Jackson e a estreia dourada no Europeu: “Fiquei triste por lutar com um amigo”

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Jackson Sousa, campeão do Europeu de Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

Jackson Sousa, campeão do Europeu de Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

Com apenas quatro meses de faixa-preta, o talento do Cantagalo Jackson Sousa conquistou seu primeiro grande título na graduação. Aluno de Ricardinho Vieira, Jackson brilhou no Europeu de Jiu-Jitsu, no último domingo em Lisboa, capital de Portugal.

Peso pesado, Jack fisgou a medalha de ouro no peso em grande luta com Yuri Simões. De quebra, voltou com o bronze no absoluto, onde eliminou feras como Lucio Lagarto (GB).

O que ele aprendeu com a estreia gloriosa na faixa-preta? GRACIEMAG foi descobrir.

GRACIEMAG: Como um novato ignora a experiência contra tantos faixas-pretas bons?

JACKSON SOUSA: Eu já me sinto bem à vontade com minha nova graduação, e acho que o segredo é você treinar forte e sempre voltado para a competição. Tática é importante, e sempre uso uma mentalidade de campeão: procuro imaginar como vou fazer minha comemoração, procuro mentalizar a vitória antes. Talvez seja a vontade de vencer. Sei que, em todas as minhas lutas, mostrei um Jiu-Jitsu diferente, sempre para a frente.

Qual foi o seu momento mais complicado em Lisboa?

Lutar duas vezes com o Yuri Simões, hoje na equipe Brasa Caio Terra. Somos amigos e já fomos da mesma equipe, fechamos juntos categoria e absoluto na faixa-azul e roxa em competições. E considero muito a família dele, a tia Deise e o tio Marcio. Convivemos muito, sempre ia à casa dele. Fiquei triste com essa situação de lutar com um amigo, e acredito que ele também, mas temos de ser profissionais dentro e fora do tatame. Ele optou por ir para outra equipe e infelizmente somos da mesma categoria.

Você perdeu para o Yuri na semifinal do absoluto, e depois venceu na final dos pesados. Como analisa as lutas, Jack?

Na semifinal do absoluto, não deu nada errado. Fomos gladiadores ali dentro e ele teve a chance de conseguir a queda na luta, me surpreendendo. Depois teve a parte de administrar a luta até o final. Eu tentei o tempo todo, mas perdi. Já na categoria, tentei usar meu judô para derrubá-lo, mas ele estava com uma boa postura e não consegui a queda. Então resolvi puxá-lo para a guarda e tentar raspar, mesmo assim ele manteve uma boa base e fez uma vantagem. Quando tivemos de novo a oportunidade de trocar em pé, consegui a queda chamada “safadinha”, no instante em que Yuri tentava me puxar para a guarda. A safadinha me ajudou a vencê-lo.

No absoluto, você venceu feras do calibre de Lucio Lagarto, campeão europeu superpesado em Lisboa. Qual foi a sensação de lutar o absoluto recheado de estrelas?

A sensação foi de mais um objetivo conquistado. Sempre imaginei lutar duas categorias quando pegasse a faixa-preta. Fiz um excelente trabalho no absoluto junto com meu amigo Alexander Trans, campeão do absoluto. Fiquei em terceiro lugar geral, depois de perder na semifinal. No absoluto só tinha astros, como Lucio Lagarto, Igor Silva, Ricardo Evangelista, Yuri e outros. O Lagarto é um excelente atleta, gosto muito dele. Tenho o maior respeito por ele e sua equipe na Inglaterra. A vitória sobre o Lagarto foi duríssima, venci por 2 a 0 com uma queda. A luta só foi desenvolvida nos cinco minutos finais, pois ficamos a maior parte do tempo tentando trocar queda. Depois que derrubei fiquei na parte de administração da luta.

O que você aprendeu em seu primeiro Europeu de Jiu-Jitsu na faixa-preta?

Acredito que o meu judô ajudou muito a vencer, na categoria e absoluto. Ele dá uma melhora fundamental no meu jogo. Aconselho todo lutador de competição a procurar se aprofundar no judô e na parte de quedas, pois isso ajuda muito nas competições.

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