Marcão Santa Cruz e a vida após o nocaute em Abu Dhabi

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Marcos Oliveira em aulão em Abu Dhabi. Foto: Divulgação.

Wrestler de elite e faixa-preta de Jiu-Jitsu, Marcos “Santa Cruz” Oliveira vivia dias de celebridade, às vésperas da final do Abu Dhabi Fighting Championship, na capital dos Emirados. Era festejado nas ruas, vencera seus dois primeiros oponentes com tranquilidade, e era o favorito para a final, cujo prêmio era uma bolada de um milhão de dirhans.

Mas a realidade explodiu na sua cara, sob a forma do nocaute duro sofrido pelas mãos do russo Shamil Abdurahimov, ainda no primeiro assalto, no dia 11 de março.

“Após o GP, precisei de um novo hobby para continuar motivado a lutar e conseguir levar a vida na boa. Encontrei ao ver que minha paixão era mesmo dar aulas de Jiu-Jitsu para a criançada, e comecei a filmar e editar os treinos, foi algo importante para mim”, conta Marcão.

“Recomecei então a treinar de pano, e foi duro reacostumar com o kimono. Acho que um dos meus erros no GP foi ter deixado de treinar Jiu-Jitsu de pano”, reconhece ele, que quase apareceu no Mundial 2011.

“O empecilho foi que não tivemos férias em junho aqui em Abu Dhabi. Também queria ter participado do World Pro aqui, mas o foco em casa era a Carol (DeLazzer, sua esposa). Em casa temos um lema: um sonho de cada vez. Mas as férias estão chegando e vou matar a saudade das competições de kimono no Rio Open, no Tijuca”, diz o faixa-preta nascido em Santa Cruz, no Rio, que continua treinando boxe. Com a cabeça e a técnica em dia, ele já sonha com a revanche para lavar sua pior derrota.

“Antes mesmo da luta, Shamil e eu recebemos um contrato para marcar a revanche, que deve rolar em novembro. Depois da luta, encontrei com o empresário do ADFC, mas não conversamos a fundo. Eles respeitaram legal minha derrota, me deixaram ter meu próprio tempo, tomar um ar, como se diz”, elogia. “Eu espero que a luta ocorra mesmo, pois eu e toda minha equipe sabem como eu estava pronto e podia ter vencido. Alguns imprevistos aconteceram na semana da luta, e nada saiu como esperávamos, mas estou pronto para a próxima”, ele afirma.

Enquanto isso, ele segue dando aulas e curtindo os alunos. “Fiquei famoso com o GP, saí em capas de jornal e de revistas, que não eram uma GRACIEMAG mas valeu”, brinca.

“Hoje o povo continua me abordando, todos sabem que ensino num projeto criado pelo próprio Xeque Mohammed bin Zayed, e querem saber das minhas próximas lutas. E, todo dia que eu chego na academia para ensinar, a criançada me aplaude. Isso vale mais que um milhão”, conclui.

 

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