Rio-2016: Faixas-pretas comentam treinos e sonhos a 6 meses das Olimpíadas

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Tiago Camilo: "Não sei se serei campeão olímpico. Mas, se meu objetivo maior for sempre melhorar, terá valido a pena." Foto: João Ribio/CBJ

Tiago Camilo: “Não sei se serei campeão olímpico. Mas, se meu objetivo maior for sempre melhorar, terá valido a pena.” Foto: João Ribio/CBJ

“Seis meses é muito pouco tempo para a gente que espera quatro anos por esse dia”, considera a peso pesado da seleção brasileira de judô Maria Suelen Altheman. No dia 5 de agosto de 2016, a tocha olímpica será acesa na Cerimônia de Abertura, dando início aos Jogos Olímpicos Rio-2016. Um dia depois, nossos judocas iniciam a busca pela glória olímpica na Arena Carioca 2.

Em 2012, os ligeiros Sarah Menezes e Felipe Kitadai abriram caminho para os brasileiros em Londres com duas medalhas logo no primeiro dia de competições. Neste ano, enquanto ainda lutam por uma vaga no time que representará o Brasil no Rio, ambos tentam lidar com a pressão da contagem regressiva para o dia mais importante de suas vidas.

“Prefiro não contar os dias. Prefiro treinar, me sentir bem a cada dia que passa, ter um bom desempenho no dia a dia, me sentir feliz e sem contar os dias para os Jogos. Quanto mais próximo estiver, sei que estarei me sentindo melhor e bem mais treinada”, explica a piauiense campeã olímpica em 2012.

Para Kitadai, esse período é estratégico para fazer últimos ajustes, mas a bagagem trazida de todo o ciclo olímpico não pode ser descartada. “Estes últimos seis meses contam muito. Competir nos Jogos é diferente. Já ter tido uma experiência traz uma bagagem, o que você fez no ciclo é relevante, mas a fase no momento dos Jogos também é muito importante”, avalia.

No outro oposto das categorias, os pesados Maria Suelen Altheman e Rafael Silva, que também estiveram em Londres e agora tentam a vaga para o Rio, não escondem que já sentem o clima olímpico a seis meses do início da competição.

“Já estou na regressiva. A cada dia, cada treino, cada competição é pensando nos Jogos, no pódio olímpico. Todo mundo que eu encontro fala alguma coisa, parece que a Olimpíada vai ser amanhã. Falam: ‘Vamos lá! Vamos trazer essa medalha!’ Não tenho dúvida de que o Brasil vai parar para assistir e nós vamos fazer o melhor para trazer a medalha para nosso país”, comenta Suelen.

Para Baby, medalhista de bronze em 2012, é hora de focar na disputa pela vaga e canalizar a energia da torcida nesta reta final. “Ainda não consigo pensar muito no prazo. Primeiro estou pensando nas minhas próximas competições, em garantir a minha vaga, porque a disputa está acirrada. O ano olímpico é um ano diferente para todos os atletas. Você sente as pessoas comentando mais na rua, incentivando por uma disputa por medalha. Então, temos que pegar essa energia e colocar como uma motivação a mais”.

Já o experiente Tiago Camilo, campeão mundial e medalhista olímpico (prata em Sydney-2000 e bronze em Pequim-2008) falou sobre resultados e previsões.

“Estou treinando todo dia por uma coisa que eu não sei se vai acontecer: não sei se vou ser campeão olímpico. Mas, se só a vitória for o meu objeto e se eu chegar lá e perder, nada terá valido a pena. Mas, se meu objetivo maior for sempre melhorar e, se eu sentir que melhorei, todo o dia terá valido a pena. Temos sempre de tirar algo da derrota, senão elas não terão servido de nada”, disse o judoca. “Uns vão ser campeões, outros não. Mas, todos temos os mesmos valores. No tatame somos todos iguais.”

Calendário do Judô nos Jogos Rio-2016:

06/08 – Ligeiro (48kg e 60kg)
07/08 – Meio Leve (52kg e 66kg)
08/08 – Leve (57kg e 73kg)
09/08 – Meio Médio (63kg e 81kg)
10/08 – Médio (70kg e 90kg)
11/08 – Meio Pesado (78kg e 100kg)
12/08 – Pesado (+78kg e +100kg)

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