Pé de Pano comenta retorno triunfal e cutuca berimbolo: “Nem sei o que é”

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Marcio Pé de Pano comemora a vitória. Foto: GRACIEMAG

Marcio Pé de Pano comemora a vitória na Pirâmide. Foto: GRACIEMAG

Marcio Pé de Pano vivia rondando o pódio há alguns anos. Hoje profissional do MMA, o bicampeão mundial absoluto (2002/03) viu sua última luta no M-1 Global ser adiada, por culpa de uma contusão do peso pesado russo Dmitry Zabolotny.

Convidado para ingressar na BJJ Pro League, no último domingo em Long Beach, na Califórnia, Pé de Pano topou na hora e se deu bem, vencendo suas duas lutas e faturando 5 mil dólares. Seu trunfo foi uma chave de braço aplicada na final, contra Gustavo Sirizinho. “Apenas usei a especialidade da casa”, comentou o gigante gaiato nascido e criado nas favelas cariocas.

GRACIEMAG: Qual foi seu maior obstáculo na BJJ Pro League da IBJJF?

MARCIO PÉ DE PANO: A dificuldade e a correria do dia a dia. Cuidar da academia, dos filhos e além disso ter tempo e saúde para treinar forte. Porque hoje em dia não tem luta fácil, e eu também estava há um tempo sem lutar de kimono. Perde-se um pouco do tempo de competição.

Você é um defensor das técnicas mais clássicas, e detesta novidades como o berimbolo. Tentaram berimbolar você em Long Beach agora?

[Risos] Se tentaram eu não sei, porque nem sei o que é isso.

Um torneio com remuneração era um um pedido antigo dos atletas. Acha que faltaram alguns astros no evento?

Sim, não sei por que não puderam ir. Só sei que acho a ideia fantástica. Me convidaram e eu fui [risos].

O que você aprendeu ao duelar com gigantes da nova geração, como o “jegue” da GFTeam Ricardo Evangelista?

Aprendi que é preciso estar com a parte física em dia, pois os caras são muito fortes hoje em dia. Eles treinam como profissionais. Não é fácil, o que complica mais é que aos 35 anos estamos sempre com alguma dor ou uma contusão antiga que sempre volta. A gente sente o peso da idade. Mas, quando se faz o que ama acaba ficando tudo bem no fim.

Você precisou virar a luta com o Sirizinho no fim, com uma chave de braço da guarda. Esperava ser campeão?

Apenas usei a especialidade da casa… Fui apenas com a intenção de me divertir, sem pressão de vencer. E foi bem legal voltar a ser campeão, estava de fato com saudade desse sabor. A lição que fica, que eu sempre passo para os meus alunos, é não deixar ninguém dizer o que você pode ou não fazer; se quer alguma coisa, trabalhe para que isso aconteça! Você pode tudo, se treinar duro.

Pé, qual foi o detalhe para o armlock decisivo?

Cara, aquele é um golpe que faço desde a faixa-azul, e que desenvolvi com o tempo. Desde meu primeiro treino como faixa-branca eu senti que tinha um dom ali ao fazer guarda, e eu nem sabia o que era guarda. O importante é você e o professor desenvolverem as habilidades que você tiver.

Pé de Pano, por que você ainda luta, seja MMA ou Jiu-Jitsu?

Olha, ninguém deve lutar para agradar ninguém. Luto por amor, não por dinheiro ou fama. Foi isso que aprendi com todos esses anos. Hoje há lutadores mais preocupados em se promover na internet do que em competir. Aqui na América tem uns caras de quem nunca ouvi falar e nunca vi lutar, mas o cara já vira uma febre na internet…

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