UFC 139: “Foi uma das 3 melhores lutas da história do evento”, diz Dana

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Hendo vs Shogun foi a cereja no bolo de um bom evento. Foto: UFC.

O UFC 139 valeu o ingresso, na madrugada de sábado para domingo, dia 20, no HP Pavillion, em San José. Enquanto Wanderlei Silva relembrou seus tempos áureos ao nocautear o vietnamita Cung Le, o ex-campeão dos meio-pesados Maurício Shogun foi derrotado por decisão unânime em uma árdua batalha de cinco rounds contra Dan Henderson. A derrota, contudo, não tirou o brilho do duelo, definido pelo presidente do UFC Dana White como uma das três melhores lutas da história do MMA.

Shogun, Henderson, Wanderlei e Cung Le embolsaram os bônus de “luta da noite” por suas respectivas lutas. No equilibrado duelo verde e amarelo da noite, Gleison Tibau derrotou o compatriota Rafael dos Anjos em decisão dividida dos jurados. Outro destaque foi Urijah Faber que, embalado pela torcida, não deu chances para Brian Bowles e se colocou na frente da corrida para disputar o cinturão dos pesos galos contra Dominick Cruz.

“Não vamos ter mais gente que isso, acho que todos estão no hospital”, declarou Dana White, referindo-se à ausência de Maurício Shogun, Dan Henderson e Cung Le na coletiva de imprensa após o UFC 139. Elogiando a resistência das estrelas do duelo principal da noite, o presidente do Ultimate confessou ter considerado a luta empatada. “Foi uma guerra, e achei que qualquer um pudesse ganhar. No fim do segundo round, achei que o Dan não fosse aguentar. Este foi o tipo de luta em que qualquer um dos dois poderiam ter caído a qualquer momento”, concluiu Dana White.

Shogun montou mas não levou.

Os fãs do extinto Pride aguardaram anos para ver Shogun e Henderson se enfrentando. A espera valeu a pena. Em uma prova de resistência física, os lutadores travaram uma sangrenta batalha de cinco rounds que promete ser uma das mais comentadas do ano. Henderson dominou o primeiro round, deixando Shogun desnorteado mais de uma vez com potentes golpes de mão e uma perigosa tentativa de guilhotina. Ao fim dos cinco minutos, o ex-campeão dos meio-pesados do UFC, que chegou a devolver a pressão, sangrava muito. Henderson continuou impondo seu jogo no segundo round, voltando a assustar os fãs brasileiros no terceiro, quando Shogun novamente demonstrou enorme poder de superação após ameaçar cair mais de uma vez. Muito ferido, Shogun chegou a ser avaliado por um médico para que o duelo prosseguisse.

A partir do quarto round, contudo, Shogun capitalizou em cima do cansaço de Hendo, escapando logo no início de um crucifixo e conseguindo a montada sobre o adversário mais de uma vez. Henderson, entretanto, também resistiu ao castigo. Ao final de cinco rounds, os jurados deram a vitória para o americano, que, perguntado se esta teria sido a luta mais difícil de sua vida, disse que “pode muito bem ter sido”. Elogiando a resistência do adversário, Hendo declarou: “O cara sabe tomar um soco. Eu dei golpes fortes e secos e ele resistiu, eu poderia ter terminado a luta ali, mas fiquei um pouco sem gás”. Shogun, claramente decepcionado e com o rosto ferido, parabenizou o oponente.

“Isto foi Wanderlei Silva clássico”, definiu Joe Rogan após a comemorada (e tensa) vitória do “Cachorro Louco” sobre Cung Le na penúltima noite do UFC 139. Com a corda no pescoço no UFC, Wanderlei Silva relembrou os tempos áureos de Pride com um nocaute espetacular – o primeiro em mais de três anos e meio – sobre Cung Le. A vitória veio após um primeiro round tenso. Trabalhando a distância com chutes, o vietnamita chegou a encaixar golpes que balançaram o brasileiro. Wanderlei recuperou-se antes do soar do gongo, cortando o supercílio do adversário com uma direita.

Le voltou a lançar chutes no segundo round, enquanto o brasileiro procurava aberturas para encaixar golpes de mão. Uma direita certeira de Wanderlei derrubou o vietnamita, que parecia desnorteado. Cung le tentou agarrar as pernas do “Cachorro Louco”, mas tomou uma série de joelhadas que massacraram seu rosto. O árbitro decretou o fim da luta, para felicidade e alívio dos brasileiros. “Nesse trabalho, você precisa matar um leão por dia”, declarou Wanderlei sobre os rumores sobre aposentaria.  “Acho que demos um bom show para os fãs, e isso é importante, precisamos deixar os fãs felizes”.

