Lutador capota com carro horas antes de vencer no Future FC e é punido

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Acacio superou o susto do acidente e venceu na decisão dividida. Foto: Leonardo Fabri/Future FC

A edição de estreia do Future FC foi um sucesso. Realizado nessa sexta-feira no Clube 9 de Julho, em Indaiatuba, São Paulo, o evento impressionou os presentes pela estrutura de nível internacional, além de boas lutas e momentos marcantes, como a cotovelada de Rafael Coxinha que abriu caminho para a vitória sobre Carlos Mistoca na luta principal. Porém, o que mais chamou a atenção foi a saga do meio-pesado Acácio Pequeno, que apesar de ter tido um final feliz, poderia ter terminado mal.

As horas que antecederam a luta não foram nada fáceis para o mineiro radicado em São Paulo. Acácio Pequeno acordou 05h na capital paulista para pegar 06h no trabalho como segurança de uma empresa. Depois do expediente, pegou o carro do chefe emprestado para ir a Indaiatuba. No caminho, um pneu furou. Em seguida, o pneu que foi trocado estourou, o carro derrapou e capotou. Felizmente, apesar do susto, o lutador e o amigo que o acompanhava saíram ilesos.

Acácio Pequeno deixou o amigo no local do acidente, embarcou num Uber e foi até o ginásio. Com medo de ser impedido de lutar, omitiu o acidente para a organização. Quando começou a luta, mais sufoco. No primeiro round, sofreu uma blitz de Matheus Buffa, chegou a ficar atordoado, muitos imaginavam que não resistiria até o final, mas ele resistiu. No segundo round, a epopeia começou a melhorar para o seu lado. Pequeno equilibrou as ações, fez uma das melhores lutas da noite e, no final, teve o braço levantado por decisão dividida.

“Realmente não foi um dia fácil, mas graças a Deus terminou bem”, desabafou. “Assim que saí do carro vi que estava bem, meu amigo estava bem, então fui lutar. Não disse nada do que tinha acontecido porque fiquei com medo do médico não me deixar lutar. Sei que não era o melhor a ser feito, mas eu precisava lutar, precisava do dinheiro. Também não seria justo com o meu adversário.”

Médico do evento, o Dr. Alipio Naphal repreendeu a atitude do atleta e confirmou que caso soubesse o que tinha acontecido vetaria a luta.

“Foi no mínimo uma atitude irresponsável. Uma pessoa que capota com o carro não pode de maneira alguma lutar em seguida, é algo inimaginável. O correto era ele nos avisar, pois assim nós o encaminharíamos para um hospital para fazer os exames necessários e deixá-lo no mínimo 12 horas em observação. O que ele fez foi muito perigoso e eu, como médico, devo condenar. Não aconteceu nada, mas poderia ter acontecido.”

A organização também reprovou a decisão do atleta e, através do CEO, Jorge Oliveira, anunciou uma punição.

“De início todo mundo pensa ‘uau! Que superação’, mas depois a ficha cai. Ele não poderia ter lutado, teria que ter nos avisado do ocorrido. Sabemos a realidade do lutador brasileiro, entendo que ele precisa do dinheiro e ficou receoso de não receber caso não lutasse, mas foi uma atitude irresponsável, poderia terminar em tragédia. Vamos dar uma suspensão de 6 meses para ele poder refletir sobre o que fez e o que poderia ter acontecido.”

Edição recheada de nocautes

Uma das promessas brasileiras na categoria até 66kg, Rafael Coxinha mostrou porque foi convocado pelo ex-campeão do UFC e agora atleta do Bellator Lyoto Machida para ajudá-lo no próximo camp. O carateca, de apenas 21 anos, mostrou uma tranquilidade de veterano, levou a melhor sobre o mais experiente Carlos Mistoca no primeiro round e, no início segundo, conectou uma cotovelada de encontro que levou o adversário para o chão e abriu caminho para a vitória, confirmada com um ground and pound de bastante volume, anotando 10 vitórias em 11 lutas. Na próxima semana, o atleta do projeto social Maquininha do Futuro, de São José do Rio Preto-SP, embarca para Los Angeles para integrar o time de Lyoto.

Outros dois nocautes impressionantes marcaram esta primeira edição. Primeiro, Leo Alves não tomou conhecimento de Willian Valentim, imprimiu um ritmo alucinante e, em apenas 19 segundos, definiu o combate. Já Adriano Ramos demorou mais um pouquinho, mais precisamente 1 minuto e 36 segundos, mas mandou Vinicius Prego para a lona num clássico nocaute de Boxe.

A segunda edição do Future FC já tem data, local e card definidos. Será novamente no Clube 9 de Julho, no dia 22 de fevereiro, com Joanderson Tubarão x Estabili Amato na luta principal, em duelo válido pelos pesos-penas. Amato, assim como outros cinco lutadores do card principal, foi escalado pelo público, que votou pelo site oficial e pelo aplicativo, disponível gratuitamente no Google Play e na App Store.

Confira abaixo os resultados completos da primeira edição:

Future FC 1
Clube 9 de Julho, Indaiatuba, São Paulo
25 de janeiro de 2019

Rafael Coxinha venceu Carlos Mistoca por nocaute técnico aos 32s do R1
Gustavo Erak venceu Diego Fortunato por nocaute técnico aos 4min11s do R1
Caionã Blade x Paulo Pizzo foi declarado no contest (lesão nos olhos acidental)
Edson Pânico venceu Alan Bisão por nocaute técnico aos 3min19s do R1
Acácio Pequeno venceu Matheus Buffa na decisão dividida
Adriano Ramos nocauteou Vinicius Prego Lok Dog a 1min36s do R1
Leo Alves venceu Wiilian Valentim por nocaute técnico aos 19s do R1
Danilo Adreani venceu Kaique Lyotinho na decisão unânime
Heloísa Azevedo finalizou Alana Souza no armlock a 1min30s do R1
Thiago TKS venceu Pedro Esfirrão na decisão unânime

(Fonte: Assessoria de imprensa)

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