Sem medo de ser favorito, Roberto Tussa quer mostrar “a outra face” no Pan 2014

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Roberto Tussa em ação no Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade/ GRACIEMAG

Roberto Tussa em ação no Jiu-Jitsu. Foto: Ivan Trindade/ GRACIEMAG

Nesta quarta-feira, dia 12 de março, a Califórnia recebe mais um torneio com selo de qualidade da IBJJF: o Pan de Jiu-Jitsu. O ginásio da Universidade da Califórnia em Irvine será o palco do evento. O Pan 2014 terá transmissão ao vivo para o mundo todo via pay-per-view, através da IBJJF TV. Clique aqui e saiba como assistir.

Atual campeão peso pesado faixa-preta no Pan, o professor Roberto “Tussa” Alencar quer manter o seu ouro. Mas sabe que não será fácil, afinal a categoria mistura “macacos-velhos” com a nova geração, como ele diz. No páreo, estão seus velhos conhecidos Rafael Lovato (Ribeiro), Alexandro Ceconi (Ceconi Team) e Yuri Simões (Brasa CTA), além do novato Jackson Sousa (Checkmat) e outras feras.

Em conversa com GRACIEMAG, Tussa falou dos treinos para a competição, analisou os erros da última temporada e de quebra comentou os treinos com Jon Jones, dono do cinturão da categoria meio-pesado do UFC.

GRACIEMAG: O que seus torcedores e amigos da Gracie Barra podem esperar da sua atuação este ano?

ROBERTO TUSSA: Este ano pretendo lutar os principais campeonatos, como o Pan, Mundial e talvez o WPJJC em Abu Dhabi. Meu jogo mais afiado é o judô, como o pessoal sabe, e jogo buscando a passagem de guarda. Estou afiando o meu judô mas também a minha guarda, pois minha meta é chegar no Pan pronto para lutar em qualquer área, por cima, por baixo ou em pé. Sempre busco a queda para poder jogar por cima, mas este ano estou determinado a mostrar o outro lado do meu Jiu-Jitsu, minha outra face, um Tussa guardeiro. Podem se preparar para ver o Tussa puxando para a guarda.

Como foi sua preparação?

Todo ano levo um time grande para lutar o Pan; são 22 atletas desta vez. Sempre organizo meu camp aqui em Albuquerque, no estado do Novo México. O time já está estabilizado e temos grandes feras que vão brigar pelo ouro. Temos aqui meu irmão Gustavo Alencar, o “Gucci”, que foi campeão pan-americano ano passado no master pesado; o Rafael “Barata”, que me ajuda muito na parte técnica e estratégica; e o Don Ortega, meu outro faixa-preta que é excelente no wrestling. Recentemente ganhamos um judoca de nível olímpico, que está fazendo uma grande diferença na parte de quedas. Fora meus alunos que não posso deixar de mencionar, né. Eu não conseguiria me preparar sem a ajuda deles.

No ano passado, você venceu o Nivaldo na final. O que aprendeu com a conquista, e como o ouro no Pan 2013 fortaleceu você?

Estou muito mais experiente este ano, consegui ver os erros do passado e tive de corrigi-los. Por isso este ano quero lutar somente as principais competições: assim posso me preparar 100% para cada uma delas. O Tussa de 2014 será um lutador mais focado, experiente, determinado e mais condicionado. Estou investindo muito na preparação física, contratei um preparador físico para fazer um trabalho específico para mim e estou satisfeito com os resultados nos treinos.

Que avaliação você faz da divisão dos pesados?

A categoria pesado nunca foi fácil, todo ano um novo talento aparece. Serão grandes desafios para chegar ao lugar mais alto no pódio. Teremos novos talentos como o Yuri e o Jackson, e os “macacos-velhos” que nunca ficam fora, como o Tarcísio Jardim, Rafael Lovato e o Alex Ceconi. Venho estudando o Yuri e o Jackson desde o ano passado. Acredito bastante na minha experiência em campeonatos e no meu Jiu-Jitsu. A nova geração vem sem responsabilidade nenhuma, pois são novos na categoria. Mas estarei de braços abertos para recebê-los, estou bastante preparado e confiante. Ainda me acho o favorito para levar o título do pesado de novo para o Novo México.

O que achou da medida tomada pela IBJJF para o Mundial de Jiu-Jitsu 2015?

Natural e necessária. Esta medida já era tomada no passado, quando eu lutava o Mundial de faixa-azul, roxa e marrom no Brasil. Nós tínhamos de se classificar ou lutar a seletiva do Mundial. Eu já sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer nos EUA. Essa medida é necessária para profissionalizar ainda mais o nosso esporte. Em outras modalidades, como o judô e o wrestling por exemplo, existe um ranking e seletivas, e somente os melhores são selecionados para disputar o Mundial. Apoio 100% e acho justa a medida adotada a partir de 2015.

Você tem treinando com o Jon Jones? Pensa em graduá-lo a faixa-azul de Jiu-Jitsu?

O Jon Jones acabou de chegar aqui na cidade para o camp dele. Eu frequento a academia do Greg Jackson e o ajudo quando posso. Mas o principal treinador do Jon Jones na parte do chão para MMA é o Greg, ele é o melhor nesta área. Quando treinamos juntos apenas procuro apontar os erros e ajudá-lo ao máximo. Jones é um grande atleta e treina muito forte, e por isso está no topo. Ele não treina muito de kimono, por isso fica mais difícil graduá-lo. Mas o nível dele certamente está além da faixa-azul. Seja como for, a graduação eu deixarei para o Greg Jackson, ele tem um sistema de graduação para o MMA e é o principal treinador do nosso campeão.

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