Caveirinha e a missão Havaí

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Caveirinha se prepara para o Havaí. Foto: Arquivo Pessoal

Faixa-preta da Gracie Barra que formou diversos atletas em Minas Gerais, Aldo Januário, mais conhecido como Caveirinha, foi escalado para mais uma missão em nome do time. O lutador está de malas prontas para Honolulu, no Havaí, onde será responsável pelos treinos na Gracie Barra University.

“Foi um convite do mestre Carlos Gracie Jr. e vou para o Havaí dar aulas na Gracie Barra University. A expectativa é fazer um trabalho maior do que fiz em Minas. Hoje, em Belo Horizonte, conto com 45 faixas-pretas, com vários campeões mundiais e de diversos outros grandes eventos. Minha equipe é uma das maiores na capital BH e pretendo fazer algo maior ainda no Havaí”, diz ele, muito otimista com o projeto.

“Acho que o nome Gracie Barra será muito forte lá, uma referência para o mundo. Trabalho na equipe há 23 anos, sou formado da branca à preta pelo mestre Carlos e, já que tenho essa nova chance, não vou desperdiçar. Todos que me conhecem sabem da minha garra e do meu amor pela equipe e alunos. Vamos arrebentar lá!”, completa.

Acostumado a desafios, a ida para o Havaí faz recordar de quando foi convocado para dar aulas em Minas.

“Foi engraçado. Cheguei na academia e o Carlinhos me disse: ‘Caveirinha, você quer viver de Jiu-Jitsu? Então vai em casa, pega uma bolsa com roupas que você vai morar em Belo Horizonte.’ (Risos) Isso foi em 1997, e não foi nada programado. Mas o mestre me conhece desde criança e sabe que sou pau para qualquer obra. Cheguei lá sem conhecer nada e, aos poucos, desenvolvi esse trabalho. Hoje conto com academias na Europa e alunos meus que estão com o mestre na Califórnia. O mais importante para mim nesse trabalho no Havaí é que o Carlinhos confiou em mim mais uma vez. Minha meta é conseguir abrir cem Gracie Barras, academias em vários países, e botar para quebrar!”

Caveirinha e os alunos em BH. Foto: Arquivo Pessoal

Entretanto, Caveirinha lembra que o trabalho continuará forte nas filiais em Minas Gerais, que vêm com algumas novidades.

“Em Belo Horizonte o meu irmão Fabio vai ficar no comando. Estamos com muitos projetos novos. Vamos inaugurar no próximo mês uma nova academia, que será a maior em BH, totalmente adequada ao sistema Gracie Barra Escolas Premium. Os alunos só podem entrar devidamente uniformizados e seguiremos toda a metodologia de ensino”, conta ele, que também comenta as vantagens do sistema.

“Das filiais que comando, metade já segue esse método. A meu ver, é algo revolucionário, que evita, por exemplo, até que um aluno novo se machuque. Carlos Gracie e Marcio Feitosa estão de parabéns. É algo que é bom não apenas para os graduados, mas para os iniciantes também. Hoje, o cara que se matricula na academia depois leva a esposa, filhos e amigos para treinar. Vê toda a organização e isso faz diferença. Isso vai revolucionar e refletir na quantidade de alunos por todo o mundo”, aposta.

Só o Jiu-Jitsu salva – Caveirinha é um entre tantos brasileiros que nasceu numa família humilde. Morador de uma comunidade carente da cidade do Rio de Janeiro, o esporte, especificamente o Jiu-Jitsu, proporcionou novas possibilidades na vida.

Rodeando o mestre Carlos Gracie Jr. (centro), Caveirinha e a família. Foto: Arquivo Pessoal

“Meu pai abandonou minha mãe, dona Betti, com cinco filhos. Sou da comunidade Rio das Pedras, em Jacarepaguá, de uma família humilde. Minha maior alegria é ver meus irmãos e familiares todos treinando Jiu-Jitsu. O esporte mudou nossa vida e hoje somos felizes por essa escolha, pois podemos ajudar um pouco à família. Minha vida sempre foi assim, com muita batalha. Foi sofrido, mas a Gracie Barra é uma família e a cada dia que passa amo mais isso. Por esta razão não tem esse negócio de equipe Caveirinha, é tudo uma coisa só. Luto e sempre vou lutar pela Gracie Barra.”

Falando em luta, Caveirinha também marcou o nome nas competições. Hoje, se dedica mais ao ensino, uma paixão. Mas, se for preciso, combater não está fora dos planos.

“Tive o prazer de vencer muitos campeonatos e lutar ao lado do Marcio Feitosa no Brasileiro de Equipes. Tenho um currículo bom como lutador, mas o que eu mais gosto de expressar é o amor pela equipe e o prazer de dar aulas de Jiu-Jitsu. Para mim o mais gratificante é ver um aluno com uma medalha no peito ou desenvolvendo uma boa técnica nos treinos. Mas tenho 31 anos de idade, se precisar luto ainda (Risos)”.      

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