Michelle Nicolini comenta o que mudou nos treinos de Jiu-Jitsu para conquistar o ADCC

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Michelle Nicolini em postura de luta. Foto: Erin Herle/ GRACIEMAG

Campeã até 60kg no ADCC realizado em Pequim, capital da China, Michelle Nicolini superou alguns fantasmas antes de beliscar a medalha de ouro.

Primeiro, tratou de não pensar muito na saída de Rodrigo Cavaca de sua equipe Checkmat, duas semanas antes do ADCC. Depois relembrou a derrota na última edição do ADCC e encarou a nova meta com tudo.

Após ajustar os treinos, ela voltou para casa com o primeiro título do ADCC na carreira. E em grande estilo, com direito a uma chave de pé na rival Luanna Alzuguir na final da categoria.

Em conversa com GRACIEMAG, Michelle comentou as lições do primeiro título do ADCC, analisou a vitória contra Luanna e muito mais.

GRACIEMAG: Como essa saída do Cavaca e demais atletas da Checkmat antes do ADCC mexeu com seus treinos? Atrapalhou em algo?

MICHELLE NICOLINI: Bom, na verdade tinha tudo para atrapalhar né? Mas, como desde o Mundial ele já tinha ameaçado sair da equipe, eu já esperava por isso. Só não esperávamos que ele fosse sair duas semanas antes do ADCC. Podia ter arruinado o meu campeonato e o dele, que acabou nem indo lutar. Mas já esperava que ele fosse sair da equipe, e eu estava treinando com outros faixas-pretas na academia The House F. C. em Santos, uma filial da Checkmat. Fui muito bem treinada, o pessoal de lá é sempre atencioso, mudaram o esquema dos treinos só para me ajudar e consegui manter o foco, sem misturar e sem sair prejudicada da situação.

Em 2011 você tinha sido vice-campeã. O que fez diferente em Pequim para voltar com o ouro?

Lutei mais relaxada neste ADCC. No último pus muita pressão em mim mesma, treinei tanto que tive overtraining. Já neste ano eu tinha decidido que faria diferente. O campeonato é um dos mais importantes do cenário e não podia errar de novo. Treinei, puxei ferro, fiz preparação física, me alimentei certinho e não estava com problemas de bater o peso. Então tudo foi bem tranquilo. Eu entrava para lutar e pensava que era apenas mais um treino duro.

Na final da divisão até 60kg, você e Luanna se encontraram mais uma vez. Qual foi o detalhe para conseguir a finalização?

Antes da final, eu pensei: “Bom, vai ser mais um treino duro, igual aos que faço com a Marina Ribeiro”. E foi assim. Quando treino para um campeonato, não gosto de perder posição, tentei estar justa, atenta aos movimentos dela e queria chegar logo no meu jogo, colocar ela na minha guarda e aí encaixar as chaves. A Luanna é uma das competidoras mais duras com quem tenho lutado. Ela quase não erra, tem muita experiência. Acho que consegui chegar primeiro à posição que eu queria, se ela tivesse tido essa chance também não iria desperdiçar. Fiz alguns ataques seguidos da chave reta, calcanhar, mas o que pegou mesmo foi a americana no pé. Acho que ela tentou sair para o lado que me favoreceu e acabei ajustando melhor. É uma chave de que gosto muito, já usei bastante em outras competições.

O que você aprendeu no ADCC 2013?

Que o Léo Vieira é o melhor. Quando ele está no córner me sinto privilegiada. Cada palavra dele, antes e durante as lutas, me deixaram confiante e tranquila. A estratégia era saber administrar sem me cansar, já que as lutas podiam ir para a prorrogação. No fim, foi emoção demais. Já tinha passado um tempão e eu ainda sentia vontade de chorar. É muita coisa que a gente passa até chegar ao último dia de um campeonato. Eu venho sonhando com esse ADCC faz tempo. Fiz minha primeira seletiva em 2007. Queria muito que a família, os amigos e meu namorado estivessem na China para abraçar todos [risos]!

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