Entrevista exclusiva: Cleiber Maia e o próximo passo no incentivo a projetos do Jiu-Jitsu

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Prof. Cleiber Maia (ao centro, kimono branco) com a equipe de Jiu-Jitsu de surdos no INES. Foto: Flashsport

Nosso professor do quadro GMI e presidente da Sport Jiu-Jitsu South American Federation (SJJSAF), Cleiber Maia esteve sempre envolvido com a expansão de projetos sociais relacionados ao esporte. Em sua mais recente empreitada, Cleiber conseguiu, junto ao poder governamental, incluir projetos do Jiu-Jitsu para a captação de recursos com isenção fiscal para empresas. Em resumo, a empresa patrocina um projeto sócio-educativo relacionado à arte suave e tem abatimento do ICMS.

Para explicar melhor a situação e a missão geral, aliada à conquista desta liberação, conversamos com o profe´ssor Cleiber Maia, e este explicou o quão importante será o apoio dessas empresas para o futuro do nosso Jiu-Jitsu. Confira!

GRACIEMAG: Qual é o atual cenário dos projetos voltados ao esporte?

CLEIBER MAIA: Devido à crise financeira e às dívidas deixadas por gestões passadas, os governos não podem abrir mão de fontes de receitas a não ser que haja uma nobre justificativa. Então a Secretaria Estadual de Esportes Lazer e Juventude (SEELJE RJ) tem priorizado aprovar projetos com incentivo fiscal em que haja clara responsabilidade social por parte dos proponentes. Nós estamos na luta de inclusão social através do esporte há anos e hoje temos uma gestora de projetos, a Luciana Neder, com expertise em prestação de contas para que tudo seja feito com a maior transparência possível e dentro dos parâmetros exigidos pela lei.

O que podemos ressaltar dos projetos da SAF para incentivar possíveis investidores?
Todos nossos projetos sociais estão alinhados com a missão da SJJSAF. Nossa missão é desenvolver o Jiu-Jitsu como instrumento de educação, cultura brasileira, saúde e integração social. Em absolutamente tudo que fazemos existe o compromisso com a nossa missão. Isso chama-se integridade. A integridade é sustentada no ensino do Jiu-Jitsu considerando os três objetivos pedagógicos pregados pelo grande mestre Fernando Pinduka. Antes de fundar a Federação fui conversar com ele para nortear nosso trabalho no que realmente é fundamental para o desenvolvimento do nosso esporte.

Em quais aspectos o Jiu-Jitsu pode ser bom para a imagem de uma empresa que alia sua imagem a ele?
O Jiu-Jitsu Brasileiro está no mundo todo como um estilo de vida e as competições tiveram um importante papel na promoção do esporte, mas em sua essência o Jiu-Jitsu foi criado para promover o desenvolvimento humano.
Por isso o desafio é desenvolver o esporte com equilíbrio nesses 3 pilares pedagógicos. O objetivo de participação, o de alto rendimento e o objetivo terapêutico. Priorizar os objetivos de somente uma parcela do nosso público é deixar de explorar todas possibilidades que o Jiu-Jitsu nos oferece.Nossa Federação também está alinhada com a missão da nossa Federação Internacional, a SJJIF, que é promover os ideais do Olimpismo em nosso esporte e se possível incluir o Jiu-Jitsu Brasileiro no programa Olímpico. Isso seria muito importante para que o poder público em qualquer lugar do mundo reconhecesse os benefícios que nosso esporte pode proporcionar à sociedade.
Os governos precisam de argumentos para justificar o apoio ao Jiu-Jitsu em suas políticas públicas.

E qual a projeção esperada para a evolução do esporte em caso de sucesso nesta empreitada?
Semana passada estive conversando com a Kyra Gracie e ela me confidenciou que teve acesso a uma enquete onde foi verificado que o Jiu-Jitsu é a luta com maior número de praticantes no Brasil. Nossa comunidade esportiva é reconhecida por ser um estandarte da cultura brasileira e representa um estilo de vida saudável e auto confiante, influenciando fortemente a moda e as mídias sociais. Para as empresas e para o governo, apoiar os projetos sociais da SJJSAF não é só mais uma ação para aumentar a visibilidade de uma marca, mas representa ter responsabilidade social e compromisso com uma nobre causa, a inclusão social de pessoas que antes viviam à margem da sociedade.Não conheço uma pessoa que não tenha se emocionado ao presenciar nossas atividades de inclusão e integração em nossos eventos de competição e capacitação de profissionais para o ensino do Jiu-Jitsu. A nossa esperança é que essa metodologia de gestão de projetos de Jiu-Jitsu seja referência no Brasil e no Mundo para que cada vez mais pessoas tenham autonomia para lutar pelos seus direitos e coragem para enfrentar seus desafios, dentro e fora dos tatames.

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