A luta-espetáculo entre o campeão Cezar Mutante e o valente Serginho no UFC 147

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Serginho Moraes e Mutante provaram no UFC 147 que "sangue nos olhos" pode ser bem mais que uma expressão. Foto: Victor Gruzman/GRACIEMAG

Serginho Moraes e Mutante provaram que "sangue nos olhos" pode ser bem mais que uma expressão. Foto: Victor Gruzman/GRACIEMAG

O pico de 19 pontos no Ibope alcançados pela Globo na madrugada, segundo números contabilizados pela emissora, foi apenas um dos sinais de que o UFC 147 em Belo Horizonte foi bem-sucedido.

Houve outros.

De início, temia-se por um desfecho aquém do que o UFC pode oferecer. Especialmente devido à ausência de Vitor Belfort, com a mão quebrada, e de Daniel Sarafian, tendão do bíceps rompido (só retorna em novembro).

No fim, os substitutos deram conta do recado. Rich Franklin não apenas substituiu bem Vitor, como sobreviveu a um knock-down arrasador no segundo assalto, praticamente salvo pelo gongo, para vencer a luta principal do evento.

Na penúltima luta do UFC 147, foi a vez de Serginho Moraes (bicampeão mundial de Jiu-Jitsu na faixa-preta, com mais uma prata ao fechar as finais com Marcelinho Garcia) provar que estava à altura de também brilhar na TV para todo o Brasil.

No caso dele, “para todo o Brasil” não era apenas bordão de Galvão Bueno. Serginho estava treinando com Mauricio Shogun em Curitiba, onde mora agora, seus amigos da Cohab e companheiros da Alliance torciam de São Paulo e os tios são do Mato Grosso do Sul. Todos foram dormir após desligar a TV cheios de orgulho.

Serginho mal tentou partir para a luta agarrada. Aturou as pancadas e os golpes rodados de capoeira de Cezar Mutante como poucos suspeitariam. Se caía, levantava. Se apanhava, revidava. E, num segundo round alucinante, no nível do primeiro TUF nos EUA, com a final entre Forrest Griffin e Stephan Bonnar, o campeão de Jiu-Jitsu bambeou, se refez e foi para cima, acertando essa bomba que você vê na foto.

Serginho Moraes acerta contragolpe em Mutante: "Ele me surpreendeu, evoluiu muito em pé", disse o atleta de Vitor Belfort. Foto: Inovafoto/Divulgação

Serginho Moraes acerta contragolpe em Mutante: "Ele me surpreendeu, evoluiu muito em pé", disse o atleta de Vitor Belfort. Foto: Inovafoto/Divulgação

O favorito Mutante foi o grande campeão dos médios do TUF Brasil, com méritos, mas o azarão tornou-se também um ídolo dos “de baixo”, que chegam desacreditados, unem esforço e disciplina e no fim provam seu valor.

No fim, para provar que a luta tinha sido mais parelha do que os juízes consideraram, foram ambos para o médico. Mutante foi fazer uma tomografia de rotina e Serginho teve um dente avariado.

O sinal mais forte que o UFC 147 entregou o que prometeu, mais uma vez, foi o público mineiro cantando sem parar, num Mineirinho apinhado com cerca de 17 mil pessoas.

Fora os milhões de novos fãs no sofá.

UFC 147 BH
Mineirinho, Belo Horizonte, MG
23 de junho de 2012

Rich Franklin derrotou Wanderlei Silva por decisão unânime dos juízes
Cezar “Mutante” Ferreira venceu Sergio Moraes por decisão unânime dos juízes
Rony “Jason” Mariano Bezerra venceu Godofredo “Pepey” por decisão unânime dos juízes
Fabricio Werdum venceu Mike Russow por nocaute técnico no R1
Hacran Dias venceu Yuri “Marajó” Alcântara por decisão unânime

Card preliminar
Rodrigo Damm venceu Anistavio “Gasparzinho” Medeiros no mata-leão aos 2m12s doR1
Francisco “Massaranduba” Drinaldo derrotou Delson “Pé de Chumbo” Heleno por nocaute técnico aos 4m21s do R1
Hugo “Wolverine” Viana derrotou John “Macapá” Teixeira por decisão dividida dos jurados
Thiago “Bodão” Perpétuo derrotou Leonardo “Macarrão” Mafra por nocaute técnico aos 41 segundos do R3
Marcos Vinicius “Vina” derrotou Wagner “Galeto” Campos por nocaute técnico aos 4m4seg do R3
Felipe Arantes empatou com Milton Vieira

Luta da noite: Rich Franklin vs Wanderlei Silva

Nocaute da noite: Marcos “Vina”

Finalização da noite: Rodrigo Damm 

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