Como o Jiu-Jitsu salvou Alexandre Pantoja, o campeão peso-mosca do UFC

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Alexandre Pantoja é o novo campeão peso-mosca do UFC. Foto: Divulgação/UFC Brasil

O Brasil voltou a ter um novo campeão no Ultimate. Menos de um mês após a aposentadoria de Amanda Nunes, Alexandre Pantoja, de 33 anos, escreveu seu nome na história da organização. Pantoja derrotou Brandon Moreno por decisão dividida (46-49, 48-47, 48-47) na luta co-principal do UFC 290, em Las Vegas, e conquistou o cinturão peso-mosca. O brasileiro se tornou o quinto campeão da categoria desde que o UFC criou a divisão.

Pantoja levou a melhor numa luta dramática, com bons momentos para os dois lados. O brasileiro usou o Jiu-Jitsu como trunfo para se impor diante do rival e conseguir posições de domínio que lhe garantiram o resultado. Esta foi a terceira vitória de Pantoja sobre Moreno – a segunda em eventos do UFC e outra ocorreu  no reality show “The Ultimate Fighter”. 

Alexandre Pantoja tomou a iniciativa no primeiro round e partiu para cima do adversário. O mexicano mostrava-se mais rápido na trocação até que foi atingido por um cruzado de esquerda de Pantoja que o levou a knockdown. O “Canibal” percebeu que o rival estava abatido e tentou liquidar a fatura. Aplicou duros socos e cotoveladas por cima e construiu uma vantagem significativa. 

Alexandre Pantoja e Brandon Moreno protagonizaram uma luta emocionante. Foto: Divulgação/UFC

O rumo do embate mudou no segundo assalto. Mais ágil, Brandon conectou golpes duros que atordoaram o atleta de Arraial do Cabo. No decorrer do round, Moreno machucou o oponente com um cruzado e pegou as costas. Em seguida, colocou os ganchos e trabalhou por cima. Pantoja defendeu a posição, retornou à luta em pé, porém, viu o então campeão provar sua superioridade na trocação.

Depois da derrota no round anterior, Pantoja retomou as rédeas na sequência. O brasileiro investiu no Jiu-Jitsu e rapidamente grampeou Moreno. O faixa-preta pegou as costas logo no começo e tentou o mata-leão, mas Moreno defendeu. Após Moreno se desvencilhar, o “Canibal” conseguiu outra queda, mas Moreno o raspou em seguida. 

Os pesos-moscas aceleraram o ritmo nas primeiras interações do quarto round e partiram para a trocação franca. No entanto, não demorou para Pantoja derrubar Moreno. O desafiante foi com tudo para montar, mas se afobou. O mexicano aproveitou a brecha do brasileiro e levantou-se. Alexandre manteve o ímpeto ofensivo e quedou novamente. O Canibal seguiu seu instinto predatório e partiu para o katagatame, entretanto, Moreno escapou novamente dos ataques do adversário.

O duelo estava indefinido no quinto round. Naquela altura, qualquer erro seria fatal. O estudo prevaleceu no minuto inicial. Ambos acertavam golpes potentes até que Pantoja derrubou no double-leg e capitalizou posições de vantagem. O brasileiro mochilou e ficou nas costas do adversário nos dois minutos finais. Quando o gongo soou, o clima de tensão tomou conta da T-Mobile Arena. Pantoja convenceu dois jurados e foi declarado campeão após o anúncio oficial.

“Trabalhei muito duro por tudo o que eu tenho na vida e nesses últimos dois anos, trouxe minha família para os Estados Unidos, vim fazer meus treinamentos na American Top Team. Deixei tudo para trás. Minha mãe e meu irmão, que sempre cuidaram de mim”, disparou o emocionado Pantoja, após conquistar o cinturão.

Alexandre Pantoja trilhou uma longa e árdua caminhada até o topo no UFC. Nascido em Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro, Alexandre começou a treinar aos 14 anos. Estreou profissionalmente em 2007, no circuito competitivo no Rio de Janeiro. Passou por eventos conhecidos, como Shooto, Wocs e WFC, até conseguir uma vaga no Reality Show de Ultimate Fighter, em 2016. O brasileiro foi eliminado na semifinal, mas foi contratado pelo Ultimate.

Alexandre Pantoja usou o Jiu-Jitsu como trunfo para derrotar Brandon Moreno no UFC 290. Foto: Divulgação/UFC Brasil

Apesar de estar no maior evento de MMA da atualidade e ranqueado no peso-mosca, Pantoja precisou trabalhar como motorista de aplicativo durante a pandemia para pagar as contas. O cinturão estava no radar, mas Alexandre ainda buscava estabilidade financeira. O brasileiro sofreu sua última derrota em julho de 2020. De lá para cá, emplacou quatro vitórias contundentes – duas por finalização e duas por decisão. No total, precisou de 13 lutas para se tornar campeão. Após uma longa caminhada, Pantoja enfim foi recompensado com o cinturão do UFC. 

Confira abaixo os resultados completos:

UFC 290

T-Mobile Arena

8 de julho de 2023

CARD PRINCIPAL

Alexander Volkanovski derrotou Yair Rodriguez por nocaute técnico aos 4min19s do R3

Alexandre Pantoja derrotou Brandon Moreno por decisão dividida (46-49, 48-47, 48-47)

Dricus Du Plessis derrotou Robert Whittaker por nocaute técnico aos 2min23s do R2

Dan Hooker derrotou Jalin Turner por decisão dividida (29-28, 28-29, 29-28)

Bo Nickal derrotou Val Woodburn por nocaute técnico aos 38s do R1

CARD PRELIMINAR:

Robbie Lawler derrotou Niko Price por nocaute aos 38s do R1

Tatsuro Taira derrotou Edgar Chairez por decisão unânime (triplo 29-27)

Denise Gomes derrotou Yazmin Jauregui por nocaute técnico aos 20s do R1

Alonzo Menifield derrotou Jimmy Crute por finalização a 1min55s do R2

Vitor Petrino derrotou Marcin Prachnio por finalização aos 3min42s do R3

Cameron Saaiman derrotou Terrence Mitchell por nocaute técnico aos 3min10s do R1

Jesus Aguilar derrotou Shannon Ross por nocaute aos 17s do R1

Esteban Ribovics derrotou Kamuela Kirk por decisão unânime (triplo 29-28)

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