As diferenças se tornam ouro na democracia do Jiu-Jitsu

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Felipe Cranivata é faixa-preta da Gracie Barra e nasceu numa família que pôde proporcionar todas as condições para se tornar um empresário bem sucedido. Kleber Buiú vem de berço humilde, teve o Jiu-Jitsu como a oportunidade de uma vida melhor e também é faixa-preta da Gracie Barra. Prova da verdadeira democracia que impera na arte suave, os lutadores de origens tão distintas treinam juntos, competem juntos e, melhor ainda, vencem juntos.

Kleber Buiú em foto de Gustavo Aragão

No último domingo, no Tijuca Tênis Clube, fecharam a categoria meio-pesado no Rio International Open. Um verdadeiro gentleman, Buiú não fez questão de ficar com o ouro, já que o companheiro de time ainda não tinha uma medalha desse peso na faixa-preta.

“O Jiu-Jitsu é o esporte que me deu um objetivo. Me mudou não apenas na disciplina dentro dos tatames, mas nas coisas que almejamos para a vida. Fez eu melhorar em muita coisa, até na alimentação. Além de ser uma grande oportunidade eu treinar Jiu-Jitsu, virou o meu estilo de vida. É uma coisa que só veio a somar para mim”, fala Buiú, professor na matriz da Gracie Barra, no Rio de Janeiro.

O lutador comenta a atuação no Rio Open, onde precisou bater dois oponentes antes de fechar a categoria.

“Ter fechado com o Cranivata foi excelente. Não pude lutar o Brasileiro, por causa das lesões, mas fiz uma preparação muito forte com o Jefferson Moura e com o Paulo Caruso agora. Fiquei meio doente antes da competição, então procurei fazer um jogo mais tático. Troquei menos força e explosão e venci as lutas mais na tática”, analisa.

Cranivata em foto de Gustavo Aragão

Cranivata não vive de aulas e a rotina no mundo dos negócios é exaustiva. Mesmo assim, o faixa-preta encontra tempo para treinar e faz bonito.

“É um pouco complicado para mim na faixa-preta, porque hoje o pessoal só vive disso, o pessoal está super treinado. Trabalho o dia inteiro, chego na academia atrasado, mas consegui lutar bem aqui. Na verdade, não sou de treinar tão sério por falta de tempo, mas, para esse campeonato, trabalhamos duro todos os dias”, conta.

Com idade para lutar de master, essa pode ter sido a última competição do lutador entre os adultos. Mas o Jiu-Jitsu sempre vai estar presente na sua vida.

“Funciona como uma válvula de escape, sinto a necessidade de fazer um esporte depois daquele dia-a-dia pesado de trabalho. Todos precisam de um esporte na vida. Faço Jiu-Jitsu desde criança, é muito bom e não tem como parar”, encerra.

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