Faixa-preta no Europeu ensina “hora de acelerar e a hora de pisar no freio” no Jiu-Jitsu

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Victor Silvério recebeu a faixa-preta de Jiu-Jitsu em dezembro de 2013. Foto: BJJ Kumite/ Divulgação

Victor Silvério recebeu a faixa-preta de Jiu-Jitsu em dezembro de 2013. Foto: BJJ Kumite/ Divulgação

A alta temporada do Jiu-Jitsu em 2014 abre no próximo dia 23 de janeiro, com o Campeonato Europeu da IBJJF, em Lisboa, e os talentos da nova geração já se preparam para fazer bonito em Portugal. As inscrições se encerram na semana que vem, mas é bom não arriscar. Visite o site da IBJJF.org, aqui, e confirme seu nome já.

Um dos atletas garantidos no evento é o carioca Victor Silvério, 22 anos, que depois de uma temporada auxiliando nos treinos de chão e quedas de Demian Maia, ganhou sua faixa-preta no fim do ano passado e promete uma estreia aguerrida no ginásio do Casal Vistoso.

Inscrito na divisão dos médios, a mesma do atual campeão Cláudio Calasans, de Luca Anacoreta e Mathias Fernandes, o atleta da GFTeam disse o que espera da batalha com faixas-pretas mais experientes, e destrinchou o que aprendeu durante sua jornada nas faixas coloridas.

GRACIEMAG: Como você chega para o Europeu, campeonato que marca sua estreia como faixa-preta?

VICTOR SILVÉRIO: Estou confiante. Eu já lutei contra faixas-pretas quando ainda era marrom e isso quebra um pouco essa ansiedade para o primeiro torneio na nova graduação. Espero conseguir encaixar meu jogo, lutando sempre pra frente. A meta é ser o campeão. Lembro sempre que companheiros como o Rodolfo Vieira subiram muito bem da marrom para a preta, se adaptando de maneira rápida. Vou tentar me espelhar um pouco nisso. Respeitarei sempre quem estiver na frente, mas sem hesitar em tentar algo só porque o cara é o fulano ou beltrano.

Qual a bagagem que você traz após tantos anos competindo nas faixas coloridas, Victor?

As lutas nas faixas anteriores me ensinaram a me comportar em determinadas situações da luta. Competindo é que se aprende a hora de pisar no acelerador e a hora de apertar o freio. Acho que isso na faixa-preta é fundamental, é preciso dosar a velocidade, afinal qualquer erro é fatal. O objetivo pode ser sempre lutar para a frente, mas é preciso ser um lutador ofensivo de forma inteligente. Nessa temporada final de faixa-marrom e início de preta, tenho usado muito mais meu jogo de guarda do que antes. Na preta você não pode ser univalente, é essencial ter um jogo diversificado para poder tirar uma carta da manga e surpreender o adversário.

E o peso médio nunca é fácil, o que aumenta a importância da carta na manga. O que espera de sua divisão no Europeu?

Para mim é a categoria mais difícil do Jiu-Jitsu mundial, afinal conta com o Cláudio Calasans, Otavio Sousa, Leandro Lo, Jaime Canuto, Clark Gracie, Victor Estima, Lucas Leite, Alan Finfou… Não precisaria citar mais ninguém para mostrar que é a mais difícil. E ainda teria meia dúzia com ótimas chances de chegar ao ouro. Você simplesmente não tem para onde correr, é pedrada do início ao fim. No Europeu, o atual campeão é o Calasans, que vai defender seu título. Ele, na minha opinião, é o adversário mais difícil juntamente com o Lo. É um cara muito perigoso, não à toa ele é o atual vice-campeão mundial.

Como seria esta luta, dá para imaginar? Vocês treinaram juntos, certo?

O melhor adjetivo para definir o Calasans é “imprevisível”. Fica difícil estudá-lo. Já treinamos juntos certa vez, num camp do Demian Maia e só cheguei a uma conclusão, a de que ele é mais duro do que eu pensava. Calasans é um cara em que me espelho desde a faixa-azul. Sinto que vai ser uma honra caso essa luta aconteça. Minha estratégia seria impor meu jogo, seja por cima ou por baixo, e não dar espaço para os botes dele, sempre muito perigosos. Respeito muito o Calasans, mas vou para ser campeão seja contra quem for.

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