Jackson Silva: “Ser árbitro é polir nosso conhecimento de Jiu-Jitsu e deixá-lo refinado ao máximo”

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Foto: Tyy Heathrow

Foto: Tyy Withrow

Professor da escola Guetho BJJ Texas, o faixa-preta Jackson Silva já saboreou conquistas em todos os diferentes estágios de sua vida dedicada ao Jiu-Jitsu.

Como aluno, venceu seus pequenos desafios diários, e foi até a faixa-preta.

Como atleta, aprendeu que a mente blindada precisava caminhar ao lado de uma parte física e atlética equivalentes. Ao compreender isso, conheceu o alto do pódio em grandes torneios da IBJJF – só no ano passado, como faixa-preta master 1, ele foi campeão absoluto e no peso no American National, vice-campeão no Pan e medalhista de bronze no Mundial Master.

Como professor, virou referência para seus alunos e passou a aconselhar, motivar e mudar a vida de seus pupilos, ajudando-os a ganhar medalhas importantes.

E, enfim, Jackson vem abraçando com sucesso uma quarta etapa: o trabalho como árbitro de Jiu-Jitsu. É aí que o estudo das técnicas, minúcias e decisões chegou ao ápice. Sem domínio do conhecimento, sem profissionalismo e postura, não há boa arbitragem.

“Poder ter vivenciado o Mundial Master 2025, o maior evento esportivo da história do Jiu-Jitsu, foi uma honra gigantesca – o Jiu-Jitsu chegou a um tamanho absurdo como modalidade, e só vai crescer mais”, conta o professor.

“Tive a experiência de arbitrar tanto as lutas dos pequenos como a de atletas de mais de 60 anos, então foi quase como uma pós-graduação em arbitragem. Pude ali em Las Vegas observar de perto a técnica e o talento de alguns futuros campeões do nosso esporte, e creio que em dez anos essa criançada vai realizar uma nova revolução no esporte. E também conferi mais uma vez a garra inspiradora dos veteranos. A gente aprende muito sobre nós mesmos nessas horas”, reflete.

Nesta fase de árbitro, o professor Jackson sente que nunca se aprofundou tanto nos detalhes e minúcias técnicas, e que isso só enriquece seu conhecimento como professor.

“O Jiu-Jitsu nos oferece esse tipo de evolução obrigatória”, analisa. “No início, quando somos alunos, precisamos resolver nossos próprios problemas para nos tornarmos um faixa-preta, para conseguir ir bem num campeonato. A partir daí, aprendemos a aconselhar e ajudar com o problema dos outros. O professor de Jiu-Jitsu é quase um psicólogo nos tatames.”

Já como árbitro, Jackson conheceu o refinamento e o conhecimento enciclopédico das técnicas.

“Durante essa fase, já não basta saber mostrar uma posição, você precisa perceber cada detalhe para julgar e ser justo com os competidores. É preciso postura e profissionalismo para ser um árbitro de respeito. Mas é essencial, também, ser cirúrgico no conhecimento das regras e das condutas. É quando o profissional do Jiu-Jitsu enfim entende como as regras foram feitas, e por que foram feitas daquela forma”, avalia o campeão.

“Eu hoje, como árbitro, percebo que ser juiz é como o último estágio de polimento de uma joia, e deixá-la refinada ao máximo. E essa joia é o nosso conhecimento técnico, o estudo de uma vida inteira.”

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