Tanquinho e a vitória sobre Cobrinha: “Não deixei ele dominar a manga cruzada”

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Augusto Tanquinho em combate contra Rubens Cobrinha, na final do WPJJC. Foto: Erin Herle/ GracieMag

Na última sexta-feira, Augusto Tanquinho conquistou o peso-pena no WPJJC 2013, em Abu Dhabi, e confirmou mais uma vez que está no mesmo nível de astros máximos da categoria, como Rafael Mendes e Rubens Cobrinha.

Foi justamente contra Cobrinha, que o havia vencido nas duas últimas vezes que se esbarraram, que Tanquinho fez a final da divisão até 70kg. Uma raspagem deu a medalha de ouro para o carioca professor da Soul Fighters.

Em entrevista a GracieMag, Augusto Tanquinho listou o que aprendeu no torneio, analisou sua luta e destacou a receita principal para o sucesso.

GracieMag: Você e o Rubens Cobrinha já lutaram diversas vezes e se conhecem muito bem. Como analisa a final do WPJJC 2013, em Abu Dhabi?

AUGUSTO TANQUINHO: Foi uma luta mais estratégica, no meu ponto de vista. Entrei com uma estratégia e a segui até o fim para vencer. O Cobrinha é muito perigoso quando domina a manga cruzada e eu sabia que não poderia deixar ele ter essa pegada de jeito nenhum. A partir daí não amarrei, só não deixei ele levar a luta para o jogo dele, afinal um cara perigoso como o Cobrinha com sua principal posição encaixada seria mortal. Conheço bem o jogo dele e sei muito bem o perigo quando ele tem a manga cruzada dominada.

Qual foi sua estratégia, em detalhes?

Numa luta de 6 minutos, o principal é não sair perdendo. Minha estratégia foi sair na frente, raspando ou derrubando. E quando estivesse por cima, a tática era estourar a pegada cruzada o tempo todo e procurar por espaços para passar. No fim deu certo (risos). O Cobrinha tem uma base muito boa também e é sempre difícil raspá-lo. As pessoas estão acostumadas a me ver lutando mais por cima e acham que não tenho guarda, mas na academia treino muito mais por baixo que por cima. Assim consegui raspar e vencer.

E você havia perdido para ele há pouco, no Pan da IBJJF.

Acho que a minha estrela brilha em Abu Dhabi (risos). Acredito que tanto no Europeu como no Pan eu perdi no detalhe. No Europeu perdi de 2 a 0, e no minuto final ataquei um pé, fiquei por baixo e tomei os pontos. Já no Pan perdi nas vantagens, achei que tinha que ter ganho dois pontos quando ataquei o pé e saímos para fora da área de luta, mas o árbitro não deu os pontos. Enfim, não sou de reclamar de juiz, mas a vitória dessa vez veio por detalhe também, errei menos e aproveitei mais as oportunidades. Isso fez muita diferença nesse campeonato.

Você teve outras lutas memoráveis no WPJJC 2013?

Tive algumas lutas bem difíceis, fiz quatro até a final. Fiquei feliz, pois fui crescendo no decorrer do campeonato. Na primeira luta finalizei o Felipe Cavalcante com uma mão-de-vaca. Na segunda luta venci na decisão do juiz o Gilson “Neném” Nunes. Ele me surpreendeu bastante, e mostrou uma guarda bem complicada de passar. Como ataquei do início ao fim, garanti a vaga na semifinal. Na briga pela semifinal encontrei Michel Maia, gaúcho que tem ensinado em Abu Dhabi, e foi um lutão, estava perdendo de uma vantagem, mas consegui uma queda e venci por 2 a 0. Michel é muito técnico e forte no peso-pena.

Além da medalha de ouro e dos dólares, que aprendizado você trouxe na bagagem?

Aprendi que você deve acreditar em si do início ao fim em todas as lutas. E para ter bastante confiança no seu jogo é fundamental treinar e treinar. Isso é o segredo simples do sucesso.

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