Roberto Tussa analisa “categoria da morte” e treinos de Jiu-Jitsu com Jon Jones

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Roberto Tussa (kimono azul) vs Nivaldo Oliveira . Foto: Ivan Trindade/ GRACIEMAG

O 18º Campeonato Mundial de Jiu-Jitsu começa nesta quinta-feira, 30 de maio, em Long Beach, e se a disputa já promete ser acirrada em todos os pesos, em todas as faixas, o que dirá no peso pesado da faixa-preta.

Afinal, é esta a categoria da morte do Mundial 2013, graças à presença do monstro Xande Ribeiro, do atual campeão Rodolfo Vieira, e do campeão pan-americano, Roberto “Tussa” Alencar, além de Lucas Leite, Alex Ceconi, Nivaldo Oliveira, Ricardo Bastos e outros lutadores tarimbados.

Ciente da dificuldade que o aguarda, Roberto Tussa treinou como nunca, refletiu sobre a derrota do ano passado, num armlock aéreo para Xande, e viaja do estado do Novo México para a Califórnia cheio de gás.

Confira o que ele aprendeu, inclusive nos treinos de Jiu-Jitsu com o faixa-branca Jon Jones, na Gracie Barra onde ensina.

GRACIEMAG: Qual é a receita para vencer uma categoria tão espinhosa quanto a sua, em Long Beach, palco do Mundial da IBJJF?

ROBERTO TUSSA: O trabalho foi feito. Se eu conseguir impor meu jogo e lutar como lutei no Pan, vou sair de lá campeão mundial no próximo domingo. Venho competindo bastante nos últimos anos, minha experiência vai contar muito. Acredito que todos estão altamente bem preparados fisicamente e tecnicamente, é a cabeça que às vezes atrapalha na hora da competição. Estou bem confiante e equilibrado. Todas as categorias são difíceis na faixa-preta, mas o peso pesado conta com três títulos mundiais absolutos, dois do Xande e um do Rodolfo. Sei que para vencer a categoria terei de passar por esses dois campeões e ainda por outros talentos que enfrentarei nas eliminatórias no sábado.

Treinou com quem, Tussa?

Apesar de eu não ter conseguido ir para o camp oficial da Gracie Barra em Irvine, os treinos foram excelentes, pois consegui montar meu camp aqui com meus alunos. Fiz a preparação similar à do Pan. Estou afiado e no gás, pronto para a guerra. Sempre me dedico muito à parte em cima que é o judô e o wrestling, mas desta vez fiz muito treino específico de guarda. Na categoria pesado temos todos esses ótimos passadores de guarda, então me preparei bem para isso.

Você foi a Abu Dhabi e emendou com o Brasileiro de Jiu-Jitsu, e não voltou com o ouro. O que deu errado?

No Pan, eu estava bem focado e lutando perto de casa, isso me ajudou bastante. Quando estava em Abu Dhabi não tinha planejado lutar o Brasileiro, mas adoro competir e decidi lutar de última hora, não me planejei direito. Fiquei duas semanas sem treinar por causa das viagens longas, cheguei ao Brasil dois dias antes da competição. Eu sabia que não estava 100% preparado, mas não quero tirar o mérito dos atletas que me venceram. Neste Mundial as coisas vão ser diferente, estou 100%, sem lesão, certinho no peso e no gás.

O que aprendeu com aquele surpreendente armlock voador que o tirou da final do Mundial 2012?

Ano passado eu estava muito bem, fiz uma boa campanha. Mas acabei sendo surpreendido pelo armlock voador do Xande na semifinal do peso. Não esperava isso, estava confiante em vencê-lo. Desta vez estou mais esperto e vou jogar justo para vencer o Mundial.

Como estão as aulas com o astro Jon Jones, do UFC?

O Jon Jones não mora em Albuquerque, então ele vem para o camp seis ou oitos semanas antes das lutas, e depois volta para terminar os treinos em Nova York. Na sua última luta tive a oportunidade de trabalhar com ele, mas não foi por um longo tempo devido à minha agenda de campeonatos. Olha, eu já sabia que ele tinha uma boa noção de grappling, o que me surpreendeu foi o nível técnico, ele joga por baixo e por cima muito bem, é um atleta completo. Jones está sempre procurando aprender, e gostei muito do respeito que ele mostrou em relação à nossa arte.

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