Campeão absoluto mais leve, Caio agora mira no Mundial Sem Kimono

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Caio na campanha irrepreensível no Las Vegas Open. Foto: John Cooper.

Como demonstra essa bela foto de John Cooper, Caio Terra (por baixo) está sempre competindo. Além disso, o galinho de Cesar Gracie treina o jogo de solo de feras do MMA como Gilbert Melendez, Jake Shields, Nick e Nate Diaz. Sua vitória no absoluto do Las Vegas Open, no último dia 14, ainda repercute. Mas Caio agora quer saber dos próximos desafios, como o American National de kimono e o Mundial sem pano. Confira:

Você se tornou o campeão absoluto mais leve de um torneio da IBJJF. Que consequências isso pode ter em sua carreira?
Eu tinha vencido o absoluto do Naga no começo do ano, e lutei ano passado o meu primeiro absoluto no American National Sem Kimono, quando obtive a terceira colocação. Mas num campeonato da IBJJF duro como estava é realmente uma surpresa para mim. Fiquei muito feliz. Mas acho que minha maior felicidade foi de não ter me machucado…

Você ainda tirou o kimono no mesmo sábado e voltou no American National, fazendo uma das lutas mais polêmicas do campeonato, quando você acabou eliminado na semifinal. Esperava ter ido mais longe?
Com certeza queria ter vencido, mas acho que teria sido difícil, eu tinha feito muitas lutas no dia e não tinha comido nada, foi uma verdadeira maratona para mim. Apesar do que, quando eu chego numa final eu sempre tento arrumar um gás extra.

Se queremos a profissionalização devemos começar a ser profissionais em todos os sentidos, não apenas em nossas habilidades físicas” Caio Terra

Você perdeu para Diego Herzog com um golpe ilegal, quando ele passou a perna de fora por cima do seu joelho. O que acha dessa regra?
Nos últimos quatro grandes campeonatos que disputei houve quatro grandes erros: nesse em Las Vegas, no absoluto do Mundial Sem Kimono 2009, na final do Pan 2010 e na final do Mundial 2010, quando meu adversário fugiu claramente me carregando de cavalinho nas costas para fora do dojô…
Foram erros que me tiraram das competições. Eu acredito que erros acontecem, mas incomoda, por todo o tempo e dinheiro gastos na preparação, treinos e viagem. Precisamos de profissionais mais atentos, de fora todo mundo percebe os erros sem precisar de replay.
Quanto a cruzar o joelho de fora para dentro, eu na verdade acho até que podia valer, assim como a chave de calcanhar. Mas se vale para um deve valer para o outro. Eu estava jogando dentro das regras e se valesse eu tentaria não me expor daquela forma.

Você já foi juiz. O que poderia ser feito para a arbitragem evoluir?
A arbitragem deveria ser profissionalizada, como em outros grandes esportes. Até isso acontecer, outras coisas viáveis podem ser feitas, como obrigar todos os juízes a refazerem o curso de arbitragem que antecede o evento. Errar é normal, mas muitos erram em excesso porque desconhecem parte das regras.

E por que você não tem arbitrado? Decidiu se dedicar apenas à carreira de atleta?
Não, eu não teria problema em continuar arbitrando. A verdade é que o público e praticamente toda a comunidade do Jiu-Jitsu também desconhecem as regras, então os espectadores ficam a reclamar e argumentar coisas sem sentido. Quem estudar bem as regras vai ver que tudo é ligado e tudo tem uma razão. Acho que todos os faixas-pretas que competem e levam seus alunos deveriam saber as regras e para isso é preciso estudá-las e fazer os cursos de arbitragem. Se queremos uma profissionalização devemos começar a ser profissionais em todos os sentidos, não apenas em nossas habilidades físicas.

Terra na final do Mundial Sem Kimono de 2009, contra Carlos Holanda. Foto: Alicia Anthony.

Quais são seus próximos objetivos? Algum absoluto pela frente?
Meu maior objetivo em 2010 é o Mundial Sem Kimono, quero me tornar tricampeão na faixa-preta. Tenho ainda uma luta casada em New Hampshire em duas semanas, e quero competir ainda no American National de kimono em setembro, e talvez competir em São Paulo no fim do ano. Absoluto é coisa do dia, se eu estiver me sentindo bem eu luto, se não estiver prefiro me poupar para não correr nenhum risco de contusão.

A quem você agradece pela boa fase?
Agradeço aos meus patrocinadores Budovideos, Shoyoroll, Dethrone e Versatile Fighter pelo apoio, a todos os meus alunos por ajudarem no meu treinamento e a todos que leram esta entrevista e querem levar o Jiu-Jitsu pra frente. Se você tem algum comentário ou opinião não deixe de expressá-los.

Confira Caio em ação no Pan 2010:

http://www.youtube.com/watch?v=hrU5Dek_nOM

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