
Luta entre Wanderlei Silva e Popó acabou como ninguém queria. Fotos: William Lucas / Gaspar Nóbrega (Inovafoto)
As imagens todos viram, ao vivo na Globo e depois nos vídeos pelo celular. Mas como os astros do mundo das lutas reagiram após a vitória de Acelino Popó contra Wanderlei Silva, por desclassificação, e a confusão geral em pleno ringue de boxe?
Confira, a seguir, algumas das declarações mais marcantes.
Acelino Popó, campeão de boxe
“Foi uma insanidade coletiva. Que prevaleça o respeito, o pedido de perdão, o aperto de mãos, o abraço sincero. Wanderlei, estou aqui, pronto para apertar suas mãos, te abraçar e fazer a minha parte nas desculpas — pela pacificação e preservação do boxe. Esse é o nosso papel como ídolos de gerações. Nenhum de nós queria o final que se sucedeu. Mas ainda podemos construir, já no presente, um futuro de paz, harmonia e espírito esportivo. Que todos respeitem a nossa história — a minha e a sua.”
Wand Silva, lutador
“Foi nada, quase nada. Quebrei o nariz e tomei sete pontos no olho. Coisa que não aconteceu durante o combate. Mas é isso, quem está na guerra está sujeito a tudo. Vou continuar fazendo alguns exames, e quero agradecer a torcida de todos vocês. Obrigado, rapaziada.”
Vitor Belfort, campeão de MMA
“Quando a gente está na pior, revela quem a gente é. E, quando a gente está na melhor, revela o nosso coração. Wanderlei, me desculpa, mas você fez uma coisa errada. Você destruiu algo que a gente construiu durante anos. Arte marcial é respeito. Você estava lutando com um exímio boxeador. Você não deveria nem subir nesse ringue com ele. O cara subiu com você em cima da hora, e você faz um negócio desses. Popó, quero te parabenizar pela paciência que você teve durante esses rounds, mas é triste. O que me dá tristeza é que o Brasil inteiro viu essa vergonha.”
Rafael dos Anjos, campeão de MMA
“Córner é córner. Ninguém vai na luta ver córner, entendeu? Um atleta não tem de provocar o outro, isso já aconteceu no UFC, quando o córner do McGregor provocou o Khabib, e deu no que deu. Córner tem de ficar quieto. Fala com o atleta dele e só, deixa o atleta dele fazer o show.”
Ana Hissa, jornalista especializada em boxe e MMA
“Desde 2007 eu cubro lutas, e vi de perto como as artes marciais transformam as pessoas, ensinam valores e salvam vidas, o esporte é minha paixão. O evento de sábado estava lindo, a noite havia sido mágica, até vermos aquelas cenas lamentáveis. Houve falhas evidentes de segurança, mas o principal é que todos ali em cima erraram. Pessoas do córner não podem se exaltar dessa maneira – um dos princípios das artes marciais é o autocontrole. Não importa quem começou – ninguém ali está com a razão.”
Rafael Cordeiro, treinador de MMA
“Numa guerra, a primeira vítima é a verdade. Cada um vai ter a sua. Mas o fato é o que o esporte perdeu muito essa noite.”
