Especialistas põem o julgamento do MMA em xeque

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Thomson comemora, enquanto Gesias fica frustrado. Foto: Esther Lin

O resultado da luta entre Gesias Cavalcante e Josh Thomson, no Strikeforce deste sábado, na Califórnia, coloca mais uma vez em dúvida a competência das Comissões Atléticas no julgamento de lutas de MMA.

O combate, vencido por Thomson em decisão unânime, abriu espaço para interpretações diferentes, não há como negar. Entretanto, a opinião da maioria, expressada pelas diversas ferramentas que a internet dispõe, é de que o julgamento foi equivocado.

Como comentado, há tempo que as decisões das Comissões em diversos combates são contestadas. Podemos lembrar, recentemente, da primeira luta entre Maurício Shogun e Lyoto Machida – esta até um julgamento difícil, mas que deu o que falar- , no UFC 104, e a de Brandon Vera contra Randy Couture, no UFC 105, entre tantas outras.

A primeira luta entre Lyoto e shogun trouxe polêmica. Dana White fez a revanche. Foto: Josh Hedges

Em reportagens recentes, a revista Nocaute debateu o assunto com diversos especialistas. O árbitro do UFC Herb Dean, por exemplo, comenta o fato de muitos jurados não praticarem artes marciais:

“É preciso treinar para entender as técnicas, saber o que os caras estão fazendo. Acho que muitos problemas surgem justamente por isso. Podem não fazer a melhor avaliação em relação a uma tentativa de estrangulamento ou algo assim. Muitas vezes não entenderão certos movimentos.”

Se sou médico ortopedista, vou ser o ideal para um paciente com problemas no coração?” Dedé Pederneiras

Já o ex-lutador e treinador André Pederneiras critica o fato de as Comissões que controlam o MMA serem as mesmas que julgam o boxe:

“Eles têm que colocar árbitros com experiência em MMA, é preciso uma formação geral de luta. Acho que a tendência é parar de trabalhar com comissões de boxe e criar, realmente, uma de MMA. Por exemplo: se sou médico ortopedista, vou ser o ideal para um paciente que está com problemas no coração? É o que estão fazendo.”

Vera acertou mais Couture, mas perdeu no UFC 105. Fot: Josh Hedges

Carlão Barreto, ex-lutador e árbitro, lembra da importância de entender a luta de solo:

“As Comissões têm que se atualizar mais quanto às lutas de chão, até pelo alto nível técnico que esse quesito alcançou no MMA. Não deve ser mais valorizado a luta em pé ou no chão. O que deve contar é quanto efetivo o lutador foi. O MMA é a mistura de todas as lutas e deve ser interpretado assim.”

Mario Yamasaki, que também é árbitro do UFC, diz o que é feito para melhorar:

“Há um movimento entre os juízes de mesa. Está havendo polêmica em muitas lutas, mas o esporte é novo e ainda vai evoluir muito. As Comissões estão evoluindo, mas, cada estado tem a sua e isso varia. Em Nevada, Nova Jersey e Califórnia, que começaram isso, tentam fazer reuniões após cada evento. Os árbitros se reúnem e debatem. Mas há comissões que não se preocupam com isso. Muitos juízes vêm do boxe, e MMA é outro esporte. Mas isso vai mudar, porque começou a dar muita polêmica.”

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