Nosso Jiu-Jitsu existiria sem Mataemon Tanabe?

Share it

Tanabe demonstra o armlock nos tempos do kimono na canela. Foto: Divulgação

Um teste de múltipla escolha para o amigo praticante e para a amiga lutadora: para você, o Jiu-Jitsu brasileiro hoje seria o mesmo não fosse o japonês Mataemon Tanabe?

a) Provavelmente
b) Duvido muito
c) Claro que sim…
d) Hein? Tanabe quem?!

Se você escolheu a letra D, ou tampouco faz ideia de quem seja o campeão japonês, calma. Você não está só.

O papel do grande mestre Tanabe na história das artes marciais de solo voltou à baila com o lançamento do livro de Rickson Gracie, “Respire”.

No prefácio, o diretor José Padilha conta como seus próximos projetos na Netflix o levaram a mergulhar na história da arte suave desde o Japão. O cineasta brasileiro, com o professor e historiador americano Peter Maguire e pesquisadores locais, foi conferir arquivos da escola Kodokan de Jigoro Kano. Na pesquisa, Padilha se encantou com a figura de Tanabe, provável influência de Mitsuyo Maeda (1878-1941), o Conde Koma, antes deste viajar pelo mundo e ir parar no Brasil:

“Maeda estava presente quando vários judocas da Kodokan foram desafiados e derrotados por Mataenon Tanabe (1896–1942)”, escreveu o diretor de “Tropa de elite” e “Robocop”.

“Tanabe era mestre de uma arte marcial pouco conhecida, o Fusen-ryu jujutsu, que se baseava quase que exclusivamente em técnicas de chão”, relata Padilha. “Os documentos da Kodokan descrevem lutas em que Tanabe evitava quedas de faixas-pretas graduados da Kodokan utilizando pegadas fortes e se sentando no tatame. No chão, o Fusen-ryu lhe garantia a vitória. Maeda e Tanabe conviveram na Kodokan por quatro anos, sendo muito provável que Maeda tenha aprendido técnicas de chão com Tanabe antes de viajar mundo afora, e de chegar ao Brasil”.

O pequeno e leve  Conde Koma, segundo seus biógrafos, fez mais de mil lutas/desafios sem regras antes de se aposentar, e certamente aprimorou técnicas de guarda, defesa e contra-ataque, que por sua vez seriam aprendidas, transformadas e lapidadas pelos Gracie nos anos 1920. Tanabe, assim, teria sido mais um elo de aço nessa corrente do Jiu-Jitsu, que continua a se expandir e evoluir nos dojos do planeta.

Um “oss”, portanto, ao grande mestre Tanabe. Para saber mais sobre os projetos e ideias de Padilha e as lições de vida de Rickson Gracie, leia “Respire”, nas melhores livrarias do Brasil.

Mataemon Tanabe fora da academia. Foto: Wikipedia

Ler matéria completa Read more