Quando a mulherada finaliza estereótipos

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A mulherada na Emirates Cup, em Abu Dhabi. Foto: Acervo Pessoal Cassuza Fornari.

É comum em torneios de Jiu-Jitsu a participação feminina. Cada vez em maior número, as lutadoras proporcionam um espetáculo à parte e trazem mais beleza à arte suave. Tanto em campeonatos como em qualquer academia, o ambiente fica menos rústico e ganha ares mais leves. Natural quando isso ocorre nos EUA e no Brasil, mas no Oriente Médio, convenhamos, não esperávamos isso. Pelo menos não tão rápido.

Quando soubemos, aqui em Abu Dhabi, que o projeto de implementação do Jiu-Jitsu nas escolas também abrangeria meninas, não ficamos apenas surpresos. Mas, confesso, ficamos descrentes no sucesso. É claro que sabíamos da grande capacidade das professoras contratadas, mas ensinar luta agarrada numa região como a do Golfo já não era fácil para os meninos, imagina para meninas.

Hoje, todas as escolas femininas do projeto tem uma aceitação notável do Jiu-Jitsu. Houve em fevereiro o primeiro campeonato escolar feminino, e no último dia 4 de março testemunhamos um grande comparecimento feminino na Emirates Cup. Mais da metade das lutadoras lutaram com o hijab, o lenço islâmico que cobre os cabelos, o que prova mais uma vez a capacidade de conciliar esporte e tradição.

Após o torneio, que foi televisionado ao vivo nos Emirados, muitas de nossas “guerreiras” receberam ligações de familiares e amigos, dando os parabéns pela participação. Ou seja, prova do apoio familiar e apreço social.

Agora é esperar pelo World Pro, em abril, onde estas valorosas mulheres prometem mostrar que, no que depender do Jiu-Jitsu, vão continuar a finalizar os estereótipos. Parabéns pelo dia de ontem, mulheres.

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