Cris Cyborg: “Hoje respeito mais a galera do Jiu-Jitsu”

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Cris Cyborg no Mundial Foto: Dan Rod.

No MMA, ela se apresentou pela última vez em junho de 2010. Quem diria, o tempo afastado dos cages fez com que Cristiane dos Santos, a Cris Cyborg, se ariscasse em outro terreno. As experiências no Mundial de Jiu-Jitsu, em que garantiu ou ouro na faixa-roxa, não apenas serviram de fôlego para uma nova fase na carreira, trouxeram novas perspectivas.

Num bate-papo com o GRACIEMAG.com, Cris comenta a experiência com kimono, a expectativa para o futuro – dentro ou fora do Strikeforce – e promete: “Continuarei dando show”.

Confira:

Como foi todo esse processo que envolveu o Mundial de Jiu-Jitsu? Por que decidiu lutar?

Tirei férias do muay thai por um tempinho e fiquei um mês só treinando com o (André) Galvão. Ele disse: “Pô, por que você não luta o Mundial?”. Disse que não sabia fazer direito Jiu-Jitsu, que só lutava sem kimono. Mas ele insistiu, falou que eu tinha que participar e concordei. Me internei no Jiu-Jitsu, treinava pela manhã e à tarde. Passei a treinar forte e botei na minha cabeça que teria de ir bem no evento. Não precisava ganhar, mas fazer boas lutas. Coloquei em prática algumas coisas que já sabia fazer, as armas que já tinha, como as quedas, e graças a Deus deu certo.

Cris busca a queda. Foto: Dan Rod.

Como foi se dedicar ao Jiu-Jitsu de kimono? Aprendeu algo que vai ser útil no MMA também?

Aprendi bastante coisa, e é muito cansativo. Passei a respeitar muito mais a galera do Jiu-Jitsu, porque é sinistro treinar todos os dias de kimono. Na maioria das vezes, treino sem kimono e o trabalho é bem misto, sempre misturado com muay thai e MMA. Mas dessa vez me internei só no Jiu-Jitsu, foi bacana. Aprendi bastante, isso só faz evoluir, e foi uma motivação, muito bom para mim. Agora quero participar cada vez mais das competições. Estou um tempo sem lutar MMA e competir em outros esportes só faz evoluir. Amo o muay thai, mas passei a gostar muito do Jiu-Jitsu também. Quero me aprimorar cada vez mais. É sempre uma experiência e tudo que aprendo vai me possibilitar mostrar mais coisas no MMA.

Você participou do último ADCC, foi convidada para a próxima edição? Torneios de Jiu-Jitsu com remuneração já são uma opção devido a dificuldade de arrumar lutas de MMA?

Talvez tenha uma luta de MMA marcada para setembro, em Cingapura. Minha prioridade ainda é essa, mas sempre que der tempo de participar de uma competição, vou querer. Se não tiver essa luta em setembro, quero muito lutar o ADCC.

Foto: Dan Rod.

Enfim, como ficou a sua situação com o Strikeforce? Você é a campeã, mas admite que negocia com outras organizações. Volta ou não ao Strikeforce?

Estava tentando renovar, mas acho que com essa história da venda do Strikeforce ficou meio complicado e não entramos em acordo. Uma clausula dizia que, se eu estivesse com o cinturão, não poderia lutar em outro lugar durante um ano, mesmo se o contrato acabasse. Agora já fez um ano. Quero continuar no Strikeforce, acho que fiz muita coisa pelo evento e estamos vendo isso. Eles não me mandaram embora, mas o contrato acabou, é triste. Ainda tento me resolver com o Strikeforce, queria continuar, mas, se não der, continuo treinando e luto nos outros lugares que aparecerem. Tento crescer dentro de outro evento, o evento também pode crescer comigo, vou continuar na mesma batida.

Gostaria de comentar mais algo sobre isso?

Quando o UFC comprou o Strikeforce, minha motivação era ter ainda dois anos ali para mostrar ao Dana White que as mulheres terão lugar no evento dele. Vou continuar na mesma batalha, em busca dos nocautes e de espaço para as mulheres. Pode ser que eu ainda não consiga estar num evento grandão como o UFC, mas vou tentar abrir as portas para as novas meninas. Quero agradecer a todos os meus fãs e a galera do Twitter que me segue e vive mandando mensagens de motivação e até aos que me cobram também. Continuo treinando e não vou parar de lutar. Amo o que eu faço e seguirei dando show em qual for o lugar.

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