Vicente Cavalcanti, a fera que aprendeu a amar o Jiu-Jitsu com Serginho Mallandro

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Professor Vicente lidera a Southside JJ. Foto: Josh Campbell / Go to Grapple

Há tempos, o Jiu-Jitsu tornou-se um esporte que transcende fronteiras e que está presente ao redor do mundo. Apesar dos combates serem individuais, a vitória é resultado do trabalho em equipe e de muito empenho de todos que contribuíram no processo. Foi isto que o professor Vicente Cavalcanti, nosso GMI na Austrália, aprendeu e replica diariamente para os seus alunos na Southside Jiu-Jitsu, sediada em Gold Coast.

Além de ministrar aulas à frente da Southside Jiu-Jitsu, Vicente também se mantém ativo como competidor e tem obtido resultados expressivos. Há cerca de três meses, o faixa-preta conquistou o terceiro lugar no Mundial Master, disputado em Las Vegas, nos Estados Unidos. Vicente finalizou as três primeiras lutas e foi parado na semifinal.

Em bate-papo com a equipe do GRACIEMAG.com, Vicente Cavalcanti analisou o mercado do Jiu-Jitsu na Austrália e elencou suas metas futuras à frente da Southside.

GRACIEMAG: Como começou sua história no Jiu-Jitsu?

Meu tio Sérgio Mallandro foi um grande influenciador na minha infância, sempre falou que eu precisava treinar Jiu-Jitsu. O problema era que  eu morava em Uberaba, em Minas Gerais, e não havia escolas de Jiu-Jitsu na cidade. Comecei a treinar em 2000, quando meu mestre Mauro Chueng chegou na cidade. Foi o Mauro quem me graduou até a faixa-marrom. Em seguida, entrei na equipe Alliance e fui graduado faixa-preta pelo mestre Alexandre Paiva, o “Gigi”,  em 2011.

O que você aprendeu com o Sérgio Mallandro no Jiu-Jitsu?

Nós nunca chegamos a treinar sério. Fizemos apenas um rola soltinho em Búzios quando eu ainda estava na faixa-branca. Fui derrotado e busco a revanche até hoje (risos).

O que diferencia a SouthSide BJJ das demais equipes da região?

Na equipe Southside, não existe “eu”, e sim, “nós”. Somos um grupo de professores sem egoísmo, uma verdadeira equipe, sempre tentamos nos ajudar ao máximo, tanto os alunos quanto a equipe como um todo. Somos um grupo muito unido,  quando um ganha todos ganham. A vitória é resultado de um trabalho em equipe, e do trabalho duro de todos os envolvidos.

Quando você percebeu que viveria em prol do Jiu-Jitsu?

Depois de ser graduado faixa-roxa, comecei a dar aula. Sempre tive o sonho de me mudar para o exterior e ter minha própria academia. Sou uma pessoa que gosto de ajudar as outras, seja no tatame ou em qualquer outro lugar. Trato todos com o mesmo respeito. No tatame, me identifiquei como uma pessoa que poderia formar campeões dentro e fora dele. Em 2010, quando me mudei para a Austrália, em Gold Coast mesmo, comecei meu trabalho dentro de uma igreja Maori no sul da cidade de Brisbane. Era localizada numa área menos privilegiada aqui da região. Em apenas  alguns meses de trabalho e com apenas 21 atletas conseguimos ficar em segundo no campeonato estadual. Atualmente,  somos 11x campeões estaduais, e perdemos apenas um ano.

Como você analisa o mercado do Jiu-Jitsu na Austrália?

Com certeza, já mudou bastante desde quando cheguei. Hoje em dia, há academias em quase toda esquina e são realizados eventos todos os finais de semana. O incentivo dos pais é grande e muitas crianças treinam. Acredito que em alguns anos veremos vários campeões mundiais oriundos da Austrália.

Quais são os maiores desafios de ensinar o Jiu-Jitsu no exterior?

No início, foi o idioma. Me mudei para a Austrália sem falar uma palavra em inglês. Graças a Deus, fui acolhido por pessoas especiais que sempre me ajudaram. Também tive a felicidade de me mudar para um país onde as pessoas são muito amigáveis. 

Quais são suas próximas metas como professor e atleta?

Como professor, espero que a minha equipe vença o Pan Pacífico, o maior evento de Jiu-Jitsu da Oceania. Pretendo que meu time cresça em todo território nacional e internacional. Também seria ótimo ver meus professores abrirem academias para realizarem o sonho deles, assim como eu realizei o meu. Tenho o objetivo de formar e ver alunos campeões mundiais. Como atleta, eu quero e vou ganhar o Mundial Master. Bati na trave nos últimos três anos e fiquei no pódio. Mas um hora o ouro vem. Tenho o sonho de realizar o Grand Slam (Pan, Brasileiro, Europeu e Mundial) na categoria master.

 

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