As lições do faixa-roxa de Jiu-Jitsu Tony Martin, algoz de Morango no UFC Rio

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Tony usa o Jiu-Jitsu para vencer Fabricio Morango. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC

Tony usa o Jiu-Jitsu para vencer Fabricio Morango. Foto: Josh Hedges/Zuffa LLC/Zuffa LLC

A situação do americano Tony Martin antes do UFC Rio poderia ser vista como delicada: vinha de duas duras derrotas no evento, para Rashid Magomedov e Beneil Dariush. Mas Tony soube virar o jogo.

Para se garantir na organização de Dana White, ele capturou o braço do faixa-preta Fabrício Morango numa justíssima kimura no Maracanãzinho, na noite de 25 de outubro.

Como ele conseguiu neutralizar o experiente Morango? O faixa-roxa conta que a paciência e o posicionamento de quadril foram pontos importantes na hora da finalização.

Praticante de Jiu-Jitsu há quatro anos e atleta de MMA desde 2012, ele hoje acumula nove vitórias (sete por finalização) e duas derrotas. Em papo exclusivo com GRACIEMAG, Tony analisou a vitória e como vê o Jiu-Jitsu.

GRACIEMAG: Você vinha de duas derrotas seguidas, mas virou o jogo no UFC com boa vitória sobre Fabricio Morango. O que fez diferença no Rio?

TONY MARTIN: Recebi a notícia sobre a luta em pouco tempo, e sabia que meu gás tinha sido o ponto mais fraco nas minhas últimas apresentações. Tinha algumas coisas dando errado na semana da minha luta contra Beneil Dariush, onde acabei finalizado. Meu time e eu resolvemos essas questões. Uma delas foi me mudar para Boston e treinar com Mark Delagrotte, da Team Sityodtong. Foi o Mark quem melhorou minha força e meu gás. Nós realmente concentramos nesse aspecto e ainda afiamos minhas habilidades. Não tinha muito tempo para adicionar novas técnicas, apenas treinamos o básico e o gás.

Como foi o lance da kimura, na sua visão?

O detalhe principal foi a paciência. Minha equipe e eu conversamos muito sobre ser paciente e não apressar nada. Não queria usar energia em excesso, só quando eu precisasse. Entendo que 95% do Jiu-Jitsu é controle de quadril. Você usa seus quadris para controlar o oponente. Meu posicionamento de quadril foi importante na hora de finalizar Morango na kimura, além da paciência. Acho que a maioria dos lutadores iria desistir do golpe caso não conseguisse finalizar logo, mas eu sabia que com paciência chegaria ao arrocho. Eu não apressei a finalização, pois não queria perder o golpe. Morango é um ótimo lutador de chão e eu não poderia vacilar. Então fui calmo e preciso para sair vitorioso.

Você treina Jiu-Jitsu de kimono?

Eu treino Jiu-Jitsu há quatro anos. Desde o primeiro dia de aula fui de kimono. Sou faixa-roxa de Brock Larson. Brock é faixa-preta dois graus, graduado por Dave Camarillo. Sou um apaixonado pelo Jiu-Jitsu e acredito que os lutadores devem treinar de kimono regularmente. O kimono ensina a técnica apropriada para você não usar o movimento errado. O kimono também obriga você a usar uma boa técnica. O jogo sem kimono é mais uma disputa atlética, já o jogo de kimono é uma arte. Minha finalização favorita é a kimura. Você pode usar este golpe em várias ocasiões no Jiu-Jitsu. Além disso, é muito fácil fazer a transição para outros golpes que mantém você sempre por cima e na frente.

Como você vê seus passos na divisão dos leves?

A melhor coisa que posso fazer agora é continuar evoluindo como lutador de MMA. Não tenho nenhum adversário específico em mente, só sei o que é preciso para continuar vencendo. Quero ir passo a passo, porque a paciência é a chave da vitória para mim. O peso leve é extremamente disputado. Anthony Pettis parece estar em seu auge e é muito rápido. Você olha para os 20 melhores pesos leves e verá toneladas de caras que representam uma grande ameaça para o campeão Pettis. Vai ser muito interessante observar esse movimento no ranking.

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