A história de Milton Batista, o “Rei das Lonas”

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O craque das lonas Milton Batista, expert na instalação dos pisos das academias de Jiu-Jitsu e MMA. 

Não é por acaso que o faixa-preta de Jiu-Jitsu Milton Batista é conhecido como “Rei das Lonas”. Serralheiro por profissão, Milton começou produzindo cages para MMA, depois migrou para a reforma de tatames e hoje, com material exclusivo e técnicas próprias, se tornou referencia na confecção e instalações de coberturas vinílicas e outros projetos de renovação de dojos, com a Dojo Lonas.

Para conhecer um pouco mais sobre a história de Milton e como seus projetos revolucionaram mais de 500 academias dentro e fora do Brasil, GRACIEMAG bateu um longo papo com a fera, e sua paixão pelo Jiu-Jitsu e visão empreendedora podem motivar você a dar seu próximo passo como empresário, reformando hoje seu tatame para uma versão mais prática, higiênica e apresentável para seus alunos e clientes. Confira!

De onde surgiu a ideia de transformar academias com a sua proteção vinílica?

Comecei com ringues e octógonos para eventos. Ao migrar para produções internas, nas academias, enxerguei a necessidade de criar não só áreas de luta em pé, mas também criar tecnologias especiais para tatames de Jiu-Jitsu, judô e afins. Os métodos foram criados na prática, como esticar com precisão as lonas e técnicas para executar o tatame elevado, com duplo amortecimento, por exemplo. Cada projeto é feito específico para o espaço, tudo personalizado. Nosso diferencial é levar conosco as bobinas de lona montando de forma especial em cada espaço. Isso sem falar que não há desperdício de material, o que barateia no produto final. Num espaço irregular, por exemplo, comprar uma lona para montar te leva a buscar sempre uma lona maior, tendo perda no corte e o material vai basicamente para o lixo.

A empresa na verdade começou com cages para MMA e ringues, pelo que você falou. Como foram seus primeiros passos?

Na época eu ainda era faixa-roxa de Jiu-Jitsu. Um amigo ia lutar MMA num evento chamado Reborn Strike Fight, que era organizado dentro de uma igreja pelo Roberto Pedroso, o “Pastor Jiraya”, aqui em São Paulo. Sou serralheiro por profissão, e foi nesse evento que vi pela primeira vez um octógono de perto. A produção desse octógono em questão tinha ficado muito mal feito, chegou a abrir no meio da luta, em uma das paredes. Como estava com meu carro funcional, com equipamentos da minha serralheria, pegamos cordas, arames e ferramentas para consertar ali, na hora, e seguir com o evento. Minha visão clínica me fez reparar os defeitos e perguntar ao dono do evento a origem do cage. Ele me disse que era alugado, comecei a fazer umas contas e enxerguei uma oportunidade de negócios. Naquele final de semana eu pesquisei sobre medidas, fiz meu primeiro projeto e anunciei na internet, fazendo a primeira venda para o Nordeste. Com o dinheiro dessa venda eu fiz mais dois e comecei a alugar em São Paulo. Com o mercado de alugueis e produções em escalas menores para academias fui parando com minhas funções anteriores, de fabricar portões e grades em metal. Passei a focar 100% no MMA, com os cages. Fiz até participações em alguns comerciais com os meus octógonos. Em um deles, por exemplos, foram estrelas da peça publicitária Anderson Silva, quando ainda era campeão dos médios, Lyoto Machida, Wanderlei Silva, Minotauro e Shogun. Eles conversando no corredor do meu cage montado foi incrível. Isso sem falar em produções para a TNT com o Junio Cigano. Isso sem falar no filme sobre o José Aldo, o “Aldo – Mais Forte que o Mundo”, no qual todos os ringues e octógonos foram feitos por mim. E depois dessa corrida nos cages voltei para o meu lugar, com tatames para o Jiu-Jitsu. Tudo começou numa igreja, e me sinto abençoado até hoje.

Qual tipo de material você usa e como isso te diferencia no mercado?

