O doutor Gregory House veria o mundo de outra forma com o Jiu-Jitsu

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O doutor House: ele não conhecia o Jiu-Jitsu. Foto: Divulgação

O doutor House: ele não conhecia o Jiu-Jitsu. Foto: Divulgação

Criado por David Shore e personificado por Hugh Laurie, o médico Gregory House tornou-se um dos personagens de TV mais populares do mundo nos últimos oito anos, graças à saudosa série encerrada na última quinta-feira.

Entre um caso misterioso e outro, House soube injetar no cotidiano dos espectadores altas doses de sarcasmo, (mau) humor e dolorosa angústia. Com lesões e sentimentos extremos, o médico ranzinza e drogado vivia apoiado basicamente em duas leis humanas: 1) Todo mundo mente. 2) Ninguém jamais muda, ou só muda quando morre.

Será que se fosse apresentado ao Jiu-Jitsu o médico fictício mudaria sua forma de ver o mundo? Pensamos que sim, por pelo menos quatro razões:

1. Sim, as pessoas mudam

Durante suas oito temporadas, a série “House” buscou explorar com humor afiado todos os defeitos, e que defeitos, da raça humana em geral. Falta de objetivos, pouca determinação, egoísmo, traições – e nem o flerte com a morte fazia ninguém melhorar. Até aí, tudo próximo da realidade. Todos sabem como é difícil mudar a rotina e a dieta depois de anos de costume. Por isso, abandonar maus hábitos requer uma revolução na forma de pensar. É preciso adotar um estilo de viver e ver a vida radicalmente diferente, mas ao mesmo tempo viável e apaixonante. Os praticantes de Jiu-Jitsu passam a entender isso logo que caem de amores pela arte. Pergunte ao ex-gordinho Junior Cigano. Pergunte ao ex-preguiçoso Daniel Sarafian, astro do “TUF Brasil”. Sim, as pessoas mudam. E de kimono isso fica mais fácil.

2. O que vale é o enigma

No último capítulo, doutor House enfim percebe que vivia uma vida tão vazia, sem amor, objetivo e sentido, que sua única motivação para acordar no dia seguinte era solucionar o próximo enigma médico. A vida do paciente importava, claro, mas no fundo ele só queria resolver o quebra-cabeças e vencer mentalmente o jogo. House iria gostar do Jiu-Jitsu. A cada enigma resolvido em nosso xadrez humano, você acorda ainda mais disposto para o treino do dia seguinte. A diferença de House para nós praticantes, no entanto, é que o médico só recebia em troca a satisfação consigo mesmo, algo egoísta. Ao resolver os enigmas do tatame, você ganha saúde, autoconfiança para melhorar o mundo que o cerca e muitas amizades.

3. Há um lugar onde as pessoas não mentem

House dizia que as pessoas mentem e vão mentir sempre, mesmo que esteja em jogo a saúde delas. Há, no entanto, um lugar onde ninguém mente. Se o camarada é apressado, ele será apressado. Se é persistente, ele será persistente. Se é arrogante, ele será arrogante. E este lugar é o dojô. Na hora do sufoco, na hora da vitória, ali dentro todos se revelam. House gostaria de ver a verdade revelada, ao menos na academia.

4. Medicina não é apelar para drogas e químicas

Se houvesse travado contato com as ideias de grande mestre Carlos Gracie, Gregory House enfim entenderia, na teoria e especialmente na prática, que a medicina não é somente prescrever remédios. Como os sábios gregos ensinavam, a prática da medicina consiste em prevenir-se, com alimentação saudável, 30 minutos de exercícios diários no mínimo, bom sono e bons hábitos. Não é lúpus, doutor House, pode ser apenas falta de melancia e açaí no cardápio.

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