Após 33 lutas, Johnny Eduardo luta no UFC contra Assunção

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Johnny dá dura no chão, no Shooto. Foto: Carlos Ozório.

Com o jeito tranquilo e humilde de sempre, Johnny Eduardo (25v, 8d) atende seu Nextel pela enésima vez no dia. “Nunca isso tocou tanto… Estou até estranhando”, brincou ele, ao falar com o GRACIEMAG.com.

“Enfim chegou a hora. Estávamos negociando com o UFC há um tempinho, e logo agora no UFC Rio fui aprovado e acertamos. Foi uma bênção. Não adianta se precipitar, Deus escolhe a hora certa, e acredito que estou pronto”, disse o lutador de 32 anos, com a fala cadenciada que contrasta com seu jogo solto e completo, em pé e no solo.

O oponente será Raphael Assunção (16v, 4d), que como Johnny vai baixar para o peso galo. Com 11 lutas sem perder, Johnny vai representar no peito a Nova União, de Dedé Pederneiras, e na mente o mestre Luiz Alves, seu “maior mentor”, com quem aprendeu tudo de muay thai até o falecimento de Alves, em março de 2010.

Supersticioso, Johnny nem sabe de cor quantas lutas têm na carreira (dá azar ficar contando, ele diz). Mas sabe que a última derrota foi em 2007, e quer que continue assim por muito tempo.

Para tal, no início do ano, o faixa-preta de muay thai fez a mala e ficou um mês na Holanda treinando com José Aldo e Andy Souwer. “A gente treinava com o Andy em Amsterdam e com o time olímpico de boxe em Rotterdam. Apurei muito meu jogo nessa temporada, cada surra foi um aprendizado…”, lembra ele, que também treina de kimono regularmente e é faixa-azul da Nova União.

Com 33 lutas na carreira, Johnny já enfrentou no Japão lutadores como Takanori Gomi, hoje no UFC, mas sabe que o patamar agora é outro.

“Não dá para chegar ao UFC se você não estiver realmente apto. Não quero entrar para fazer uma luta e sair. Quero chegar para ficar, como os grandes fazem, e hoje sinto que estou credenciado. Hoje o lutador peso leve não é mais menosprezado, mas por outro lado tem que mostrar serviço. Se hoje somos mais respeitados, isso se deve ao José Aldo, que foi um cara que abriu portas para todos nós, não só da Nova União como no planeta. Ele provou que magrinhos podem levantar a torcida”, analisa.

Sobre Assunção, respeito máximo e humildade. “Ele é duríssimo, duríssimo. Como eu, ele também lutava até 65kg e vai baixar. Nossa, é uma honra lutar com ele, que é um cara muito versátil e rápido. Mas a gente não escolhe oponente, estou feliz  por lutar no UFC e vou me soltar ao máximo, respeitando todo mundo, sem passar por cima de ninguém…”, reforçou.

Antes de se despedir, ele deixa seu incentivo para o atleta que sonha em participar do UFC ou outro grande evento. “Eu vim da Baixada Fluminense, nasci em Duque de Caxias e vivi anos por lá. Hoje vou lutar na Barra e representar esse povo guerreiro e sofrido no UFC. A dica que dou, portanto, é que ninguém desanime. Persista, acredite e seja verdadeiro até o fim, que um dia sua estrela vai brilhar”, encerra.

UFC Rio 134

27 de agosto de 2011

HSBC Arena, Barra da Tijuca, Brasil

Anderson Silva x Yushin Okami

Forrest Griffin x Mauricio “Shogun” Rua

Antonio Rodrigo Nogueira x Brendan Schaub

Edson Barboza x Ross Pearson

Erick Silva x Mike Swick

Luiz Cane x Stanislav Nedkov

Spencer Fisher x Thiago Tavares

David Mitchell x Paulo Thiago

Yuri Alcântara x Antonio Carvalho

Yves Jabouin x Ian Loveland

Raphael Assunção x Johnny Eduardo

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