Faixa-marrom da BTT comenta campanha perfeita no Rio Open de Jiu-Jitsu

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Alexandre Vieira nas costas de Kaue, na final do absoluto. Foto: Gustavo Aragão/ GRACIEMAG

Um dos destaques do Rio Open da IBJJF, realizado semana passada no Tijuca Tênis Clube, foi um faixa-marrom. A promessa Alexandre Vieira, de 23 anos, faturou duas medalhas de ouro, peso-pena e o absoluto finalizando todas as lutas. O aluno de Murilo Bustamante deu sua receita para o sucesso no Jiu-Jitsu até agora. Confira:

GRACIEMAG: O que passou pela sua cabeça durante essa campanha perfeita no Rio Open?

ALEXANDRE VIEIRA: Apesar de ter chegado rápido às minhas posições fortes, no começo eu não estava muito bem mentalmente. Como de costume, o meu objetivo era finalizar a todo custo, porém minha própria cobrança para ganhar a categoria afetou meu jogo, principalmente em pé e na guarda. Precisei manter a tranquilidade para mudar isso. Na final, enfrentei o Rafael Henrique, um atleta duro que dificultou bastante o meu jogo. Mas encontrei a chance de finalizar, rodei a gola no pescoço e finalizei. Fiz oito lutas no sábado, no peso e no absoluto, e consegui finalizar todas no estrangulamento.

E no absoluto você precisou virar várias lutas. Como foi sua final, contra o Kaue Damasceno (Nova União), quando você sofreu uma queda e uma passagem de guarda? Como lidou com isso?

No absoluto o lado bom é que não houve pressão, fui pelo prazer de lutar, até por ser bem mais leve. Estar entre grandes atletas já era uma enorme conquista. Muito dizem que, no Jiu-Jitsu, cada um tem o seu dia e eu também acredito nisso. Ainda bem que aquele era o meu. O resultado foi além das minhas expectativas, pois sabia que o Kaue era muito duro, com uma passagem de guarda perigosa. Seja como for, a queda que sofri no início me surpreendeu, e atrapalhou a minha estratégia. Estava no começo da luta, e a chance de eu reverter a situação era ele se mexer. Tive calma e esperei o momento certo então. A receita da vitória foi ter paciência, limitar ao máximo os movimentos dele e trabalhar a minha finalização. Fui capaz de chegar às costas e ajeitei a gola devagar, com um gancho para me segurar. Quando ele tentou tirar o gancho, estrangulei nas costas.

Como foram os treinos na BTT, e que instruções do Murilo fizeram diferença?

Fui aluno do Paulo Maurício, da Strauch, por anos. Ele foi meu professor da faixa-verde até a marrom. Paulo me ensinou muito sobre Jiu-Jitsu e a vida. Estou na BTT há pouco tempo, mas todos os momentos que passamos com o professor Murilo são de grande aprendizado. Sempre observo conselhos técnicos e de vivência no mundo das competições. Ele me disse sobre a importância de manter a calma e saber o momento certo para se movimentar. Usei bastante isto no absoluto, fiquei tranquilo mesmo quando estava em posições desfavoráveis.

Sua arma tem sido o estrangulamento de várias formas. Alguma dica para executar bem a posição?

Meu biótipo ajuda muito. Sou magro e consigo fazer minha mão entrar e ajustar a posição no pescoço dos adversários. Como eu treino repetidamente as minhas posições e trabalho muito as finalizações na academia, fica automático.

Qual foi a lição que você tirou do Rio Open?

Sonhei com essa conquista no absoluto muitas vezes e quando aconteceu demorou a cair a ficha. Acredito que todo esforço é recompensado em algum momento. Eu trabalho duro para alcançar as minhas metas, nunca subestimo meus adversários e dessa vez em especial superei meu lado psicológico e o meu desgaste a cada luta.

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