Nós usamos uma lona denominada 1100, que é de um material mais resistente que a lona comum do mercado, por possuir mais uma série de linhas em sua trama. Sem contar que a nossa lona é exclusiva por contar com uma camada extra de PVC com proteção UV, que evita o desgaste do material não só por incidência do sol, que por vezes é irrelevante na aplicação interna das academias, mas também do suor.

Com Dedé Pederneiras, fã do trabalho de Milton. 

O principal foco atualmente é a higiene do tatame. Como a Dojo Lonas ajuda a manter professores e alunos protegidos durante os treinos?

O tatame lonado ele é muito mais fácil de limpar, basta um pano com água e sabão para uma higiene básica do espaço. Quando você limpa o espaço seu aluno consegue perceber imediatamente que foi higienizado, diferente de outros materiais. Um dojo com lona de 100m² pode ser limpo em 10min sem complicação alguma, no intervalo de cada aula, o que traz além de tudo a praticidade na operação.

Por quais motivos você é hoje considerado o “Rei das Lonas”?

Isso surgiu com uma brincadeira. Numa montagem de lona em academia, ao chegar no espaço encontramos uma coroa. Me coroaram e me chamaram de rei da lona. Depois dessa brincadeira eu tive um estalo e fizemos um levantamento. Temos trabalhos feitos em todo o território nacional, e também na Argentina. Antes da pandemia estávamos com projetos e contratos para expandir ainda mais, em Portugal, Espanha e Itália, por exemplo. Nosso trabalho é de grande porte, pelo nosso tempo de experiência e em comparação aos concorrentes, com muito mais volume. Nossos clientes de ringues e octógonos formaram nossa base de clientes, e ao especializar a empresa na montagem de lonas em tatame nossa expertise no mundo da luta já era reconhecida. Outra diferença é o fato da minha formação como faixa-preta de Jiu-Jitsu, como estava sempre competindo ou nos torneios levando alunos eu criei um leque enorme de possíveis clientes, que hoje fazem seus dojos comigo e sempre atestam a qualidade do serviço.

Com Carlos Gracie Jr.: várias GBs tiveram o acabamento dos pisos feito por Milton. 

Você sabe quantas academias já reformou e quantas cidades já receberam os seus serviços?

Tentamos recentemente contabilizar as academias só na Grande São Paulo. Compramos um mapa e pinos marcadores. Gastamos todos os duzentos pinos e não terminamos. Contando com as academias de todo o estado de São Paulo, além das demais no Brasil e exterior, passaremos muito desse número. Presumimos por alto que mais ou menos 500 academias foram reformadas com as nossas lonas.

Além de referência no assunto você é faixa-preta do professor Barbosa. Como a sua experiência no esporte influencia sua excelência na montagem dos dojos?

Eu me formei na IFC/Barbosa, e tive a honra de receber minha faixa-preta das mão do professor Marco Barbosa. Foi na montagem do espaço dele que surgiu a brincadeira do rei das lonas, e ele me indica vários clientes em potencial até hoje. Ter treinado por anos me coloca numa posição essencial na hora de reformar esses espaços: o respeito pelo tatame. O dojo é um espaço sagrado para mim. Minha vida gira em torno dos dojos, sempre que eu faço um serviço eu produzo como se fosse na minha academia, com o máximo de atenção e cuidado, como se fosse para treinar ali todos os dias. éÉ nisso que eu penso quando faço o projeto e o executo. Entender o carinho, atenção e respeito que cada professor tem pelo seu espaço é importantíssimo na hora de trabalhar com as lonas. Foram vários casos de montar tudo, gravar um vídeo com o professor responsável após o término do serviço e este se emocionar com a reforma. É gratificante realizar esse sonho, de deixar o dojo ainda melhor, porque esse espaço é a vida de cada professor. Ser faixa-preta e passar todos os perrengues de atleta, como lesões, fome e dificuldades gerais, me traz ainda mais responsabilidade na hora de preparar tudo.

Confira abaixo alguns craques que tiveram seus tatames reformados pela Dojo Lonas!

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