O choro da campeã Hillary Williams

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Hillary Williams venceu Carol DeLazzer no domingo passado, e se sagrou campeã mundial pela primeira vez na divisão marrom/preta, mas não conseguiu comemorar por muito tempo. A razão foi a perda de um amigo, faixa-azul de Roberto Cyborg, durante as finais da faixa-preta. A nova campeã escreveu um texto exclusivo para o GRACIEMAG.com:

Hillary de azul, contra Carol na final do peso médio. Foto: Ivan Trindade.

Para muitos, o domingo passado do Mundial será lembrado como um dia de triunfo e alegria, como o dia dos melhores do mundo. Mas, para quem conheceu Peter Bivona, o domingo sempre será o dia em que o mundo perdeu um amigo.

Faixa-azul de Roberto “Cyborg” Abreu, o peso pesadíssimo tinha músculos em cima dos músculos, foi tatuado da cabeça raspada aos pés, e dirigiu um Hummer grande o suficiente para caber sua personalidade. Ele era grande, falou sempre alto, e nunca deixou de anunciar sua presença. Depois de dez minutos com ele, porém, você saberia que conheceu uma das pessoas mais reais, mais gentis que existem no mundo.

Desde o dia em que começou no Jiu-Jitsu, ele foi um exemplo de lealdade e sacrifício pela equipe. Peter foi o primeiro a oferecer carona para os campeonatos e para a academia, para quem não tinha carro. Se você estava lutando, não havia dúvida de que ele estaria do seu lado. Se você estivesse chegando ao aeroporto de Miami, Peter estaria lá esperando por você. E se você tentou parar durante o treino, ele seria o primeiro a te empurrar para levantar mais uma vez.

Dizem que o que fazemos para nós mesmos morre conosco, e que fazemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal. Isso é o que Peter fez. Não há uma pessoa que conheceu Peter que não olhe para trás e sorria ao lembrar dele; não há uma pessoa que ele encontrou que não seja, hoje, melhor por causa dele.

Apesar de sempre ter problemas com lesões, era o sonho de Peter lutar o Mundial. Sexta-feira, ele teve a chance. A luta não foi para o lado dele, mas isso não o impediu de dar uma força imensa para todos da equipe, incluíndo eu. Ele acreditava em nós mais do que nós mesmo, dando a sua força de valor inestimável.

Peter foi internado com dores nos pulmões domingo de manhã e faleceu durante as finais da faixa-preta. Ele não estava na Pyramid para assistir ao seu mestre, mentor e melhor amigo Cyborg bater o campeão mundial de 2009, Gabriel Vella. Ele não sentou ao nosso lado para ver seu espetacular triângulo que virou a luta na semifinal. Mas, de onde estivesse, todos nós sabemos que ele estava torcendo mais alto. Nós te amamos, Peter.

Peter Bivona, 39 anos.

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