Ulpiano Malachias e a mentalidade que o tornou referência no Jiu-Jitsu

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Ulpiano Malachias na Gracie Barra Westchase. Foto: Instagram/Ulpiano Malachias

O professor Ulpiano Malachias é referência no ramo do empreendedorismo na comunidade do Jiu-Jitsu. Ulpiano é proprietário da Gracie Barra Westchase e da Gracie Barra River Oaks. Ambas as escolas são sediadas em Houston, Texas. 

O mineiro conquistou títulos importantes, como o ouro no Asian Open, em 2006, e o tricampeonato no Nacional Americano (2004, 2005 e 2008), mas realizou o sonho de viver em prol do esporte por meio dos negócios. “Pelo fato de eu não ter sido campeão mundial nem ter me tornado um superastro do Jiu-Jitsu de competição, percebi que eu poderia ser uma estrela no empreendimento”, contou Ulpiano.

O craque da GB conversou com a equipe do GRACIEMAG.com e falou sobre a importância do mestre Carlinhos Gracie Jr. para ingressar no empreendedorismo, além da nova escola Gracie Barra River Oaks.

GRACIEMAG: O que moveu você a estudar e mergulhar de cabeça no mundo do empreendedorismo?

ULPIANO MALACHIAS: Eu já morava nos Estados Unidos para viver em função das artes marciais, mas passava por dificuldades, cheguei a trabalhar como porteiro de boate. Certo dia, Carlinhos Gracie me falou que eu era bom no Jiu-Jitsu e me incentivou a abrir uma academia. Ele também já morava nos Estados Unidos e pretendia franquear a Gracie Barra. Apareceu a oportunidade de abrir a minha própria franquia e fundei a Gracie Barra Santa Ana, na Califórnia, em parceria com um amigo. Foi a primeira franquia da Gracie Barra, e foi ali que tudo começou. Fui bem treinado, prestava atenção em como gerir a escola, mas também segui meus instintos. Sempre tive mentalidade de empresário.

Como o Jiu-Jitsu mudou a sua vida?

Hoje em dia o Jiu-Jitsu é a minha vida. Não sei o que seria de mim sem o esporte. Não foi nada planejado, comecei a treinar Jiu-Jitsu com um amigo, o Erik Wanderley, aluno do grande Vinicius Draculino. O Erik era vizinho da minha tia e sempre ganhava os campeonatos, ficou conhecido no bairro. Ele me deu a oportunidade de treinar com ele e nunca mais parei. Vim para os Estados, consegui abrir minhas academias e vivo em prol do Jiu-Jitsu.

Ulpiano Malachias em treino na Gracie Barra Westchase. Foto: Instagram/Ulpiano Malachias

Qual é a importância do mestre Carlos Gracie Jr na sua formação dentro e fora dos tatames?

Por eu ser de Belo Horizonte, eu não tinha um contato próximo com mestre Carlinhos. A partir de 2003, ano em que me mudei para os Estados Unidos, passei a conviver diariamente com o Carlinhos. Eu tive a oportunidade de me aproximar mais dele e o ajudava nas aulas na Gracie Barra Lake Forest. Ele incentivava todos que estavam ao seu redor a viver do Jiu-Jitsu. Ele acreditava que o Jiu-Jitsu daria um futuro brilhante para nós. Vi que ele sabia do que falava e aprendi a principal lição que ele nos passou, que era ajudar quem estivesse ao nosso lado. Era um estilo de vida que eu queria para mim, coloco o Carlinhos numa posição assim de pai, como se fosse um espelho. Falo para os meus amigos que se eu me tornar um dia 10% do que o Carlinhos é, ficarei extremamente satisfeito.

Por que você acha que obteve tanto sucesso no ramo do empreendedorismo?

Eu sempre corri em busca da informação, sou estudioso e tento botar em prática aquilo que pode me fazer crescer como pessoa. Acredito que eu canalizo essa energia para os meus negócios. Eu queria ter uma das academias de mais sucesso. Pelo fato de eu não ter sido campeão mundial nem um superastro do Jiu-Jitsu, percebi que eu poderia ser uma estrela no empreendimento. Foquei no processo, aprendi bastante com os mestres, entendi o sistema que eles desenvolviam e pegava cada informação para estudar mais em casa. Sempre tive a visão de que o Jiu-Jitsu não é um hobby ou diversão. Para mim é uma profissão, eu sou professor de Jiu-Jitsu e dono de escolas. Eu queria maximizar meus empreendimentos e fazer meu máximo dentro desse meio para poder ser uma pessoa de sucesso. Sempre acreditei que é necessário encarar o seu trabalho numa academia de Jiu-Jitsu como uma profissão em vez de um hobby e entender que você tem o privilégio de trabalhar com o que ama.

Que dicas você daria a um atleta que deseja ter uma boa escola de Jiu-Jitsu?

A dica que eu daria é que tudo tem o seu tempo. É muito difícil estar em alto nível no Jiu-Jitsu e gerenciar uma escola. Dar aula é uma coisa, ter o seu próprio negócio é outra. Então se quiser ser atleta, foque nos campeonatos e nos treinos e entenda que você vai colher no futuro o que planta hoje. É importante compreender que o atleta se torna professor quando se aposenta ou tenta a sorte em outra profissão. Acredito que o atleta que não estuda como ser um bom professor, não terá um futuro brilhante no esporte. Se você pensar, a maioria dos grandes ex-atletas de Jiu-Jitsu são grandes professores, caso do Draculino, Roger Gracie, Rômulo Barral, Marcelo Garcia, Rodrigo Cavaca e tantos outros. A carreira de atleta é uma janela curta, está em processo de crescimento, mas não dá um retorno financeiro para o lutador viver bem para o resto da vida.

Quais são os seus próximos objetivos no Jiu-Jitsu?

Tento ajudar a Gracie Barra a crescer ainda mais no Texas. A nossa nova Gracie Barra River Oaks é uma academia avançada, com um tatame tecnológico à base de molas de suspensão para amortecer as quedas. A escola fica localizada numa região muito boa, no coração de Houston, com a mesma filosofia de ensino que funcionou em West Chase.

 

 
 
 
 
 
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