Embalado pelo apoio da barulhenta torcida, Urijah Faber não deu chances a Brian Bowles. Em busca de outra chance de tomar o cinturão dos pesos galos de Dominick Cruz, o “Califórnia Kid” finalizou o adversário com uma guilhotina no segundo round. Após dominar o primeiro round com uma trocação dinâmica e uma queda, Faber retornou determinado, encaixando um upper que desnorteou o adversário. Bowles chegou a reagir, mas não conseguiu resistir à guilhotina de Faber, que lhe garantiu o prêmio da finalização da noite. Após a vitória, o garoto da Califórnia desafiou o campeão: “Você pode correr, mas não pode fugir”, brincou. Na coletiva de imprensa após a luta, Dana White confirmou que Urijah está na frente da corrida pelo cinturão. Será a terceira vez que encontra o atual campeão dos galos (com uma vitória para cada).

Gleison Tibau e Rafael dos Anjos levantaram a plateia do HP Pavillion em um equilibrado duelo verde e amarelo no card preliminar. Embora já tenha começado emocionante – com cinco minutos iniciais de trocação e quedas para os dois lados -, o embate chegou ao auge no segundo round, quando uma série de socos certeiros de Tibau quase levou Dos Anjos à lona.  Visivelmente abalado e com um sangramento na orelha, Rafael conseguiu resistir ao castigo e retornar para o assalto final, novamente muito equilibrado. A dinâmica se traduziu nos cartões dos jurados, que, em decisão dividida, escolheram Tibau como vencedor.

Tibau soca.

Os meio-médios Martin Kampmann e Rick Story não perderam tempo na segunda batalha do card principal. Story partiu para cima do adversário com socos e joelhadas.  Ferido, Kampmann respondeu, abrindo um corte no rosto de Story. Os dois mantiveram uma trocação técnica até o fim de um equilibrado primeiro assalto. O segundo começou de maneira semelhante, com alguns minutos de trocação, mas, a pouco mais de um minuto do fim, Kampmann conseguiu aplicar uma queda e manter o rival no solo. Cansados e sangrando, os dois retornaram mais lentos, trabalhando mais a grade e quedas no terceiro round. Perto do fim, Kampmann pegou as costas de Story, mas não conseguiu finalizar, levando a melhor na decisão dividida dos jurados.

Contrariando as expectativas de uma batalha franca de pé, Stephan Bonnar e Kyle Kingsbury passaram a maior parte da luta no solo. Um desdobramento infeliz para Kingsbury, que, totalmente dominado, não conseguiu demonstrar reação e passou mais de dois rounds de costas para o chão. O resultado foi um duelo unilateral e menos emocionante do que o aguardado pelo público – que não conteve as vaias. Mesmo declarado vencedor na decisão unânime dos jurados, Bonnar pediu desculpas pela performance. “Não estou acostumado a ter fãs me vaiando”, lamentou-se. “Mas eu senti que estava conseguindo controlá-lo no chão e não quis me arriscar a ser nocauteado”, justificou.

UFC 139
San José, Califórnia
19 de novembro de 2011

Dan Henderson venceu Maurício Shogun por decisão unânime dos jurados

Wanderlei Silva venceu Cung Le por nocaute técnico aos 4m49s do R2

Urijah Faber finalizou Brian Bowles na guilhotina a 1m27s do R2

Martin Kampmann venceu Rick Story por decisão dividida

Stephan Bonnar venceu Kyle Kingsbury por decisão unânime

Card preliminar

Ryan Bader venceu Jason Brilz por nocaute a 1m17s do R1

Michael McDonald venceu Alex Soto por nocaute aos 42s do R1

Chris Weidman venceu Tom Lawlor por finalização (triângulo de mão) a 1m07s do R1

Gleison Tibau venceu Rafael dos Anjos por decisão dividida

Miguel Angel Torres venceu Nick Pace por decisão unânime

Seth Baczynski pegou Matt Brown na guilhotina aos 42s do R2

Danny Castillo venceu Shamar Bailey por nocaute técnico aos 4m52s do R1

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