Calasans: “Dei uma enrolada para devolver o cinturão”

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Após vencer nove lutas em Abu Dhabi, Claudio Calasans Camargo Junior venceu peso e absoluto no World Pro 2010 e chegou ao pico de sua carreira no Jiu-Jitsu. Mas, para ele, dono de uma guarda fechada cada vez mais respeitada, ainda há uma cordilheira por percorrer. Confira a entrevista exclusiva dada pelo faixa-preta de 26 anos ao GRACIEMAG.com.

O que foi mais fácil, vencer Bráulio Estima duas vezes ou deixar o cinturão de ouro por lá?

(Risos) Não deu vontade de devolver mesmo não. Levei para o Officers Club & Hotel e os organizadores foram buscar o cinturão no meu quarto às cinco da manhã, uma hora antes de sair o ônibus para o aeroporto. Dei uma enrolada para devolver mas não deu jeito, eles já tinham avisado antes que é preciso ganhar três absolutos para levar para casa. Mas isso é um motivo a mais para eu me dedicar MUITO para colocá-lo de volta na cintura.

E se o GSP quiser este cinto, ele te toma?

(Risos). Olha, ele nem é meu ainda. Eu tenho que treinar muito se eu quiser trazê-lo para casa de vez. Só que tenho muitos campeonatos pela frente, prefiro ir de etapa em etapa, “sem passar o carro na frente dos bois”. Entendo que com muito treinamento vou conseguir meus objetivos, pois tenho muito o que conquistar.

Como foram as duas finais contra o Carcará na sua visão?

Fui para a final do peso com o mesmo pensamento das outras lutas, não fiquei pensando que iria lutar com o Bráulio Estima, e sim que enfrentaria mais um cara duro.

Claro que depois da luta a ficha cai, e ganhar dele duas vezes valoriza muito meu resultado. Na primeira luta, o juiz se equivocou logo no começo pois nós chamamos juntos para guarda e ele subiu para passar, no meu entender era uma vantagem, mas o juiz deu 2 pontos. Com isso tive de correr atrás e me expus, até conseguir desequilibrá-lo faltando cinco segundos. Quando acabou a luta não vi que ele tinha levado uma punição e achei que tinha acabado empatado, por isso saí comemorando logo (risos).

Já na final do absoluto comecei muito melhor e consegui imprimir meu ritmo a luta toda, ficando sempre na frente do placar e no final foi só alegria e muita comemoração.

Guarda fechadinha na final do absoluto. Fotos: Luca Atalla.

Como foi aquela raspagem no finzinho na final até 83kg?

Na verdade acho que foi uma queda, eu estava fazendo guarda e levantei para o tudo ou nada porque era o final da luta. Eu estava  perdendo, mas achei um espaço para aplicar uma queda entrando nas pernas. Foi uma variação da queda de judô conhecida como tatu-bola.

Você faturou 28 mil verdinhas, com os 20 do absoluto e os 8 do peso. Qual o plano agora?

Vou usar esta grana para comprar um apartamento, faz algum tempo que eu estou querendo comprar e sempre tinha algum empecilho. Tomara que agora eu consiga iniciar esse processo e sair do aluguel, dar um lugar mais confortável para minha filha e esposa, ela que tem uma parcela muito grande nos meus resultados segurando as pontas em casa para que eu possa ficar com meus pensamentos somente nos treinos e nas competições.

A quem mais você dedica esse título?

Eu agradeço a todos que estão envolvidos nos meus resultados, todos da equipe Atos, tanto de São José dos Campos que é minha cidade quanto de Rio Claro, onde a gente se reúne para fazer esse treino sinistro que está dando resultado não só para mim.

À minha família, meus pais, a meu pai que foi meu sensei, patrocinador e técnico, meus irmãos e meus amigos que estão comigo em todos os momentos, não só nas vitórias mas também nas dificuldades do dia-a-dia de um atleta.

E quero agradecer também ao pessoal da minha antiga equipe, a Liga Jiu-Jitsu, ao meu professor com quem treinei da faixa-branca até a preta: Erivaldo Junior. E também a quem me ensinou Judo, meu tio Carlos Augusto, com quem comecei a treinar com 3 anos de idade. E a meus patrocinadores Red Nose, Construtora Oliveira Roxo, Fadenp de São José dos Campos e a Academia Calasans Camargo.

Veja a final da categoria 83kg contra Bráulio Estima:

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