8 lições de sucesso do astro Marcus Buchecha

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Marcus Buchecha soma 13 títulos mundiais na faixa-preta. Foto: Blanca Marisa Garcia

O craque Marcus “Buchecha” Almeida, aos 33 anos, trilha uma carreira promissora no MMA e está invicto com quatro vitórias na modalidade – três por finalização e uma por nocaute técnico. Mas antes de calçar as luvinhas, o lutador formado na Checkmat brilhou nos tatames e conquistou 13 títulos mundiais de Jiu-Jitsu na faixa-preta – recorde na arte suave.

Certa vez, o hexacampeão mundial absoluto revelou, na edição de número #267 de GRACIEMAG, oito lições que o ajudaram a alcançar o estrelado no Jiu-Jitsu. Confira abaixo:

1. Persistência

A verdade é que o sucesso no Jiu-Jitsu vem com as horas acumuladas no tatame. Para ter gás e resistência no Jiu-Jitsu, a preparação ideal é mesmo treinar Jiu-Jitsu. Claro que a preparação física ajuda muito, é uma ferramenta auxiliar e tanto em especial para o lutador profissional. Mas o que realmente vai deixar você com o pulmão blindado, com aquele gás no tanque para aguentar o ritmo até o fim, capaz de fazer dez minutos de porrada, é mesmo o seu treino no tatame. Talvez o maior inimigo do praticante que quer ter um gás interminável seja a pressa. Você tem de botar na cabeça que não vai chegar lá de um dia para o outro, não será um caminho fácil nem rápido.

2. Foco

Meu treino tem a periodização toda certinha, são 12 semanas cumprindo tudo no esquema rígido, sem distrações, e por isso me sinto tão bem lá dentro da Pirâmide. É importante, ainda, treinar com sabedoria, não adianta ir à academia somente. Eu costumo fazer muito treino específico para lapidar uma técnica, bastante treino saindo de posições ruins, bastante rola e porrada contra oponentes duros. Essa é minha receita para chegar aos campeonatos e conseguir ter um bom desempenho.

3. Força de vontade

Eu sempre fui uma pessoa que não ficava pensando muito em como será o futuro. Gosto de viver o hoje. Da mesma maneira, jamais fiquei martelando que seria um recordista, que iria vencer tantos Mundiais no absoluto, essa pressão é tão inútil quanto improdutiva. É um caminho meio natural quando você faz o que sabe, o que gosta. Hoje, tenho certeza de que meu maior adversário sou eu mesmo, estou vivendo isso agora. Vou sempre alimentando a vontade de ir treinar, de ir competir, de acordo com um desejo de me aperfeiçoar ao máximo, como lutador, como professor e como pessoa. É o que sei fazer. Vou relaxar em casa e parar de lutar só porque já venci isso ou aquilo? Nosso estilo de vida é muito prazeroso, viagens, seminários em lugares que sempre sonhei conhecer, grandes amizades, e isso é um grande prêmio e uma grande atração para o competidor. Eu ainda tenho aquele sangue no olho, de quando eu era novo, e sei que estou vivendo um sonho maravilhoso, que muitos perseguem: o de viver do esporte, lutando Jiu-Jitsu. O objetivo é quebrar seus próprios recordes, ser um cara melhor a cada dia, e tentar retribuir ao esporte tudo o que o Jiu-Jitsu me proporciona.

4. Consistência

Eu diria que ganhar um Mundial de Jiu-Jitsu não é a tarefa mais árdua. Dureza mesmo é voltar lá com a mesma chama e ganhar seu segundo Mundial. E vejo que muitas pessoas, fora ou dentro da academia, não percebem isso, conquistam algo e acham que já chegaram no topo do mundo. E aí é fácil perder de vista seus objetivos, ficar até mesmo desmotivado. Meu desafio é me manter lá no topo.

5. Estudo

Se você quer ser lutador, e isso quer dizer se desafiar, é preciso se ver em situações adversas, perseguir o sufoco, decifrar o xadrez do Jiu-Jitsu na situação de perigo. Para isso, você tem realmente que esquecer seu ego, não ligar para batucar, não ligar para a vaidade. Pode perguntar a qualquer um que treinou comigo: sou um dos caras que mais apanham na academia, que mais é finalizado nos treinos. Não ligo. Desde a faixa-azul isso nunca foi problema para mim. Sempre detecto ao perder no treino como posso corrigir minhas falhas. Em pé, por cima, por baixo, tudo.

6. Competitividade

É nos treininhos, desde as faixas coloridas, que você aprende a sair do sufoco. Gostava muito daqueles treinos de rodízio, em que o cara toma o ponto e vai para o fim da fila, um jeito de aumentar o ímpeto competitivo do aluno sem a adrenalina de uma luta. Foi assim que os treinos me ajudaram muito. Hoje um dos meus treinos é o “tanque de tubarões”, em que entro para enfrentar novos oponentes a cada dois minutos, eu cansando enquanto eles descansam. São treinos que mudam você, que variam as dinâmicas da sua preparação. Fuja do que é cômodo, busque seus limites. Isso é o que estimula nosso corpo e mente no Jiu-Jitsu.

7. Aperfeiçoamento

O ideal é que nas vitórias a gente também vá para casa ciente de que fez o suficiente, não que tenha sido uma atuação perfeita, livre de falhas. Sempre parei para analisar, via onde eu tomava atraso, o que me fez demorar a conquistar a posição, etc. Sempre na vitória tive uma mentalidade de buscar melhorar. Isso na derrota só se amplia. O que eu mais gosto de pensar num mau resultado é: “Cara, não foi a primeira vez nem será a última vez que perdi”. E durmo tranquilo, volto para a academia e treino mais.

8. Harmonia

O macete para estar saudável no Jiu-Jitsu é estar com a mente em harmonia com o corpo. É preciso escutar seu organismo. Não adianta querer voltar de umas férias ou de uma contusão e fazer um treino como se estivesse no seu pico. É essa desarmonia que provoca contusões bobas. Comece a temporada devagar e vá acelerando aos poucos. Como eu luto com pessoas com mais de 100kg, eu invisto muito na musculação, para um movimento em falso não me machucar muito. Gosto, também, de ir treinar mesmo com dores, respeito a área afetada, mas realizo outros trabalhos. Respeite seu corpo, esteja presente nos tatames ao máximo que você vai longe.

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