Cavaca analisa preparação curta e vitória no Europeu de Jiu-Jitsu

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Rodrigo Cavaca no Mundial 2010. Foto: Ivan Trindade/ GRACIEMAG

Rodrigo Cavaca, campeão do Europeu. Foto: Ivan Trindade/ GRACIEMAG

Campeão peso pesadíssimo do Europeu de Jiu-Jitsu 2014, encerrado no dia 26 de janeiro em Lisboa, Rodrigo Cavaca (Zenith BJJ) venceu este ano na pura estratégia. Em conversa com GRACIEMAG, Cavaca falou da atuação no torneio, comentou a final contra Ricardo Evangelista e destrinchou os truques da sua guarda:

GRACIEMAG: Como você analisa sua trajetória no Europeu de Jiu-Jitsu 2014?

RODRIGO CAVACA: Minha preparação para este Europeu não foi muito longa, pois estava sem tempo nenhum para treinar por causa de tudo que vem acontecendo em minha vida, como a criação da nossa equipe Zenith BJJ e a correria que isso envolve. Estou montando meu novo centro de treinamento em Santos, foram muitas viagens para dar suporte a nossas filiais, mas graças a Deus tudo está indo bem. Minha atuação neste Europeu foi diferente de todos os outros eventos que já lutei até hoje. Nunca em minha carreira havia lutado por pontos, mas nesse evento acabei lutando mais na estratégia do que na busca pela finalização. No fundo, como eu conhecia bem meus adversários, eu sabia de onde vinha o perigo. Mas realmente não estava tão bem preparado fisicamente, foi de fato o meu lado psicológico que me fez campeão. Quanto maior a pressão melhor meu desempenho.

O que você fez para vencer a final, contra o Ricardo Evangelista?

Evangelista é amigo meu, nos damos super bem. Ano passado havíamos lutado a final do Brasileiro, e eu vinha até então fazendo atuações sem erros. Mas quando começou a luta, eu me descuidei e Ricardo conseguiu me colocar na guarda fechada, que é um jogo muito forte dele. Comecei a perder aquela luta nesse descuido, eu sabia que não podia cair ali. E dessa vez foi diferente. Em Lisboa, pude me antecipar e me ajeitei melhor, consegui imprimir meu jogo de guarda e efetuei a raspagem. Só houve um pequeno imprevisto: ao subir para completar a raspagem, caí na guarda fechada do gigante novamente, e aí foi pressão até o final. Tomamos três punições cada e a luta acabou 4 a 2 no placar.

Além do tricampeonato no Europeu, que lições você leva para casa?

Se fosse há alguns anos e eu chegasse para lutar sem estar 100% condicionado fisicamente, eu sei que iria querer lutar para finalizar logo. E iria cometer erros pelo cansaço, que acabariam me custando o título. Graças a essa maturidade, consigo bater de frente com a molecada mais nova e vencer.

Qual é o seu segredo para aplicar tão bem as raspagens?

A minha guarda é muito chata pela minha flexibilidade, sei que atrapalha bastante os passadores. Mas na realidade nem sei por que tenho esse alongamento, pois nunca alonguei na vida e nem gosto… Algo que uso muito são os desequilíbrios, estou sempre dominando um dos quatro apoios de quem está passando, como as mangas e os cotovelos. Com isso, tento sempre achar uma brecha para atacar quando busco esse desequilíbrio. Para deixar a guarda afiada, meu preparador físico faz exercícios específicos, por exemplo: treinar a velocidade de reação para subir da guarda e buscar os pontos em momentos exatos. Para realizar esse movimento com perfeição, faço muitas repetições de exercícios abdominais com peso.

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