As 16 lições do último Mundial de Jiu-Jitsu*

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1. Lição de Gilbert Durinho

Após bater tantas vezes na trave, o peso leve da Atos venceu uma das divisões mais complicadas da história dos Mundiais. Ensinamento: não desanime se você chegou tantas vezes perto do objetivo, e ele escapou. São essas tentativas, que outras pessoas chamam erroneamente de “frustrações”, que na hora H vão fazer você conquistar mais do que um simples objetivo, mas seu maior sonho na vida.

2. Lição de Kron e Tanquinho

Os dois finalistas (do leve e do pena) baixaram de peso para atingir seus melhores resultados na carreira. Procure analisar se seus resultados não estão aquém por falta de uma dieta – ou mesmo de uma sauninha, antes de uma competição.

3. Lição de Gabrielle Garcia

Certa ocasião, após vencer o pesadíssimo Luiz Felipe Big Mac, o faixa-preta Alexandre Souza ensinou: “Uma montanha a gente não derruba, a gente escala”. Caso você seja uma oponente de Gabi Garcia e não esteja conseguindo vencê-la, treine e estude mais. Adotar a tática indelicada de ficar espinafrando e falando mal da campeã absoluto é coisa de quem não entendeu nada do espírito do Jiu-Jitsu, em que grandes oponentes moldam nosso caráter e nosso jogo.

4. Lição de Tyler Brey

O faixa-azul da Infinite Jiu-Jitsu provou que não é preciso ser faixa-preta para ensinar e emocionar a plateia, em Long Beach. Sem os movimentos das pernas por uma má formação da espinha, Tyler estacionava a cadeira de rodas na beira do ringue e caía dentro. “Se você se limita, você não vai a lugar nenhum. Não tenho tudo, mas Deus me deu tudo aquilo que preciso para fazer o que eu quero”, disse o jovem californiano. Pare de reclamar das dificuldades e se pergunte como você pode fazer a diferença.

Tyler Brey, numa das grandes cenas do Mundial 2011 da IBJJF. Fotos: Ivan Trindade.

Tyler Brey, numa das grandes cenas do Mundial 2011 da IBJJF. Fotos: Dan Rod/GRACIEMAG

5. Lição de Angélica Galvão

A esposa de André ficou cinco anos afastada dos treinos para cuidar da filhota. Mesmo depois de tantos anos parada, voltou e foi campeã mundial, na faixa-roxa. Inspire-se nela, não perca a boa forma e volte a treinar amanhã, seja qual tenha sido seu motivo para deixar o Jiu-Jitsu de lado.

6. Lição de Braga Neto

O amazonense pupilo de Roberto Gordo foi campeão mundial em 2008, e enfrentou dois anos de maus resultados na Califa até o bi este ano. Persevere, continue treinando e acreditando, afinal tempestades e bonanças são normais durante qualquer jornada.

7. Lição dos irmãos Mendes

Os primeiros manos a serem campeões mundiais no mesmo ano, na faixa-preta, começaram juntos e chegaram juntos ao topo. Convide quem você ama para treinar com você. O Jiu-Jitsu só fortalece a união, e ajuda nos seus objetivos.

8. Lição de Pé de Pano

No início do ano, Marcio Cruz declarou ao GRACIEMAG.com que ia retornar e buscar uma medalha no Mundial 2011. Dito e feito, o popular Pé de Pano só parou na semifinal em luta parelha com Rodrigo Cavaca. Se você acredita mesmo em suas promessas, verbalize, divida com amigos ou mesmo com os rivais. Cobre-se e chegue lá.

9. Lição de Hannette Staack

Ouse. Se o golpe que o oponente oferece no cardápio é o armlock voador, encaixe e vá para a galera.

10. Lição de Letícia Ribeiro

Let declarou que é a pupila Bia Mesquita que não a deixa parar de competir. Ferro forja ferro, aço molda aço. Ensine tudo para os parceiros de treino para você continuar evoluindo, e vencendo junto com eles.

11. Lição de Léo Nogueira

O ouro absoluto no Brasileiro, semanas antes, foi fundamental para seu sucesso no Mundial. Esconder o jogo pode ser eficaz, mas se testar contra os melhores é muito mais produtivo. Prepare-se e encare os desafios na hora em que eles aparecerem.

12. Lição de Cris Cyborg e Ben Henderson

O Jiu-Jitsu pode não ser a única preocupação de sua vida, mas entre as menos importantes, deve ser a mais importante. Treine, teste-se o tempo todo, e de repente, você volta com uma medalha de bronze para mostrar aos amigos do UFC, como fez Ben, ou o ouro para mostrar para o pessoal do Strikeforce, como Cris fez.

13. Lição de Marcelo Garcia

Desconfie de preceitos surrados como “É fácil atingir o topo, duro é se manter”. Diversos superastros ralaram muito em seus anos de categoria de base, enfrentaram todos os desafios que puderam, batucaram sem vaidade, e hoje parece que vencem no “automático”. É o caso de Marcelinho, que encarava tudo que é absoluto na marrom, desenvolveu seu jogo invencível e hoje é pentacampeão, e dono do peso médio.

14. Lição de Alexander Trans

E daí que a sua atividade é pouco ou nada reconhecida no seu país? Lute, desenvolva suas habilidades e busque ser o melhor no que você faz. Em algum tempo, você pode, por exemplo, vir da Dinamarca e tornar-se o melhor do mundo no Jiu-Jitsu brasileiro.

15. Lição de Luanna Alzuguir

Fissurou a costela no auge da guerra? Finalize rápido, pegue a medalha de ouro e vá se tratar muito mais realizada e feliz.

16. Lição de Rodolfo Vieira

Não deixe que os títulos ou as glórias mudem o seu jeito de ver o mundo. Uma historinha pescada do Blog GRACIEMAG no Mundial ilustra isso: no primeiro dia do Mundial, Rodolfo entrou na longa fila normalmente para pegar sua camiseta da IBJJF e sua GRACIEMAG, a que todos os 2.300 atletas inscritos tinham direito. Quase na sua vez, Rodolfo pôs a mão no bolso e viu que estava sem a carteirinha da IBJJF, e saiu da fila, dizendo para um amigo: “Ih, não trouxe a carteira com a minha identificação, volto amanhã…” “Como assim, maluco? É você que está na capa da GRACIEMAG que vamos receber! Todo mundo sabe que você é você!”. Mesmo assim, Rodolfo seguiu a regra e saiu da fila, retornando no outro dia, com a carteirinha, para pegar sua revista e sua camisa, todo feliz.

* Esta reportagem foi publicada originalmente em GRACIEMAG #172. Se você não quer perder a do mês que vem, corra e assine sua revista de Jiu-Jitsu favorita, clicando aqui.

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