Confederação Brasileira de Judô estabelece medidas de igualdade entre mulheres e homens

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Mudanças visam a igualdade de gênero no judô e aumento da representatividade feminina no esporte. Foto: Divulgação

O Regulamento Nacional de Eventos da Confederação Brasileira de Judô trouxe algumas novidades para 2019. Entre elas, a paridade na graduação mínima para homens e mulheres em todas as classes de idade e em todas as competições nacionais realizadas pela CBJ. Além disso, todos os eventos terão uma cota mínima de duas árbitras mulheres convocadas pela Coordenação Nacional de Arbitragem para atuar nas disputas nacionais.

As medidas fazem parte da política da CBJ de promoção da igualdade de gênero e de aumento da representatividade feminina no esporte, uma das principais agendas do Comitê Olímpico Internacional para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

“Em 2018, nós tivemos a primeira disputa por equipes mistas formadas por homens e mulheres no Grand Prix Nacional de Clubes, seguindo o regulamento do Campeonato Mundial por Equipes Mistas e da nova prova que integrará o programa do judô nos Jogos de 2020”, lembra Matheus Theotônio, gestor técnico de eventos nacionais da CBJ. “Para 2019, estabelecemos a igualdade nas graduações mínimas de homens e mulheres e criamos a Comissão de Pesagem, que será formada por um técnico homem, uma técnica mulher, um árbitro homem e uma árbitra mulher. Além disso, teremos em todas as competições nacionais, pelo menos, duas árbitras mulheres atuando”, destaca.

A diferença na graduação mínima era o único aspecto que diferenciava o regulamento de competição de homens e mulheres no judô nacional. Até 2018, por exemplo, para participar do Campeonato Brasileiro Sênior de Judô, os homens precisavam ser, no mínimo, faixa roxa, enquanto as mulheres deveriam ser, no mínimo, faixa verde. A partir de 2019, a graduação mínima para os dois gêneros no Brasileiro Sênior será a faixa roxa. Veja aqui o regulamento completo.

Os demais elementos de uma disputa no judô – tempo de luta, tamanho da área de competição, uniforme (judogi), quantidade de categorias, premiação, regras, pontuações – são iguais, tanto para homens, quanto para mulheres.

As conquistas e os avanços das mulheres no esporte são visíveis. Mas, o caminho no rumo da igualdade ainda é longo. Do total de atletas federados na CBJ (Zempo), por exemplo, 57.305 (75,04%) são homens e 19.063 atletas (24,96%) são mulheres. Entre os técnicos federados, 323 (14%) são mulheres contra 1.982 (86%) homens.

No entanto, impulsionadas pelas conquistas e lutas de pioneiras da modalidade, como Rosicleia Campos, Solange Pessoa, Soraia André, Vânia Ishii, Monica Angelucci, Fabiane Hukuda, Edinanci Silva, Daniele Zangrando, Marilaine Ferranti, Ketleyn Quadros, Sarah Menezes, Mayra Aguiar, Rafaela Silva, entre tantas outras grandes judocas brasileiras, a tendência é que cada vez mais meninas sintam-se representadas nos tatames para mudar essa realidade desigual.

Em 2018, por exemplo, o número de meninas inscritas no Campeonato Brasileiro Sub-18 superou o número de meninos inscritos. A competição teve 190 inscrições nas categorias femininas e 188 nas masculinas.

No mesmo ano, a técnica Yuko Fujii assumiu o comando da seleção masculina do Brasil na preparação para os Jogos de Tóquio 2020. A japonesa tornou-se, portanto, a primeira mulher a treinar uma seleção principal masculina de judô no país e foi convidada para contar essa história no primeiro Congresso da Federação Internacional de Judô pela Promoção da Equidade de Gênero.

A CBJ entende e reconhece a necessidade de fazer do Judô um esporte para todos e todas, promovendo a modalidade sem qualquer forma de discriminação, seja ela por classe social, religiosa, racial ou de gênero.

(Fonte: Assessoria de imprensa)

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