No dojô molhado de lágrimas, a essência do Jiu-Jitsu

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Jackson Santos passa a guarda: o peso pesado chorou ao vencer o absoluto, e mostrou por que a amizade é um dos pilares do Jiu-Jitsu. Foto: Gustavo Aragão

Jackson Santos passa a guarda: o peso pesado chorou ao vencer o absoluto, e mostrou por que a amizade é um dos pilares do Jiu-Jitsu. Foto: Gustavo Aragão

Não foi apenas na divisão de elite, a faixa-preta adulto, que o Brasileiro Sem Kimono trouxe euforia e emoção, no Tijuca Tênis Clube, no sábado passado.

Na faixa-roxa, por exemplo, a torcida do lutador Lucas Daniel não se conteve quando o jovem, apelidado de “Hulk” pelos companheiros da academia Marcio Rodrigues, foi capaz de passar a guarda da pepita João Miyao (Cicero Costha).

A excitação foi tanta que um amigo de Lucas, achando que a luta havia acabado, jogou uma bandeira para ele, mas a comissão de arbitragem tolerou a bobagem.

“Ele foi melhor que eu hoje, está de parabéns, fazer o quê?”, disse um desapontado João Miyao, enquanto guardava as coisas na bolsa para ir direto dali para São Paulo. Após recusar o convite de um amigo para ficar e ir às praias cariocas no domingo, o campeão peso-pluma roxa analisou o estilo dele e do irmão sem o kimono. “Acho que quando lutamos sem kimono faz bastante diferença. Sem o pano, não conseguimos prender os oponentes no nosso jogo como de costume. Vamos treinar mais para os próximos absolutos”, deu de ombros, referindo-se ao irmão Paulo, que também saíra derrotado, só que na marrom.

Choro, camaradagem e caminhos diversos

Involuntariamente, a derrota de Paulo Miyao no absoluto acabou contribuindo para o momento mais bonito do campeonato.

Na primeira semifinal do aberto marrom, Paulo enfrentou o corpulento Jackson Santos, que havia garantido o título dos pesados mais cedo. Miyao fez de tudo para raspar, quase chegou às costas do gigante, mas Jackson resistia com muita garra e preparo técnico. No fim da luta, a tática deu certo: Jackson atacou o pé com vontade e caiu por cima, recebendo uma vantagem pelo bote.

O oponente na final foi Rodrigo “Aquiles” Conceição, da Alliance, e o abraço entre os rivais denunciava que as feras não estavam se vendo pela primeira vez.

“O Aquiles é meu amigo desde garoto no morro do Cantagalo, onde começamos a treinar com o (Fernando) Tererê. Quando o Tererê precisou parar, optei por seguir treinando com o Ricardinho (Vieira), e o Aquiles ficou com a Alliance”, explicaria Jackson logo depois, em papo com o GRACIEMAG.com.

Na hora da batalha, a última do evento no Tijuca, Jackson conseguiu uma queda rapidamente, e administrou com segurança, pontuando novamente no fim: 4 a 0. Com o apito, a alegria virou um jorro de lágrimas após o abraço carinhoso entre os cascas-grossas, ainda ajoelhados no dojô.

“Jamais pude imaginar que seríamos adversários um dia. Por isso me emocionei, sempre treinamos juntos e ele é um guerreiro como eu. Sempre batalhamos muito para chegar até aqui”, disse Jackson.

Ricardinho Vieira quer voltar no ADCC 2013

Não foi a única grande alegria da CheckMat no dia. O faixa-preta Ricardo Vieira retornou às competições após anos dedicados à família, e com duas vitórias, celebrou o ouro no peso-pluma master.

“Venci a primeira por boa margem de pontos, e a final por 2 a 0, numa luta bem legal contra o Anderson Pereira. Foi gostoso demais, já estou pensando em aumentar a carga de treinos e participar do ADCC, na categoria até 66kg. Acho que tem boas chances, pois meu irmão Leozinho deve lutar de 77kg”, comentou Ricardinho.

Acha que a emoção acabou? Hoje é dia do Mundial Sem Kimono. Será que a competição na Califa que vai de hoje a domingo vai reservar momentos de emoção e alegria como esses, leitor?

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