Bráulio e sua guarda das “galáxias”: “Objetivo é anular a pressão do oponente”

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Braulio Estima. Foto: Ivan Trindade/GRACIEMAG

Depois da Copa Pódio, quando perdeu para Xande Ribeiro em luta casada em que teve sua guarda passada, muita gente achava que Bráulio Estima, 33 anos completados na semana passada, estava fora de ritmo.

Ele próprio desconfiou disso, mas se inscreveu no Mundial de Jiu-Jitsu no último dia para tirar isso a limpo.

O resultado foi a medalha de prata, no dia 2 de junho, ao fechar com o amigo Romulo Barral, e uma exibição impressionante contra André Galvão, quando venceu por 6 a 2 ao pegar as costas.

E ele ainda teve fôlego para, na semana seguinte, segurar a pressão de Rodolfo Vieira no Metamoris, ao usar sua nova guarda com o pé na lapela. Rodolfo venceu na decisão dos jurados.

“Venho desenvolvendo há anos essa guarda, eu chamo de guarda das galáxias”, conta Estima, no bate-papo a seguir.

GRACIEMAG: Após uma temporada longa voltada aos treinos de MMA, como analisa seu retorno ao pano?

BRÁULIO ESTIMA: Cara, achei que voltei muito bem. Contando as adversidades que precisei passar por cima, como gripe, infecção e o machucado na mão direita a pouco tempo das disputas, fiquei até contente com o resultado. Estou feliz de estar de volta e de poder competir no meio do mais alto nível de atletas que existe no momento.

Antes de fechar com Barral no meio-pesado do Mundial, você precisou encarar André Galvão na semifinal. Como analisa a luta?

A luta com o André foi bem trabalhada, consegui impor meu ritmo e administrar bem no final. Consegui surpreendê-lo em algumas situações e com isso dominar nos momentos certos. Um pouco depois da metade da luta, rompi o ligamento do dedo da mão direita, o que me obrigou a diminuir o ritmo e jogar mais nos erros dele. Achei que a luta foi bem legal de assistir. Foi lá e cá. Estou feliz de ter voltado e já poder mostrar uma boa apresentação contra um cara do calibre do André.

E como revê a luta contra o Rodolfo Vieira, uma semana depois?

Foi duríssima, pude manter a estratégia que planejei, pois estava bem limitado com a mão direita ainda inchada. Fiz o jogo certo para frustrá-lo, mas faltou mais variação. O Rodolfo é muita pressão e não parou um segundo. O cara é uma máquina. No fim, tentei armar uma arapuca, mas ele encaixou muito rápido o armlock no meu braço, e tive que ralar para sair. Escapei e ainda tentei um bote no joelho, porém o tempo acabou. Achei uma luta bem dura para nós dois.

Que guarda foi aquela que você usou contra o Rodolfo?

Venho desenvolvendo há anos essa guarda, eu chamo de guarda das galáxias (risos). Só uso quando necessário, e no Metamoris, onde a luta era mais longa, com uma diferença de peso e mais a contusão na mão, tive de tirá-la da manga. Acho que vamos ver muita gente usando esse tipo de guarda daqui para frente. O objetivo é anular a pressão do adversário e criar espaço para vários tipos de ataques de guardas diferentes. Dali sai tudo. É uma forma de deixar o adversário meio sem base e se enrolar por baixo dele.

Qual foi a lição que você tirou dessa luta?

Que 20 minutos é tempo para queimar muita lenha (risos). Nessa luta aprendi minhas limitações em várias situações e minhas vantagens em outras. A maior lição foi mais pessoal mesmo, vi que ainda estou lutando o suficiente para me embolar com os melhores do mundo e isso me deixa animado. Estou ansioso para voltar à minha academia e lapidar ainda mais o meu jogo, e me preparar para os próximos desafios.

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