Tanquinho: “Não tem rivalidade, não fui eu quem criou esse mal estar”

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Tanquinho comemora o triunfo. Foto: John Lamonica.

Ele não foi o campeão peso e absoluto do World Pro – feito conquistado por Rodolfo Vieira -, mas Augusto Tanquinho deve ter sido o nome mais comentado em Abu Dhabi. A rivalidade com a Atos na competição surgiu e cresceu depois de o lutador anunciar que competiria na categoria 65kg, derrotar três oponentes da equipe de Rio Claro e se classificar para a final contra Rafael Mendes. O triunfo numa decisão parelha serviu para aumentar ainda mais os comentários, seja eles contra ou a favor.

Nas linhas abaixo, num bate-papo com o GRACIEMAG.com, Tanquinho expõe sua opinião e comenta o importante resultado:

Qual a grande lição que tirou nesta vitória?

Eu não tive uma grande lição, não mudou muita coisa do que eu penso sobre ganhar ou perder um campeonato, mas acredito que essa minha vitória aqui foi uma grande lição para muitas pessoas. A mais importante de todas acho que foi respeitar o adversário e não achar que uma luta já está ganha antes do fim. Aqui em Abu Dhabi eu escutei muitas coisas, muita falta de respeito e falta de humildade, falaram até que eu não duraria três minutos com o Rafael, queriam apostar os 8 mil de premiação nele. Enfim, acho que muita gente tem que repensar os valores morais que o Jiu-Jitsu nos ensina.

Comente a sua luta final?

Foi uma grande luta, como eu pensei que seria. A luta não parou nenhum minuto, a área de luta era grande como o Rafael queria e não fugi hora nenhuma como ele falou que eu faço. Não falei com os juízes, simplesmente a gente foi lá e fez um bom espetáculo! O Rafael me raspou no início, depois eu raspei, ele atacou um leglock e ganhou vantagem, depois ele tomou uma punição verbal por agarrar na boca da calça, depois me raspou e tomou outra punição verbal por amarração. Depois eu raspei e ataquei um leglock no fim, e ganhei uma vantagem. Foi uma grande luta, 4×4 nos pontos. Eles (Atos) estão reclamando, pedindo uma vantagem no pé, mas não teve perigo nenhum de finalização, eles reclamam de uma vantagem no fim de uma raspagem do Rafa, mas para mim ele ainda estava defendendo o leglock e o tempo acabou antes. Enfim, fui lá, fiz o meu trabalho e mostrei que luta se ganha no tatame e não com a boca.

O que pensa de toda essa rivalidade que acabou criada entre você e a Atos?

Para mim não tem rivalidade, não fui eu quem criou esse mal estar. Foi uma coincidência eu lutar contra quase todos da Atos, algumas pessoas de lá, que se sentiram incomodadas por eu ir passando um por um, começaram a falar mal de mim e do modo que eu luto. Mas eu não guardo mágoa, deixo tudo isso para lá, a guerra fica no tatame e não precisamos faltar com o respeito. Algumas pessoas da Atos falaram comigo e foram super legais, outros nem falar comigo falam mais, espero que no fim todos sejam maduros o suficiente e vejam que isso é uma grande bobeira e que nós atletas temos que treinar e aceitar derrotas, vitórias e as decisões dos juízes. Não foi a primeira e nem será a última luta que tem polêmica e vai ter reclamações.

Pretende agora lutar mais vezes na categoria pena?

Ainda não sei, quero conversar com o meu professor Álvaro, meu irmão Tank e meus companheiros de equipe sobre isso. Mas estou disposto a descer de peso sim, se eu conseguir ficar forte e estar treinando perto desse peso eu acredito que nos próximos eventos e apareça entre os penas.

Quais os objetivos agora?

Agora vou voltar ao Brasil e treinar mais e mais. O título já passou e quero estar preparado para ganhar a próxima luta no tatame, como eu sempre fiz. Devo lutar a seletiva do ADCC no Brasil, o Brasileiro e depois o Mundial, depois vou ficar um tempo só fazendo alguns seminários que estão marcados e outros que irão aparecer.

Quero agradecer a todos pelas mensagens de incentivo que recebi nessa competição! A Atama, Copacabana USA e Mazwar que são meus patrocinadores por acreditarem em mim e me darem suporte para as minhas vitórias.

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