Setembro amarelo: como o campeão Michael Phelps lidou com a depressão

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Rei nas piscinas, Michael Phelps marcou presença na Rio-2016, e acumulou mais medalhas. Foto: AFP

Certa vez, um competidor amigo de GRACIEMAG nos soprou: “Olha, ver sua mão levantada ao fim de um combate é melhor do que ganhar um saco de dinheiro…”. De fato, pode ser que muitos atletas experimentem essa sensação no mundo das artes marciais, mas o fato é que a quantidade de ouro não traz felicidade. Quem deixou isso claro foi o maior caçador de medalhas olímpicas da história, Michael Phelps.

Antes dele, a ex-campeã do UFC Ronda Rousey e o cracaço do Barcelona Andrés Iniesta já haviam admitido o problema. Em 2018, foi a vez do monstro das piscinas vir a público abrir o jogo sobre um lado sombrio dos esportistas de altíssimo rendimento: o desânimo, a depressão e a eventual vontade de tirar a própria vida.

O depoimento de Phelps, durante conferência em Chicago, chamou atenção para o problema da depressão, e joga uma luz para quem vive do esporte.

“Eu não queria mais estar no esporte; eu não queria mais estar vivo”, recordou o nadador, lembrando um período depois dos Jogos de Londres-2012, em que ele conquistou seis das 28 medalhas olímpicas que tem em casa. “A realidade é que após cada Olimpíada eu me sentia dentro de um grande estado de depressão”.

A corajosa declaração do nadador faz pensar no papel do esporte. Como uma atividade capaz de encher o organismo de bem-estar, energia positiva e objetivos saudáveis pode se transformar em fonte de ansiedade e angústia?

Se o amigo leitor anda transformando a caça por títulos em ansiedade excessiva, procure lembrar dos competidores mais bem sucedidos do esporte. Marcus Buchecha sempre gostou de arejar a cabeça com horas de surfe e viagens pelo mundo; Roger Gracie certa vez nos disse: “Encontrar os velhos amigos antes de um campeonato dá mais alegrias do que a medalha de ouro”.

Phelps admitiu que a vida só se tornou mais fácil quando ele percebeu que era “OK não estar OK”, e se abriu sobre o assunto, em vez de ficar tentando sozinho domar seus demônios internos.

Os treinos e resultados, portanto, são importantes, mas não descuide do que há em torno do tatame. Quando for vestir o kimono novamente, tente enxergar o Jiu-Jitsu como a arte perfeita para entender que o aprendizado jamais termina, que os momentos ruins podem ser superados e que, como tudo na vida, os amigos estão aí para ajudar você.

*Artigo retirado da GRACIEMAG #252. Para ler mais conteúdos como este, assine já!

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