espaço, nenhum vento. Furacão mesmo só as centenas e centenas de golpes de José Aldo na manopla, sob o comando de Pedro Rizzo, em velocidade e potência impressionantes.

O nocauteador Junior Cigano adotou treino mais suave. Recém-chegado ao Rio, o peso pesado vai curtir uma temporada na academia de Dedé Pederneiras. Era seu primeiro dia, e ele se misturou ao grande número de pesos mais leves que se embolavam no chão, em seis séries de rolas. Entre os craques do time, Léo Santos, Marlon Sandro, Roberto Corvo, Ronaldo Candido, Hernani Perpétuo e outras feras.

Cigano esbanjou nas raspagens, meia-guarda e outras inversões afiadas com Rodrigo Minotauro em anos e anos de treino. Deu quedas bonitas. Atacou o pescoço de quem desse mole para o seu triângulo de mão. “O que me assustou foi a pressão por cima. Parece que ele pesa 300kg quando ataca”, disse um faixa-roxa, amarradão por treinar com o monstro.

Cigano, que pretende morar no Rio de Janeiro por uns tempos, agradeceu pelo treino e não reclamou do calor: “O treino aqui é muito duro. Os caras são bons, finalizar alguém aqui é complicado. É mais fácil eles me pegarem do que eu a eles”, sorriu Cigano, que mostrou estar também com a defesa em dia, ao escapulir de chaves de pé.

Cigano escapa de chave de pé em treino na Nova União. Foto: Marcelo Dunlop

Cigano escapa de chave de pé em treino na Nova União. Foto: Marcelo Dunlop

Na torcida pelos amigos José Aldo e Renan Barão, estrelas do UFC 169, Cigano aproveitou para analisar os pontos mais perigosos de Urijah Faber. “Ele é um cara completo, versátil e resistente. Mas o perigo maior, para mim, é aquele mata-cobra. Ele se aproxima de forma muito perigosa, solta a mão e já envolve o pescoço do oponente. Mas o Barão vai estar ligado nisso, o caminho é castigar as pernas dele como o Aldo já mostrou”, ensinou o peso pesado e por vezes comentarista da Globo.

Com o fim do treino da manhã, Cigano juntou-se aos novos colegas de treino para a foto coletiva. Chegava a hora do batismo. Primeiro treino do peso pesado na academia, e os membros mais antigos não perdoaram: conseguiram derrubar Cigano no chão e deram aquela amigável “juntada” no ex-campeão do UFC, com direito a José Aldo finalizando no braço e Léo Santos apertando o tornozelo ao mesmo tempo.

Ao levantar, o grandalhão estava em casa. “Parecia um monte de formiguinhas me batendo”, disse, rindo.

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