Ary Farias volta ao Brasileiro de Jiu-Jitsu “indignado” e com Isaque na mira

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Ary Farias na seletiva de Jiu-Jitsu em Gramado. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG.

Levinho de respeito, Ary Farias não ficou nada satisfeito com sua última atuação no Jiu-Jitsu, na Seletiva de Gramado para Abu Dhabi, em março.

“Estou indignado, na verdade. Para ser bem sincero, acho que desde o começo da minha carreira aquela foi uma das minhas piores exibições. Eu estava sem velocidade, sem movimentação, sem pressão e sem condicionamento físico. Um carro sem combustível é impossível de chegar a algum lugar. Acredito que quando você não está fazendo algo por amor e está sem motivação, o resultado é sempre negativo. E foi isso que aconteceu, eu não dei o meu máximo nos treinamentos”, disse ele ao GRACIEMAG.com.

“Eu acho que sofri por estar longe da minha família também, mas é a vida. Agora voltei com todo o meu foco, estou no melhor do treinamento e com um método eficiente de preparação física. Agora só irei lutar se for para brilhar. Fui a Gramado porque estava com saudades do dojô, e fiz também pela galera que estava com vontade de me ver lutar, fui contra as ordens do meu mestre Ramon Lemos. Ele tinha me dito: ‘Você não está preparado e isso vai ser ruim’, e mesmo sabendo que não estava na pegada, eu fui lá”, revelou.

Multicampeão brasileiro e vice no último Mundial de Jiu-Jitsu, ao fechar com Gui Mendes, o amazonense falou do seu principal erro na Serra Gaúcha, quando perdeu para Isaque Paiva na decisão dos juízes.

“Eu não gosto de dar desculpas para a derrota, mas sei e tenho total consciência dos erros que cometi. Fiz tudo errado. Errei no treinamento, na alimentação, fui teimoso e errei na estratégia, ou seja, não fiz nada para alcançar a vitória. A maioria das pessoas não sabe, mas tive apenas três semanas para me preparar para a competição, e em três semanas é impossível se tornar um campeão, sem treinamento não existe campeão. Campeões são feitos de sacrifício e treinamento ardente”, filosofa ele, que vinha de lesão mas agora está curado.

Derrota num detalhe

“Sofri uma lesão depois do Mundial e fiquei afastado dos treinamentos frenéticos praticamente sete meses. Mas mostrei que não tenho medo de perder, não sou corrido. Parabéns ao meu adversário que soube aproveitar as minhas falhas, o moleque mereceu e foi digno da vitória. Se tive grandes erros, meu adversário obteve os maiores acertos e a vitória. A luta foi definida em um simples detalhe, e isso me deixa mais bolado, porque quando você entra num combate e toma um carro, você tem de colocar na cabeça que precisa treinar muito para superar aquele seu adversário. Agora, quando a luta é definida em detalhes você fica engasgado. Mas agora estou fazendo tudo certo e na pegada dos treinamentos. E estou louco para lutar com ele de novo”, completa, mirando um novo combate contra o peso-pena Isaque Paiva no Brasileiro de Jiu-Jitsu, neste final de semana.

“Acho que a melhor resposta é a superação, derrota é uma coisa que não condiz comigo, sou um moleque que me cobro muito, então derrota para mim é algo bem forte e com símbolo de frustração. O melhor que tenho a fazer para apagar esse gosto amargo que estou sentindo e esses dias que não consegui dormir é treinar, treinar e treinar. Vou correr atrás do meu prejuízo, porque ficar derramando lágrimas não vai ser nada que irá me ajudar. Então é seguir em frente”, ele disse.

Ary lembrou ainda que tomou um ponto negativo “duvidoso” na luta, válida pela semifinal da Seletiva.

“É complicado você fazer tudo isso, lutar contra o árbitro, contra o ginásio praticamente todo querendo ver a sua derrota. Não consigo entender porque tantas pessoas com recalques. Essa galera não consegue torcer para o sucesso do próximo. Queria entender e saber do árbitro da minha luta qual critério ele usou para ter me dado uma punição no final da luta. Por falta de combatividade? Eu estava na guarda fechada do meu adversário, ele com a mão na minha faixa e eu estava totalmente impossibilitado de me mover. Eu sempre joguei pra frente e busquei a desistência do meu adversário. Mas como eu dizia, o maior erro foi meu mesmo, de deixar a luta ir para a decisão de um árbitro pouco preparado”, encerra.

Fique ligado no GRACIEMAG.com para a cobertura completa do Brasileiro de Jiu-Jitsu.

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