Projeto da polícia conquista dois troféus e 73 medalhas no Brasileiro de Jiu-Jitsu

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Mlecada do Geração UPP fez a festa nopódio do Brasileiro 2018. Foto: Leonardo Fabri

Pelo quarto ano consecutivo a Geração UPP participou do Campeonato Brasileiro da CBJJ, considerado o maior torneio da modalidade no país e um dos mais disputados em todo o mundo. Ao todo, 114 jovens atletas das mais variadas comunidades cariocas viajaram a Barueri, na grande São Paulo, para a disputa da competição. Na volta ao Rio de Janeiro, a bagagem veio com dois troféus por equipes (no infantil e no infanto-juvenil) e 73 medalhas, sendo 23 de ouro, 18 de prata e 32 de bronze.

Individualmente, um dos destaques foi o pequeno, porém muito forte, Mythis Richard Batista de Oliveira, de 11 anos de idade. Campeão faixa-amarela na categoria ultra-pesado Junior 2, o jovem atleta é aluno do projeto social da Cidade de Deus, liderado pelo cabo da Polícias Militar Flávio Soldado. Dono de um jogo agressivo, “Panda”, como foi apelidado pela mãe, tem grandes ambições no Jiu-Jítsu.

“O que eu quero ser quando crescer? Quero ser um famoso ‘Jiu-jiteiro’ e ganhar bastante dinheiro para ajudar a minha mãe. ”, planeja o jovem campeão, que também explicou o apelido recebido. “Minha mãe me chama de ‘Panda’ porque eu sou muito preguiçoso, mas quando entro no tatame eu viro uma fera, sou mortal, igual um urso”.

A mãe de Mythis é a designer de sobrancelhas Selma Batista. Moradora da comunidade Rato Molhado, no Jacarezinho, ela supera a distância de 20km até a Cidade de Deus para levar o filho para treinar no projeto. Feliz pelo desempenho do pupilo no esporte, ela lembra que ele é um lutador desde que nasceu.

“Nos primeiros dias após o nascimento ele teve que voltar ao hospital diversas vezes devido a paradas cardiorrespiratórias. Em uma das vezes eu cheguei a aceitar que perderia meu filho, tanto que levei à igreja para apresentá-lo, porque pensei que não daria tempo de batizá-lo. Mas ele sempre foi muito forte, superou as adversidades e hoje me orgulha sendo um campeão no esporte e na vida”, conta Selma, que ainda tem outros cinco filhos – três biológicos e dois adotados – que treinam Jiu-Jitsu. “Eu aprendi a gostar de Jiu-Jitsu pelos meus filhos. Vi que o esporte estava fazendo muito bem a eles, então passei a gostar também. Converso com eles todos os dias e digo para eles se dedicarem, pois no futuro eles podem tirar o pão deles do esporte, seja como campeão ou como professor”.

Assim como outros pais e mães, Selma também viajou a Barueri com a delegação projeto, em um ônibus à parte, como tradicionalmente acontece em todas as edições do campeonato brasileiro. Para a mãe de Mythis Richard, todo o esforço é válido.

“É um sacrifício que vale a pena. Por conta dos meus filhos, passei a conhecer o projeto Geração UPP a fundo, e vi que o trabalho é sério, organizado e muito bem desenvolvido. Os professores, além de ensinarem as técnicas, também dão atenção, carinho e se preocupam com as nossas crianças, e isso não sou eu que falo, é o próprio Mythis, é o que ele me conta quando chega em casa”.

Missão cumprida

Com a conquista de 73 pódios nesta edição, a Geração UPP ultrapassou a marca de 200 medalhas conquistadas no mais importante campeonato de Jiu-Jitsu do país. Agora, somadas todas as participações, desde 2015, o projeto chega a 242 medalhas. Tudo isso é possível graças ao apoio dos “parceiros de boa vontade” – Legião da Boa Vontade (LBV), Super Rádio Brasil, Prime Esportes, Boomboxe e Governo do Estado e Secretaria de Segurança Pública -, que juntos reformam salas, doam tatames, quimonos, lanches e, em caso de viagens, cedem ônibus para a delegação. Um dos professores, o cabo Thiago Diógenes comemorou o resultado obtido.

“Nossa proposta é sempre trazer as crianças para os grandes eventos, independentemente do resultado. Claro, ganhar é muito bom, motiva ainda mais nossos atletas, mas só a felicidade deles por esta confraternização já nos deixa muito felizes. O resultado foi bom, foi satisfatório, disputamos contra grandes equipes do mundo e mostramos, mais uma vez, a nossa força, mas o importante é as crianças voltarem para o Rio de Janeiro com o sorriso no rosto. Muitas dessas crianças nunca saíram do Rio de Janeiro e com o projeto têm a oportunidade dessa nova experiência”, disse o policial, que também revelou o próximo passo da equipe. “Vamos fazer um barulho no Sul-Americano. Será no Rio de Janeiro, nossa casa, então vamos fazer um esforço para inscrever o máximo de crianças possível”.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

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