Beatriz Mesquita vibra com ouro absoluto no Pan de Jiu-Jitsu: “Eu nem ia lutar”

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Bia Mesquita aperta o braço da adversária. Foto:

Bia Mesquita aperta o braço da adversária. Foto: Erin Herle/GRACIEMAG

A cidade de Irvine, na Califórnia, recebeu entre os dias 12 e 16 de março o Pan da IBJJF, no ginásio do Bren Event Center.

Entre os faixas-pretas de refinado Jiu-Jitsu, um dos destaques foi Beatriz Mesquita, campeã no peso leve e no absoluto. No aberto, a estrela da Gracie Humaitá finalizou três lutas até a final, quando venceu Andresa Correa (Alliance) nos pontos.

A aluna de Leticia Ribeiro comentou o que aprendeu com GRACIEMAG.

GRACIEMAG: Nem parecia que você estava voltando aos campeonatos, após machucar a coxa no Mundial 2013…

BEATRIZ MESQUITA: Graças a Deus não senti a falta de ritmo. Estava ansiosa para lutar e saber como eu iria me sair nessa reestreia no Jiu-Jitsu. Mas a preocupação em regressar ao topo me levou a me preparar ainda mais. A meta era apertar todo mundo, e só não finalizei a final do absoluto, contra a Andresa Correa. Na verdade sempre tenho isso em mente, mas não é um trabalho fácil. As meninas estão em busca da vitória também e sempre chegam muito bem preparadas. Hoje estou mais confiante, mais focada, mais determinada e com a certeza de que eu ainda tenho muito para conquistar e representar no esporte. É como diz o lema adotado por meu pai e pelos fuzileiros navais: “Adsumus”! (Aqui estamos).

Qual foi o seu macete para finalizar a Fabiana Borges (GB), na final do peso leve?

Consegui colocar na guarda fechada, que é o meu forte. A partir da guarda, trabalhei a raspagem e caí montada. Quando ela tentou escapar, entreguei a lapela e deixei que ela continuasse o movimento para encaixar o estrangulamento. Aí arrochei o golpe e finalizei.

Qual foi a emoção de conquistar esse ouro no absoluto?

Mesmo sendo peso leve, eu sempre busco a vitória no absoluto. Não luto por lutar. Por outro lado, o absoluto não é obrigação, mas um bônus para mim. Eu nem ia lutar, estava pensando em voltar devagar, ver como eu me sentiria, até para me preservar para lutar em Abu Dhabi em abril. Mas o coração de lutadora falou mais alto, e não resisti. Até porque vi que não havia muitas meninas pesadas, o que reforçou minha vontade de lutar. Fui lá, dei o meu melhor e conquistei a vitória dessa vez.

A Andresa é uma atleta pesada e técnica. Qual foi sua estratégia para vencê-la na final do aberto?

Foi uma luta dura, eu não conseguia concluir as posições. Acabei com seis vantagens e nenhum ponto, tentando a finalização até o último segundo. Talvez por querer tanto finalizar eu tenha esquecido de buscar os pontos. O ideal é pontuar, e quem sabe aí, com as posições conquistadas, a finalização não vem como consequência? Fica esse aprendizado.

Bia, qual é a dica para se afiar a guarda fechada?

Treinar muito ataques combinados: raspagem com finalização, defesa de uma finalização para atacar outra, etc. A verdade é que o guardeiro não pode parar. Se você atacar o tempo todo, seu adversário só vai pensar em se defender e não em atacar. Uma hora o seu golpe vai encaixar. Gosto muito do armlock, acho que foi o primeiro golpe que aprendi. A repetição fez com que eu aperfeiçoasse de tal maneira que hoje é a minha finalização favorita. Para o golpe dar certo, é preciso manter o adversário perto. Domine o braço, cole o cotovelo do adversário em sua barriga e use as pernas. Lembre de deixar o polegar do oponente sempre apontando para cima, para dar mais pressão.

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