Caio Terra minimiza críticas de Cesar Gracie e elogia Jiu-Jitsu de Carlos Condit

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Carlos Condit Caio Terra e equipe em Montreal para o UFC 154

Caio Terra (à direita) com Condit e equipe em Montreal, antes do UFC 154. Foto: Divulgação

GRACIEMAG.com: Agora que a poeira está quase baixando, o que achou do desempenho do Carlos Condit contra o Georges St-Pierre, no UFC 154?

CAIO TERRA: O Carlos lutou muito, lutou um Jiu-Jitsu de verdade, leve e solto. Ele é muito inteligente, e aprende rápido. Eu o treinei por aproximadamente 40 dias, o que vejo como um período curto para o Jiu-Jitsu. Mas ele se saiu muito bem. Carlos foi o único cara que não teve a guarda passada pelo St-Pierre, com exceção do Jake Shields, que é especialista em chão e o GSP nem quis botar para baixo, venceu em pé. O GSP passou a guarda de fenômenos como o BJ Penn tranqüilamente; passou a guarda do Dan Hardy 26 vezes, eu contei! E contra o Condit ele só chegou à meia-guarda, uma posição em que ele atacava mas também era atacado. No cem-quilos, posição em que o unico que conseguiria atacar e bater seria o GSP, ele não chegou, pois o Condit não deixou.

Você acha que o Condit podia ter atacado mais no chão?

Acho que o sangue logo no início fez a luta ficar muito escorregadia, o que atrapalhou o Condit a usar o Jiu-Jitsu. Mas, mesmo por baixo, acho que o Carlos bateu mais forte, basta ver o rosto do GSP depois da luta, estava pior que o do Carlos. E na meia-guarda o Condit não tomou tanta porrada.

Após a luta, o Cesar Gracie disse que você não faz mais parte da Gracie Fighter Team, por ter treinado o Condit. Como você encarou isso?

Estou tranquilo, sei que fiz o correto e não me arrependo. Quando me mudei para os EUA, eu já era faixa-preta há um ano, já tinha ganhado Mundiais e outros títulos em todas as faixas. Depois de três anos dando aulas na academia do Cesar, em 2010 eu me afastei, e comecei a dar aula em outra academia, sempre com a permissão do Cesar. Há muito tempo que não encontro ou treino com ninguém do time de MMA do Cesar, mesmo porque sempre viajei para seminários nos fins de semana.

Você havia informado ao Cesar e ao Nick Diaz, atleta da divisão até 77kg, que iria treinar o Condit, certo?

Quando o Condit me contatou, eu imediatamente perguntei para o Cesar se seria tranquilo. Mas ele foi agressivo comigo, o que me deixou muito triste pois vi que ele não tinha por mim o mesmo respeito que tenho por ele. Algumas semanas depois eu o encontrei num evento e ele me disse que era tudo brincadeira, que não teria problemas, e só me disse para falar com o Nick, que tinha enfrentado o Condit. Como o Nick é impossível de achar, pedi pro Nick me ligar, o que nunca aconteceu.

Você acha que errou nessa?

Não, primeiro que o Nick além de suspenso, disse que estava aposentado (risos). Segundo porque eu estava treinando o Condit para lutar contra o GSP. O Nick e o Nathan já treinaram com vários adversários também, como BJ Penn, Ben Henderson, Frankie Edgar. Isso é normal. O Jake tem treinado na Blackzilians. Eu tenho o maior respeito por todos eles então fico triste com essa falta de respeito.

GSP e Carlos Condit no UFC 154 Foto Josh Hedges UFC

Condit faz guarda aberta contra o campeão GSP. Foto: Josh Hedges/UFC

Ele disse que você foi treinar o Condit para ganhar dinheiro e alguma mídia…

Se o Cesar estava incomodado, bastava uma mensagem para o meu telefone me comunicando que eu estava fora, mas ele quis botar tudo na imprensa. Eu não queria essa mídia, nem queria aparecer no especial UFC Countdown. Para você ter uma ideia, foi o Dana White quem ligou para o Carlos e exigiu minha presença no especial, ele queria ver os treinos de Jiu-Jitsu nas imagens de divulgação da luta. Enfim, quero deixar claro que não treinei o Condit por mídia ou dinheiro. Preciso de dinheiro como qualquer pessoa, mas esse não foi o principal motivo.

Qual foi sua maior motivação então?

Eu já competi muito no Jiu-Jitsu. Venci todas as competições importantes, e às vezes você precisa de um desafio novo para dar uma motivação extra. O Carlos é uma excelente pessoa, um lutador talentoso e um verdadeiro guerreiro, e eu quis ajudá-lo, porque já o vi ajudando muitos outros. Queria ajuda-lo ensinando um Jiu-Jitsu moderno, e acho que foi uma experiência fenomenal. E que lutaço!

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