O clima em Abu Dhabi às vésperas do torneio de Jiu-Jitsu profissional WPJJC 2014

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Sid Jacintho, professor e diretor de regras de Jiu-Jitsu em Abu Dhabi. Foto: Divulgação

Sid Jacintho, professor e diretor de regras de Jiu-Jitsu em Abu Dhabi. Foto: Divulgação

Entre os dias 16 e 19 de abril, os olhos da imensa comunidade mundial do Jiu-Jitsu estarão voltados para Abu Dhabi. A capital dos Emirados Árabes vai receber a nata do esporte para o WPJJC 2014, numa disputa que envolve prestígio e fama, e de quebra uma premiação em dinheiro dada ao campeão de cada categoria.

Diretor de regras do evento, o faixa-preta Sid Jacintho conversou com GRACIEMAG sobre como anda o clima para o torneio, falou sobre regulamento e outras novidades. Sid aproveitou e comentou o reencontro com Ricardo Arona, que está no país auxiliando Rodrigo Minotauro para a luta contra Roy Nelson no UFC de Dubai, dia 11 de abril.

GRACIEMAG: Para o leitor que já vive a expectativa do WPJJC, como está o clima nos Emirados Árabes?

SID JACINTHO: Os treinos dos atletas daqui estão a todo vapor, enquanto esperamos os lutadores de todos os cantos do planeta. O prédio da UAEJJ Federation, a FGB Arena, ficou pronto recentemente, e os treinos lá comem solto. Há diversos horários para homens, mulheres e crianças para atender a grande procura. Sigo dando aulas no palácio de Abu Dhabi para o time nacional, para parte da família real, seguranças de Sua Alteza. Com meu amigo faixa-preta Alex Paz, exercemos a função de treinadores do time de Jiu-Jitsu do país de Mohammad Bin Zayed.

Você já reside em Abu Dhabi há sete anos. O que mudou no Jiu-Jitsu do país nesse tempo?

Cheguei a Abu Dhabi em 5 de junho de 2007, e sou hoje o faixa-preta mais antigo aqui nos Emirados. A mudança de 2007 para cá foi realmente grande. Em 2007 tivemos três campeonatos aqui. Em 2008 tivemos em torno de quatro torneios, e no Asian Super Cup vieram atletas que participaram de uma seletiva no Brasil com todas as despesas pagas. Deu certo, e hoje temos dez campeonatos de Jiu-Jitsu por ano. Para dar uma ideia, antes do WPJJC 2013 foram realizadas 26 seletivas ao redor do mundo, algo nunca visto no cenário do Jiu-Jitsu. As seletivas para o WPJJC 2014 diminuíram em quantidade, mas aumentamos o número de ganhadores dos pacotes de viagem em cada uma delas. O nível do Jiu-Jitsu das crianças nos colégios, tanto meninos quanto meninas, cresceu absurdamente. A Federação de Jiu-Jitsu dos Emirados Árabes Unidos e a União da Ásia de Jiu-Jitsu, ambas presididas pelo Abdulmunam Al Hashemi, vêm fazendo um trabalho fenomenal.

Houve alguma mudança nas regras para o WPJJC 2014, Sid?

As mudanças foram poucas, e nada com relação à pontuação. Seremos mais severos diante de atos de indisciplina, e separamos a faixa-roxa no feminino, já que anteriormente lutavam faixas-roxas, marrons e pretas juntas. Nas categorias infantil, adolescente, júnior e juvenil, todas as faixas foram separadas.

E Abu Dhabi vai receber um novo torneio sem kimono com prêmios em dinheiro, certo?

Sim. Em junho deste ano teremos o Abu Dhabi Elite No Gi, evento sem kimono que terá uma boa premiação em dinheiro, mas sem seletivas. O mais marcante é que através do Jiu-Jitsu estamos ajudando na mudança de uma nação e ajudando a escrever a história de um país. Podem aguardar que muito em breve teremos outras boas surpresas para o Jiu-Jitsu mundial.

Sua esposa, a Tatiana, continua dando aulas de Jiu-Jitsu para a família real?

Minha esposa, Tatiana Oliveira, foi a primeira professora do projeto escolar feminino aqui em Abu Dhabi e hoje é a professora mais antiga aqui. Ela ministra aulas na escola e ensina para uma das sheikhas da família real. A troca cultural é fantástica, pois o povo árabe é enlouquecido pelo nosso Jiu-Jitsu e também pelo nosso estilo de vida brasileiro. Posições de Jiu-Jitsu que eram consideradas impróprias por questões culturais hoje são encaradas sem nenhum problema. Podemos dizer que o Jiu-Jitsu muda não apenas vidas, mas também tem o poder de mudar de forma positiva a cultura de um povo.

Como foi o treino com Ricardo Arona, que está auxiliando Minotauro em Dubai?

Bicho, conheço o Ricardo desde que erámos moleques, treinamos juntos desde que ele tinha 15 e eu 18. Foi ele quem me levou para a BTT em 2000. O Ricardo sempre foi atleta, um casca-grossa da pesada, não só no submission e no MMA, mas também de kimono. Pelo que vi, ele ainda faria frente de kimono a grandes atletas da atualidade. Está com o Jiu-Jitsu afiado e atualizadíssimo.

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