Após título em casa em Abu Dhabi, Carol De Lazzer sonha com ouro mundial

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Carol De Lazzer está treinando forte em Abu Dhabi para derrubar as rivais em Long Beach. Foto: Arquivo Pessoal

Gaúcha de Caxias do Sul, a faixa-preta Caroline De Lazzer conheceu a fama como atleta e professora de Jiu-Jitsu em Abu Dhabi, na capital dos Emirados Árabes, onde mora há cerca de quatro anos. É lá no deserto do Oriente Médio que a lutadora de 32 anos, casada com o também faixa-preta Marcão “Santa Cruz” Oliveira, segue afiando seu jogo para tentar o ouro no Mundial 2013, em Long Beach, a partir do dia 29 de maio, na categoria meio-pesado.

A primeira missão de Carol na temporada foi cumprida: no WPJJC de Abu Dhabi, em abril, ela venceu o peso até 72kg, ao superar Fernanda Mazzelli na final, por três vantagens.

O que ela espera do Mundial na Califa? GRACIEMAG bateu um papo com ela para descobrir.

GRACIEMAG: A festa pelo ouro em Abu Dhabi foi grande. E agora, como estão os treinos para o Mundial da IBJJF em Long Beach?

CAROL DE LAZZER: Optamos por manter o mesmo treinamento, muito wrestling, judô, Jiu-Jitsu, drills e muita atenção à preparação física. Após cada campeonato, a gente analisa cada detalhe para buscar corrigir os erros cometidos, algo importante para chegar pronta e confiante para um grande torneio. Meu treinamento será todo em Abu Dhabi, aqui temos um grupo de treino de alto nível que me ajuda em todas as áreas. Meu marido e treinador Marcos Oliveira se encarrega de organizar o cronograma de treinamento e a estratégia para cada adversária.

Você vai lutar de meio-pesado. Está confiante para tentar também o absoluto, e tentar um modo de surpreender a campeã Gabi Garcia?

Estou lutando em categorias mais leves hoje, por isso não tenho a intenção de lutar o absoluto. De fato a Gabi é hoje o maior nome do Jiu-Jitsu feminino mundial, é uma atleta que vem evoluindo a cada campeonato, além de ser uma guria de um coração gigante. Acho que tenho a fórmula para lutar com ela, tanto que já usei uma vez (risos). Mas no caso o segredo é a alma do negócio. Seja como for, fico na torcida para que a mais preparada vença sempre. Vamos ver o que vai rolar lá na hora.

Como foi a festa da vitória no WPJJC 2013, título conquistado diante de sua torcida?

Eu sempre desejei muito vencer o WPJJC. Desde 2009, quando vim morar nos Emirados Árabes, eu tinha dois objetivos: um era me tornar campeã do WPJJC; o o outro era fazer uma lutadora árabe campeã. Eu sabia que o caminho seria longo, pois era o início da implantação do Jiu-Jitsu feminino no país. Em 2012, optei não lutar, pois meu objetivo era estar 100% focada nas minhas alunas e dar toda assistência e segurança para elas durante a competição. Das minhas cinco alunas inscritas, quatro medalharam e duas foram campeãs. Uma delas, Shamsa Hassan, se tornou a primeira mulher dos Emirados campeã mundial. Este ano então decidi que era minha vez de ser campeã. Contei com o apoio do Marcos, dos amigos, das alunas e de meus colegas de treino, e todos tiverem um papel essencial nessa conquista. Acredito que a vida tem seu próprio tempo e quando damos o melhor de nós, somos recompensados com momentos assim, em que a vitória não é apenas um resultado, mas a soma de todos os momentos, as experiências, ou seja, a jornada que te levou até ali.

O que ficou de lição após a vitória em cima de Fernanda Mazzelli na final?

Eu já tinha lutado com a Mazzelli em torneio de wrestling. Então a luta ocorreu do modo traçado. Marcos e eu tínhamos estudado o jogo de todas as meninas da categoria e treinamos para todas as situações. Eu sabia que não poderia errar com a Fernanda, pois ela joga muito bem na guarda. A estratégia foi impor meu ritmo do início ao fim e foi o que ocorreu. Só pude respirar aliviada quando acabou, e venci por três vantagens.

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